Sustentabilidade e terceiro setor: qual é a relação entre eles?

Autor: Valéria Alves - Assistente multimídia

As décadas de 1970 e 1980 deram origem ao conceito de sustentabilidade. Desde aquela época, a sociedade vem sofrendo transformações que trouxeram mais direitos para os cidadãos brasileiros. Prova disso é a Constituição de 1988, onde as questões sociais e ambientais passaram ter mais espaço em relação ao aspecto econômico, que até então sempre prevaleceu.

O tripé da sustentabilidade envolve o equilíbrio entre três áreas: social, ambiental e econômica. E no atual momento que estamos vivendo com a pandemia causada pelo Covid-19, conseguimos ver o quanto eles se inter-relacionam. Afinal, a saúde se tornou uma questão social, que interferiu diretamente na economia e desestabilizou o planeta.

Mas além disso, ela também parou de pressionar o sistema ambiental, que estava sofrendo até o momento. Portanto, assim vemos claramente o conceito de desenvolvimento e o quanto a sustentabilidade é sistêmica.

Essas foram as palavras da coordenadora do curso de Gestão das Organizações do Terceiro Setor da Uninter Denise Erthal na Maratona de Sustentabilidade. O evento aconteceu online no dia 5.jun.2020, e o tema de sua palestra foi “Gestão da Sustentabilidade e as contribuições do terceiro setor nas questões sociais e ambientais”.

Segundo ela, o meio ambiente foi um dos temas que a sociedade civil começou a proteger no decorrer desses 40 anos, fazendo com as pessoas participassem mais e começassem a criar instituições. Embora a constituição tenha trazido direito aos cidadãos, a globalização trouxe o arrefecimento das políticas públicas.

“Essa complexidade de elementos que interferem na sociedade brasileira fez surgir uma série de ONGS, e elas passaram a trabalhar com o conceito de sustentabilidade, no sentido de auto-sustentação financeira e de sua visão ambiental/social independente da posição dela enquanto organização”, explica Denise.

Com o tempo, essas organizações do terceiro setor tiveram que começar a se especializar mais a fim de melhorar sua gestão, pois conforme executavam políticas públicas, elas também precisavam responder ao Estado e mostrar seus resultados, além de serem transparentes quanto aos recursos repassados.

“A partir de 2016, a questão dos cortes públicos e a redução de políticas públicas foram gritantes, e agora, nós sentimos que com a pandemia essas organizações sofreram mais. No Paraná, tivemos instituições que fecharam, ou que desde o início da pandemia viram que teriam recursos para se manter por no mínimo três, o que também é alarmante”, conta.

Por esse motivo, é necessário que as organizações tenham uma visão mais sistêmica da sua instituição, tanto quando falamos sobre auto-sustentação, quanto também ao modo que ela impacta a sociedade para gerar transformação social.

Em sua palestra, Denise apontou alguns desafios pelo qual organizações do terceiro setor passam atualmente. Algum deles são: Implementação de gestão eficiente, escassez de recursos, aumento do interesse público, busca pela inovação, entre outros.

Além disso, ela trouxe alguns dados importantes sobre as mesmas, que mostram, por exemplo, que a maioria ainda não possui uma estrutura interna de pessoas suficiente para estar desenvolvendo suas propostas.

“As organizações do terceiro setor de deparam com a necessidade de um maior profissionalismo, que não podem obter porque não podem custear e manter um profissional mais qualificado, ou porque não estão amadurecidos com a necessidade de ter essas pessoas”, afirma a coordenadora.

Segundos as informações repassadas por ela na live, há 820 mil organizações com CNPJ no Brasil. Mais de 70% só possuem o sócio fundador. Além disso, 86% são associações, 12% são organizações religiosas e 2% associações privadas que não visam o lucro.

Para saber mais sobre o assunto, clique aqui.

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Autor: Valéria Alves - Assistente multimídia
Edição: Mauri König


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