Semana de Gestão 2025 discute desenvolvimento local com base em cidades inteligentes, economia criativa e economia circular
Autor: Juliana Telesse - Assistente de Comunicação Acadêmica
A Semana de Gestão 2025 reafirmou o compromisso da Uninter como promotora de debates que conectam universidade, setor público e mercado para enfrentar problemas concretos do território. Realizado entre os dias 15 e 17 de setembro, o evento reuniu especialistas em cidades inteligentes, economia criativa e economia circular, transformando evidências e experiências em entregas aplicáveis ao contexto local.
Com a participação dos palestrantes Débora Rocha Faria Jorge, Fernanda Paes de Barros Gomide, Juliana Palácios, Filipi Oliveira, Rosangela Araújo e Júnior Gabardo, os encontros abordaram três eixos temáticos complementares: Economia Local e Dinâmica: Cidades Sustentáveis; Comunicação, cidades e negócios inteligentes; e Economia Criativa.
Na abertura, o reitor Benhur Gaio destacou que empreender localmente significa fortalecer a economia do bairro, gerar oportunidades e manter talentos no território. Ele também ressaltou que inovação deve caminhar junto com responsabilidade, de forma que os negócios sejam sustentáveis, seguros e transparentes, com atenção à proteção de dados, ao impacto ambiental e ao legado para a comunidade. O professor Elton Ivan Schneider, diretor da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios, acrescentou que a Semana de Gestão é um momento para refletir além da formação técnica e compreender o papel social do profissional.
Ao longo da semana, as discussões convergiram para a ideia de cidade inteligente como processo contínuo. No primeiro dia, Fernanda Gomide, engenheira civil, apresentou a economia circular como modelo de produção e consumo capaz de prolongar a vida útil dos materiais por meio de compartilhamento, reuso, remanufatura e reciclagem. Ela destacou o conceito de mineração urbana, que considera aterros e cidades como estoques de recursos disponíveis, citando empresas como Philips e Renault, que remodelaram seus negócios para reduzir a extração de novos insumos. Para consolidar essas oportunidades no Brasil, Fernanda apontou a necessidade de marcos regulatórios claros, normas técnicas e estímulos em compras públicas.
Na mesma mesa, a professora Débora Rocha Faria Jorge, arquiteta e urbanista, reforçou que a sustentabilidade se sustenta apenas quando articula os três pilares: ambiental, social e econômico, chamando atenção também para a dimensão cultural da transformação. Ela trouxe o exemplo da marca Patagônia, que transformou seu modelo de negócio em uma prática ativista ao estimular a reparação de produtos e destinar lucros para projetos ambientais. Débora destacou ainda iniciativas locais, como bancos de materiais de construção e programas de troca de recicláveis por alimentos, evidenciando a convergência entre políticas públicas e atitudes individuais em prol de práticas mais justas e regenerativas.
No segundo dia, a professora Juliana Palácios explicou que uma cidade inteligente não é definida apenas pelo uso de tecnologia, mas pela forma como dados e ferramentas são integrados para melhorar a vida das pessoas. O conceito evoluiu de uma ênfase na tecnologia, passou pela articulação de áreas com base em dados e hoje se centra no cidadão, garantindo eficiência, transparência e qualidade de vida. Filipi Oliveira complementou com a importância da comunicação pública baseada em clareza, metas verificáveis e retorno ágil ao cidadão, evitando distorções entre intenção e entendimento.
O encerramento destacou a integração entre sabedoria ancestral, propósito e tecnologia. No campo da economia criativa, Rosangela Araújo estruturou o debate em torno de quatro eixos: editais estáveis, formação técnica, espaços compartilhados e vitrines comerciais que aproximam produção e consumo. Os números apresentados mostraram impactos em cadeias formais e informais, com geração de receita vinculada a eventos e programas que conectam cultura, design e turismo.
Já Júnior Gabardo apresentou exemplos de iniciativas que articulam educação, produção cultural e mercado, como o Boqueirão Fashion, que inclui oficinas, cursos, produções audiovisuais e exposições, além de parcerias com a rede socioassistencial para ampliar o acesso e fortalecer a economia local.
Ao longo dos três dias, os exemplos práticos associaram desenho de serviços a mecanismos de participação e medições periódicas. Casos de consulta cidadã mostraram efeitos no sentimento de pertencimento e na vitalidade urbana, com relatos de melhoria em segurança quando governança de dados, comunicação e assistência social atuam de forma integrada. O grupo destacou a diferença entre melhoria “no papel”, registrada em indicadores, e a transformação percebida pelo morador, que exige continuidade, metas de curto e médio prazos e prestação de contas frequente.
A Semana de Gestão 2025 reforçou que os grandes desafios urbanos e sociais não se resolvem de forma isolada, mas pela integração entre conhecimento acadêmico, políticas públicas, inovação tecnológica e práticas culturais. Ao aproximar especialistas e estudantes, apontou caminhos para que projetos locais se transformem em soluções de impacto econômico, social e ambiental. Mais do que um ciclo de palestras, o evento se consolidou como plataforma de formação cidadã, estimulando futuros profissionais a assumirem o papel de agentes de transformação em seus territórios.
A transmissão completa está disponível no canal do YouTube, Escola de Negócios.
Autor: Juliana Telesse - Assistente de Comunicação AcadêmicaEdição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Reprodução Youtube






