DIREITOS HUMANOS

Um dia para lembrar a violência

Enxergar o que é invisível. A violência sexual contra crianças e adolescentes pode estar em qualquer lugar. Na maioria das vezes está do seu lado. Entretanto, ela permanece oculta na sociedade. O 18 de maio foi escolhido como o dia nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.

Segundo dados de 2014 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em todo o planeta um em cada dez meninas foram coagidas por violência sexual. Ou seja, aproximadamente 120 milhões de meninas com menos de 20 anos de idade foram forçadas a ter relação sexual ou praticar ato sexual.

Já nos países da América Latina e do Caribe, a cada hora 228 meninos e meninas foram vítimas desse tipo de violência. Segundo dados do Disque 100, um serviço do governo federal de denúncias para situações de violência sexual contra crianças no Brasil, cinco casos são registrados a cada 24 horas.

“É importante ressaltar que a violência não acontece só nas classes mais pobres”, explica Dorival Costa, coordenador do bacharelado em Serviço Social da Uninter.  Os dados geralmente são de órgãos públicos e a classe mais alta recorre a serviços privados, e os números acabam não entrando para estatísticas oficiais. As causas estão nas próprias relações sociais, familiares e nas instituições. Para Dorival, a violência contra crianças e adolescentes ocorre em todas as classes sociais.

Histórico

Em 18 de maio de 1973 um caso de violência sexual marcou o Brasil. Uma menina de 8 anos foi vítima de sequestro, violência sexual e foi assassinada em Vitória, no Espírito Santo. Os agressores não sofreram nenhuma punição. O corpo da vítima foi encontrado seis dias depois, carbonizado. Após isso, o dia 18 foi considerado um dia de luta.

A percepção da questão é o primeiro passo para alterar contextos sociais, políticos e comportamentais. Estratégias que podem ser aplicadas na esfera de governo e familiar.  A vítima deve recorrer ao Dique Denúncia (100) e ao Conselho Tutelares, presente na maioria dos municípios brasileiros.

A problemática reside em todas as classes sociais e está diretamente relacionada com fatores culturais: gênero, raça e desigualdade social. Ela pode ser prevenida e reduzida, embora todos os esforços não tenham sido suficientes para erradicar a violência sexual infantil. Essa violência não pode continuar encoberta pelas sombras.

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Autor: Evandro Tosin - Estagiário de Jornalismo
Mauri König


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