Sianee e tutoria, os braços acolhedores da Uninter

Autor: Florinda Cerdeira Pimentel*

Um grande diferencial da Uninter é, e sempre foi, promover o acesso de todos à educação. Se existe um público específico que precisa de formação superior em alguma localidade, por mais remota que seja, lá está a Uninter implantando um polo de atendimento presencial.

E são tantas as realidades do povo brasileiro: professores que precisam da formação pedagógica, profissionais que dependem de um curso superior para almejar uma melhor colocação no mercado de trabalho, pessoas que a vida cotidiana não comporta uma vida acadêmica convencional e que o ensino EAD da Uninter permite uma adequação na agenda para que os estudos não virem projetos inacabados por conta de inúmeros fatores e, claro, sonhos a serem realizados.

Sonhos, quantos sonhos são realizados com essa instituição! No curso de licenciatura em Música, por exemplo, temos muitas histórias de pessoas que passaram a vida sonhando pelo diploma de músico e hoje, com a Uninter, esse sonho é possível. O curso atende estudantes do Brasil, Estados Unidos, Londres e Japão, que chegam até a instituição com o intuito de ter a sua formação superior em Música.

Alguns dos estudantes que chegam são pessoas com deficiência, então vem a pergunta: Como é possível uma pessoa com deficiência alcançar uma formação superior?

Para responder a esta pergunta, pode-se dizer que na Uninter os estudantes com deficiência têm uma equipe especializada para cuidar de cada caso. Com mais de mil horas de aulas gravadas em Libras (Língua Brasileira de Sinais – foto), o Serviço de Inclusão e Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais (Sianee), sob a coordenação de Leomar Marchesini, se tornou uma grande referência no atendimento às pessoas com deficiência.

Além do trabalho do Sianee, a tutoria da instituição, canal de comunicação entre estudantes e professores, muitas vezes recebe o relato de alunos que possuem algum tipo de deficiência. Elas são as mais variadas, cegos ou baixa visão, autistas, depressivos e outras deficiências físicas, psíquicas e intelectuais. Todos são prontamente encaminhados para serem cadastrados pelo Sianee.

O trabalho do Sianee, agregado ao trabalho dos professores, é promover o acolhimento desses estudantes, primeiramente ouvindo suas necessidades e expectativas e, posteriormente, proporcionando acesso ao mesmo material oferecido a todos os outros estudantes, porém de forma adaptada.

Um exemplo a relatar sobre a interferência da tutoria no processo de ensino-aprendizagem desses estudantes aconteceu durante a realização de um dos portfólios, trabalho promovido pela instituição como parte do processo avaliativo. O portfólio consiste em uma atividade prática que os estudantes realizam no decorrer do curso. É uma metodologia que permite o florescer de projetos e o desbravar de desafios que estão presentes no cotidiano da vida pessoal, profissional e social dos estudantes.

Para este caso, o trabalho de portfólio consistia na elaboração de um tutorial em slides explicando o passo a passo da construção de um instrumento musical que utilizasse materiais alternativos como embalagens vazias de alimentos. Após a postagem do trabalho, era necessário o agendamento de uma apresentação, em que o aluno deveria relatar como foi o processo de elaboração do seu tutorial e demonstrar na gravação o funcionamento de seu instrumento.

Foi então que chegou a tutoria da Helena (nome fictício), mãe do João, estudante do curso de licenciatura em música:

“O João é aluno com dificuldade de aprendizagem e muito tímido. Por isso, eu optei por fazer vídeos seguindo a sequência das experiências que fez para construir o instrumento musical. No caso, um chocalho. Por que tinha muita resistência em fazer o trabalho, optei para que ele fizesse duas experiências para perceber as diferenças de sons. E assim, gravei os vídeos. Eu também ajudei a fazer os slides. Eu ajudo por que ele tem dificuldade em compreender textos escritos, conforme informado quando da matrícula. Desse modo, mesmo para as provas, eu leio com ele os conteúdos, as perguntas e as opções de resposta. Ele escuta os vídeos das aulas várias vezes e assim está acompanhando. Tem dificuldade para discorrer sobre algo mesmo quando tem muita vontade de explicar. Mas se comunica bem se ao invés de falar livremente, responder a perguntas. Então, quero saber se na apresentação é possível que vocês façam perguntas a ele ao invés dele narrar o que fez. Obrigada”.

A professora tutora que atendeu a mãe ofereceu a seguinte proposta:

“Sou a professora do João e vou te passar um pequeno roteiro para que você possa ajudá-lo em sua apresentação.

No dia da apresentação, acesse a plataforma, somente ele estará aparecendo no vídeo, nós estaremos acompanhando pelo chat. Faça a ele as seguintes perguntas:

 1- Qual o seu nome?

2- Por que escolheu este instrumento?

3- Você acha importante reaproveitar materiais que iriam para o lixo?

4- Qual a importância desse trabalho para a sua formação?

 Finalmente peça que ele toque o chocalho para que possamos apreciar sua sonoridade.

 Sugiro que ensaie as perguntas com ele, assim no dia ele ficará mais seguro”.

No dia da apresentação, mãe e filho estavam presentes e seguiram todas as orientações, com isso o estudante, mesmo com suas limitações, conseguiu realizar seu trabalho e apresenta-lo, alcançando pontuação máxima. Pessoas como o João, nos mostram a cada dia que a Uninter é uma instituição de ensino que valoriza o potencial de cada ser humano que passa por ela, contribuindo para a formação de um mundo melhor e mais acessível.

* Florinda Cerdeira Pimentel é licenciada em música e história, especialista em educação musical e professora da área de linguagens cultural e corporal no curso de licenciatura em Música da Uninter.

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Autor: Florinda Cerdeira Pimentel*
Créditos do Fotógrafo: Arquivo CNU


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