Um bom profissional de marketing digital precisa ouvir a voz dos dados

Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de Jornalismo

O evento Impacto Digital, organizado pela Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios da Uninter, reuniu profissionais de várias áreas do mercado em quatro encontros que ocorreram entre os dias 03.nov.2020 e 06.nov.2020. O segundo encontro, realizado no dia 04.nov.2020, teve como temática principal o marketing digital e vendas digitais (você pode conferir a live na íntegra aqui).

Diretor da Escola de Negócios da Uninter, Elton Schneider recebeu para essa conversa Tulio Kehdi, fundador e Diretor de Operações da Raccoon Marketing Digital, Adriana Felicíssimo, Gerente de Estratégias Digitais da Opus Múltipla, e Fabrizzio Topper, CEO da Driven.CX. “De cinco anos para cá, as empresas vêm investindo em tecnologia para melhorar seus negócios. Em 2020, vem uma pandemia que obriga as empresas a tomar atitudes diferenciadas. Algumas fecharam as portas e outras levaram seus funcionários a trabalhar em casa”, contextualizou Elton.

Segundo estudo feito pelo ITD – Instituto de Transformação Digital, 95% dos sites das empresas não aparecem na 1ª página de buscas do Google, 78% dos sites tem tempo de carregamento insatisfatório e 83% não tem Google Tag Manager instalado no site. O que mostra que é preciso melhorar o desempenho digital das empresas.

“A gente precisa que o consumidor encontre a empresa certa quando ele está procurando. É preciso estar presente no momento da dor do consumidor”, pontua Adriana. Fabrizzio explica que é preciso aparecer no momento certo e na data certa, e para isso é necessário entender de indexação nas diversas plataformas digitais. E os dados são essenciais nesse processo. “Essa jornada de consumo sempre existiu. A gente não consegue mais viver a vida sem nossos celulares, é uma experiência monotela, ou seja, se não aparece na timeline, a gente acaba não considerando. Se eu estou buscando uma solução e a empresa não aparece [nos mecanismos de busca], ela será ignorada”, afirma.

E como as empresas estão fazendo para chegar até o consumidor final? Tulio expõe que os caminhos são diversos, pois o Marketing Digital possui inúmeras ferramentas para medir interação e engajamento dos usuários nas diversas plataformas digitais. “Tem que priorizar o que é mais relevante para o seu negócio. O grande desafio do Marketing Digital é escolher os caminhos no mar de possibilidades que se abre. Quando você está começando, priorizar é super relevante”.

Tulio continua sua explicação: “É preciso conhecimento para usar a ferramenta ideal para o seu negócio. O Google Meu Negócio ajuda bastante, por exemplo. Mas tem negócios que estão inteiros no Instagram”. Adriana complementa: “Não tem regras prontas. Às vezes a empresa tem uma grande plataforma web e converte vendas no whatsapp. É entender o momento, o cenário e capturar isso da melhor forma”.

Adriana comenta ainda que as marcas, ao criar um relacionamento contínuo com o usuário por meio das mídias sociais, geram uma relação de confiança. E, novamente, os dados podem auxiliar nesse engajamento do consumidor final. “Se você entrou e não comprou, tem o remarketing para impactar quem abandonou o carrinho. A partir do momento que você deixou seus dados e comprou pela primeira vez, a ponte já pode ser feita. A partir do momento em que você compra num app ou site você será sempre lembrado”, reflete a gerente.

A integração entre o universo físico e o digital é cada vez maior. “Estamos falando de quase 10 milhões de clientes novos consumindo no mercado [online]. O paradigma do uso da internet passa pela confiança. O custo de aquisição do cliente é altíssimo na internet. O consumidor não consegue separar a experiência online e física. Isso não é mais um mundo separado, é tudo junto”, diz Fabrizzio.

O profissional que quer atuar nessa área precisa estar em constante aprendizado para preencher as lacunas do mercado digital. Por ser uma área relativamente nova, a demanda é crescente. Os convidados explicam que profissionais voltados para Big Data, Business Intelligence associado a mídia, Automação, Inteligência Artificial, Desenvolvedor Sales Force e Customer Experience Designer estão em falta. A boa notícia é que a Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios da Uninter já desenvolve diversos cursos de graduação e pós-graduação que podem formar estes profissionais para o mercado.

Adriana dá a dica para quem está entrando no universo do Marketing Digital: “Quer começar? Entenda as plataformas do Google e Facebook. Procure saber sobre a diversidade de players, hoje a gente não pode deixar nosso conhecimento aliado a alguns players. Vamos ampliar os horizontes e pensar em um mix de entregas, outras formas de contato com o usuário final”.

Tulio ressalta que a familiaridade com os números é importante. “Análise, correlação, mexer com uma tabela de dados. A operação de mídia do dia a dia é uma tabela gigante com vários indicadores, você tem que olhar ele em diversos horizontes temporais o dia inteiro”.

Para Fabrizzio, a humanização do digital deve estar no radar dos profissionais. “Normalmente o mundo de digital se divide entre especialistas e generalistas. É preciso ter visão ampla e profunda [ao mesmo tempo]. Sensibilidade de entender as pessoas, seus gatilhos de decisão, humanizar o digital é o principal desafio. Normalmente, a performance não vem porque você não entendeu o consumidor. Tem que ter muita curiosidade, pois as coisas mudam do dia para a noite, você tem que ter paciência”, finaliza.

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Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Vitaly Vlasov/Pexels


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