Quando a educação a distância se une à tradição no ensino

Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de Jornalismo

Foi em 2007 que a Uninter começou a transformar a vida das pessoas em São Gonçalo, cidade da região metropolitana da capital do Rio de Janeiro. A parceria que possibilitou a instalação do polo local da Uninter foi firmada com uma instituição educacional tradicional na cidade, o Centro Educacional Pereira Rocha, fundado em 1966 pela professora Merse Maria Rocha Pereira, que já formou mais de 20 mil alunos.

Conhecido como “O Pereira”, a instituição abrange todas as idades, desde a educação infantil até o EJA (Ensino de Jovens e Adultos). O gestor do polo, Rafael Siqueira, diz que “a Uninter se tornou uma extensão da escola”. A história dessa parceria ainda está fresca na memória.

“Logo que terminei minha primeira pós-graduação, em 2007, me fizeram uma proposta para abrir o primeiro polo da Uninter em São Gonçalo. Conversei com minha avó [fundadora da escola], pois sempre tive ela como um porto seguro, alguém para dar um conselho correto. Funcionávamos como complementares um do outro, ela botando os meus pés no chão e eu a tirando um pouco da zona de conforto. Em agosto de 2007, nós começamos o polo”, relata.

Além de atuar na coordenação do polo, Rafael também é diretor financeiro do “Pereira”, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de São Gonçalo (SINEPE/SG) desde 2011 e membro do Conselho Municipal de Educação da cidade.

Embora já contasse com a estrutura de quase 7 mil metros quadrados do Centro Educacional Pereira Rocha, Rafael lembra que o início da atuação na modalidade EAD (educação a distância) não foi fácil. Foram necessárias adaptações para receber a Uninter.

“Para começar o polo, precisamos fazer algumas adaptações no prédio, principalmente em questões de acessibilidade. Adquiri a antena por satélite e o receptor. Naquela época as aulas eram ao vivo e a gente gravava para os alunos que possivelmente não podiam participar, enfim, uma outra época no ensino a distância na qual tínhamos mais desafios que atualmente. Hoje, a internet e a banda larga facilitam bastante. As plataformas são bem mais práticas para o aluno estudar”.

O polo começou a funcionar com menos de 10 alunos e 2 tutores que auxiliavam os estudantes em suas atividades. “Tínhamos de ligar para o candidato a todo momento para ele não faltar porque senão perdíamos aquela entrada de aluno, aquela matrícula, naquele momento. A gente sempre buscando novos alunos, às vezes tínhamos problemas com sinal, pois a transmissão saía do ar ou ficava congelando a imagem, você tinha que contornar as situações dos alunos. Foi um aprendizado muito grande”, comenta.

Com o tempo, o polo São Gonçalo se consolidou, aumentou de tamanho e até alguns ex-alunos da Uninter que ali se formaram viraram tutores. A estrutura da escola abre espaço para o polo, por exemplo: a quadra poliesportiva coberta e o campo de futebol são utilizados no curso de Educação Física. Os laboratórios de informática e ciências, são utilizados pelas Engenharias. Outros espaços são exclusivos da Uninter.

“A gente tem a coordenação, a secretaria, a sala de atendimento aos alunos separadas da escola. A sala dos tutores também é um ambiente separado. Conseguimos ter bastante troca. O lado bom de estar dentro de uma escola é que conseguimos fazer uma via de mão dupla. Muitos dos alunos do polo são pais dos alunos da escola. E alguns alunos da escola vieram porque os pais começaram a fazer algum curso superior”, explica Rafael.

A educação a distância se coloca como uma opção de estudo relevante em São Gonçalo. “A EAD, para boa parte dos alunos, foi a única forma de realmente fazer um curso superior. A gente tem visto muitas pessoas ingressando pela possibilidade de flexibilização de horário. Infelizmente, a segurança pública aqui no estado é um fator que limita o acesso aos estudantes, a questão financeira também. Então a EAD consegue conciliar, contornar essas questões e possibilita um plano para essas pessoas”.

Promover a EAD é uma tarefa que exige novas formas de se fazer presente na vida do aluno. “Não é porque o ensino é a distância que tudo tem que ser a distância. A gente tenta ao máximo quebrar esse gelo. Nossos tutores, um grupo online com os alunos, a coordenação, a secretaria, todos conhecem os alunos um por um. Nós fazemos ‘aulões’ para nos conhecer, deixar os alunos familiarizados com o sistema. Estamos sempre dispostos a conversar com eles para tirar dúvidas, fazemos confraternizações, festas, tudo que for possível para o aluno se sentir acolhido e no ambiente universitário. A EAD faz a pessoa sair da zona de conforto e procurar fontes para estudar e crescer de vida”, finaliza.

 

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Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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