As geotecnologias como ferramenta de aprendizagem

Autor: Kethlyn Saibert - Estagiária de Jornalismo

Geotecnologias são um conjunto de tecnologias para realizar coleta, processamento, análise e disponibilização de informação com referência geográfica. Este conjunto de ferramentas é composto por hardwares e softwares que armazenam e processam informações geográficas, como o GPS (sistema de posicionamento global por satélites) e o Google Maps.

Numa sociedade cada vez mais conectada, as geotecnologias se tornaram mais acessíveis e hoje fazem parte da tomada de decisões das pessoas. Um exemplo disso são os recursos que usamos nos smartphones quando calculamos uma rota para encontrar um caminho mais rápido, ou quando usamos aplicativos como Uber e iFood.

Com tanta possibilidade na palma das mãos, as geotecnologias podem ser ferramentas valiosas de aprendizagem. Segundo o geógrafo José Aquino, professor da UFMA (Universidade Federal do Maranhão), as soluções de geolocalização permitem uma gama de variedades em que é “possível dialogar com todas as disciplinas”. Para ele, questionar o uso de smartphones dentro das salas de aula é ultrapassado, “visto que independente da condição social, os alunos têm uma familiaridade incrível com o celular, desde o ensino mais básico até o ensino superior”. Por isso, os smartphones podem e devem ser “uma grande fonte de conhecimento, pesquisa e compartilhamento das mais diversas áreas do campo científico”.

José cita as funções do Google Earth Pro, ferramenta leve e gratuita que pode ser utilizada em celulares, tablets e computadores, inclusive nos que possuem baixo desempenho de processamento. “O aluno consegue questionar sobre vegetação, arruamento, diversidade e sobre a própria desigualdade social produzida pelos processos de urbanização. Também é possível entender melhor as diferenças entre recursos hídricos e questões relacionadas a relevo, planaltos e planícies”, aponta.

Além disso, a ferramenta possui o recurso “elevação de terreno”, em que é possível criar pontos, linhas e polígonos para ver toda a declividade do espaço e calcular a altura de uma área em relação a outra. “São muitas as possibilidades, dá para explorar conteúdos desde a quinta série das geociências”, destaca.

Em 2020, em decorrência da pandemia de Covid-19, houve um crescimento expressivo na utilização de web mappings – mapeamento online com informações geográficas – para notificar casos da doença pelo mundo. José aponta a iniciativa acadêmica da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que criou um site com mapas dinâmicos que ilustram a disseminação do vírus com base em dados públicos. “Vimos um crescimento na utilização de geotecnologias na questão da Covid-19. Existem vários sites que produzem análises espaciais integradas a dados públicos, não só sobre a pandemia, como também sobre questões ambientais e sociais”, explica o professor. Ele destaca que no YouTube há vídeos que mostram a evolução de mapas dinâmicos ao longo do tempo.

Outra ação acadêmica produzida com referências geográficas é o aplicativo brasileiro Fruit Map, desenvolvido por alunos da Universidade de Brasília. A ferramenta mostra lugares públicos onde há árvores frutíferas. “É um ótimo aplicativo para levar conhecimento e valorização de algo que pertence à população”, afirma José.

Para concluir, ele cita que existe uma área das geociências relacionada à cartografia digital que dialoga com questões sociais com o intuito de dar visibilidade a grupos periféricos. “As geotecnologias evidenciam situações das quais a gente não tinha conhecimento. Há pesquisas em universidades sobre cartografia social para dar visibilidade a comunidades com riscos socioambientais”. O professor argumenta que apresentar as possibilidades da tecnologia incentiva alunos a construírem outras ferramentas que podem ajudar a sociedade de diversas maneiras.

Outras geotecnologias foram apresentadas pelo professor na live Desafios dos Novos Cenários de Aprendizagem – Geotecnologias e educação, transmitida no YouTube, no dia 29.out.2020, no canal oficial do Programa de Pós-graduação – Mestrado e Doutorado em Educação e Novas Tecnologias da Uninter. Os professores Siderly Almeida, Márcia Maria, Sueli Donato e Germano Afonso mediaram a conversa.

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Autor: Kethlyn Saibert - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Pixabay


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