Territórios, qualidade e sustentabilidade ambiental em guerra

Autor: Edvaldo Luiz Rando Junior e Renata Adriana Garbossa da Silva*

A paz tão sonhada ocorre pela guerra. A busca por novos territórios e, por consequência, exploração de suas riquezas vem de longa data. A humanidade sempre buscou conquistar novas fronteiras e estabelecer novas formas de enriquecimento. Basta observarmos, sobretudo, os ensinamentos da História e da Geografia. Sun Tzu, general chinês, que viveu 496 a.C., organizou uma série de escritos que resultou no livro A Arte da Guerra, que trata das estratégias em relação aos terrenos e às distâncias que devem ser percorridas pelos soldados em campos abertos e fechados.

Existem diferentes conflitos por território acontecendo no mundo, mas recentemente estamos imersos nas disputas entre Rússia e Ucrânia. Uma guerra que expõe as estratégias militares de dizimar as forças econômicas do país que está sendo invadido. Ao analisarmos os diferentes noticiários, percebemos que os alvos dos bombardeiros acontecem diretamente na infraestrutura, como indústrias, energia, segurança. Alvos que foram previamente anunciados desde 2014, quando iniciaram as primeiras manifestações de guerra entre Ucrânia e Rússia. O lado perverso da qualidade na guerra para o oprimido é justamente vivenciar que o planejado está sendo alcançado. Qualidade está intrinsicamente condicionada ao ato de planejar, reconhecer os recursos e traçar estratégias compatíveis com o território e os recursos humanos disponíveis.

O território da Ucrânia, até 1991, era uma das 15 Repúblicas que formavam a União Soviética e que, desde então, tornou-se independente estabelecendo laços com as potências ocidentais. A economia ucraniana baseia-se, principalmente, na indústria e na mineração, com a produção de ferro, aço, locomotivas, tratores e produtos químicos. O país também possui oferta de outros minerais, como manganês, carvão, minério de ferro, sal e enxofre, além de possuir em suas riquezas naturais terras para excelente cultivo.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia, além de tantas perdas humanas, também revela outra questão no que tange à sustentabilidade ambiental e econômica. A Rússia acaba de sofrer sanções de gigantes do mercado financeiro, com retirada de cartões de crédito que são responsáveis pela transação de informações de compra e do parcelamento das dívidas, entre outros. Em contrapartida, o governo russo já apresentou outras possibilidades para os cidadãos, demonstrando novamente que o governante russo havia planejado para sua sustentabilidade financeira, isolando seu país dos demais países do mundo que vivem a partir das premissas do capitalismo e da globalização. Dessa forma,  será que, a partir do conflito entre os dois países, teremos uma nova lógica mundial se estabelecendo? Quais serão os grandes desdobramentos e reflexos para a economia, política, meio ambiente e para a população dos países afetados pelo conflito?

Em termos ambientais, uma vez que a Ucrânia possui quatro usinas nucleares com 15 reatores, dentro da perspectiva da guerra, são considerados alvos primordiais e, ao mesmo tempo, podem impactar diretamente a sustentabilidade ambiental, haja vista que dependendo das políticas de segurança possam ser cumpridas integralmente. Portanto, é necessário entender as mudanças que ocorrem, uma vez que elas são dinâmicas e complexas.

* Edvaldo Luiz Rando Junior é professor do curso de Tecnologia em Gestão da Qualidade da Uninter.

* Renata Adriana Garbossa da Silva é coordenadora da área de Geociências da Uninter.

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Autor: Edvaldo Luiz Rando Junior e Renata Adriana Garbossa da Silva*
Revisão Textual: Larissa Drabeski


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