Setembro verde: é tempo de conscientização sobre o câncer colorretal

Autor: Patrícia Carla de Oliveira (*)

Temos acompanhado pela mídia a luta da cantora e empresária Preta Gil contra um adenocarcinoma, na porção final do intestino, doença popularmente conhecida como câncer colorretal. A cirurgia de retirada do tumor e o tratamento realizado pela artista deixaram em evidência a doença que é responsável por cerca de 10% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil, sendo o terceiro tipo de câncer mais comum em homens, atrás de próstata e pulmão. O câncer é o segundo entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama, conforme os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

No mês de setembro, é realizada a campanha da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e a Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (Abrapreci) que desde o ano de 2015 fazem o “Setembro Verde”, que tem o objetivo de informar a população sobre as formas de prevenção contra a doença. De acordo o INCA, o câncer de intestino é aquele em que os tumores acometem o início do intestino grosso, região denominada cólon, e o final desse órgão, na região conhecida como reto. Transformações nas células que revestem o intestino grosso dão origem aos pólipos, pequenas estruturas que se projetam para o interior do órgão e que, se não forem removidas, podem se transformar em tumores malignos.

Fatores de risco para esse processo são a obesidade, o sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool, dieta rica em carne vermelha e alimentos processados. Ou seja, a doença está diretamente relacionada ao estilo de vida do paciente, ao longo dos anos. História familiar de pólipos e câncer colorretal, diabetes tipo 2 e doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn, são fatores que também podem aumentar o risco de aparecimento do câncer de cólon e reto.

A prevenção

A boa notícia é que o câncer colorretal é uma doença que pode ser prevenida, tendo em vista que se origina dos pólipos. Portanto, por meio da retirada dessas estruturas antecipadamente, é possível que elas não se transformem em câncer. Os pólipos podem ser identificados e removidos por meio da colonoscopia, um exame de análise da mucosa intestinal por meio de uma câmera, indicado a partir dos 50 anos de idade para pacientes sem histórico familiar e a partir dos 40 com histórico, de acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP).

No estágio inicial, a doença não costuma apresentar sintomas. Em estágios mais avançados, pode causar perda de sangue nas fezes, dor abdominal, alteração do ritmo intestinal, emagrecimento, náuseas, vômitos e anemia não explicados por outras causas.

O tratamento

O tratamento é realizado por meio da remoção cirúrgica da parte intestinal afetada e, por vezes, são necessárias sessões de quimioterapia e radioterapia. A partir dessas informações, é possível entender que a transformação dos hábitos alimentares (durante as últimas décadas, a substituição dos alimentos naturais pelos ultraprocessados, que são vistos como alternativas mais rápidas e mais saborosas pela população) têm trazido consequências desastrosas à saúde, e o câncer colorretal é apenas uma delas.

O segredo para mudar esse cenário e termos mais saúde, está na conscientização das pessoas, mas também no desenvolvimento de políticas públicas que auxiliem a alimentação dos menos favorecidos.

*Patrícia Carla de Oliveira é Bióloga, mestranda em Ciências da Saúde e professora da Escola Superior de Saúde Única da Uninter.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Patrícia Carla de Oliveira (*)
Créditos do Fotógrafo: Pixelshot


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *