Primeira vez no Brasil, 5º Fenda Dixital aborda a IA em diferentes contextos da educação

Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação

O Congresso Internacional Fenda Dixital aconteceu pela primeira vez no Brasil, entre os dias 16 e 18 de julho de 2025. A 6ª edição, com o tema central da Inteligência artificial e os novos desafios na educação, contou com a participação das professoras Glaucia Brito e Helenice Jamur, que representaram a Uninter em momentos de mesa-redonda, sessão de trabalhos e lançamento de livro. 

Junto das docentes, o coordenador do Programa de Pós-graduação em Educação e Novas Tecnologias (PPGENT), Luciano Frontino de Medeiros, compôs o comitê científico do Fenda Dixital, que reuniu pesquisadores do Brasil, Espanha, Itália, Portugal e São Tomé e Príncipe. 

Nascido em 2016, na Galícia Espanha, onde foram realizadas as quatro primeiras edições, o evento também já passou por Portugal na 5ª edição. O “X” que carrega no nome surge da língua indo-europeia, o galego, que é a língua própria da região de origem. Este ano, foi sediado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba (PR), com apoio do Programa de Pós-graduação em Educação e coordenação do Núcleo de Pesquisa em Publicações Didáticas.  

De acordo com Glaucia, a capital paranaense é reconhecida pela tradição em inovação e políticas públicas voltadas à educação. Por isso, a escolha da cidade também reforça o papel de instituições de educação superior que são polos de pesquisa e intercâmbio acadêmico, como a UFPR e a Uninter. “Abre espaço para refletirmos sobre os desafios locais no uso da IA na educação, conectando-os a contextos digitais”, salienta. 

A pesquisadora participou da mesa-redonda A inteligência artificial e o uso de recursos educativos digitais, ao lado dos professores portugueses Celestino Magalhães e Aniela Gonçalves e o professor espanhol Miguel Ángel Prats. Gestora do Departamento de Permanência e Atendimento Acadêmico na Uninter (DPAA) na Uninter, Helenice também compartilhou conhecimentos a respeito de como a IA pode ser usada de forma estratégica para enfrentar e reduzir a evasão de estudantes, a partir da análise de dados e da personalização do apoio acadêmico. 

Para Helenice, o ponto alto do evento foi a fala do professor espanhol Manuel Area Moreira, pesquisador que foi referência para a docente na tese de doutorado defendida em 2020. Moreira acredita na incorporação de forma ativa nas atividades pedagógicas e propõe o desenvolvimento de uma alfabetização crítica para o uso de IA, para que os estudantes aprendam a formular boas perguntas, analisar criticamente as respostas, reelaborar conteúdos e refletir sobre o processo. Um engajamento intelectual para além do “copiar e colar”. 

“Vimos na fala do professor que, mais do que uma ferramenta, a inteligência artificial é (ou deveria ser) pedagogicamente disruptiva. Ela nos obriga a repensar a forma como ensinamos, como avaliamos e como nos relacionamos com o conhecimento. É uma oportunidade de mudança profunda, que exige responsabilidade, criatividade e reflexão.  O evento foi incrível por trazer olhares para a temática vindos de três países e por promover trocas significativas de conhecimento e a divulgação de pesquisas relevantes da área”, destaca Helenice, que ainda coordenou uma sessão de apresentações de trabalhos científicos. 

Glaucia, enquanto integrante do PPGENT, realizou o lançamento do livro Conectando saberes e práticas na era digital, organizado por Alceli Ribeiro, Desiré Dominscheck e Jeferson Ferro. A obra é a oitava publicação da coletânea Educação e Tecnologias, que reúne textos produzidos por professores e estudantes do programa de pós-graduação da Uninter. Dentre os assuntos apresentados, estão a inclusão digital, a aplicabilidade da IA, novas práticas pedagógicas nas diferentes modalidades de ensino, as relações com o espaço das escolas e cidades, o papel das tecnologias na promoção de uma educação mais inclusiva e a integração das tecnologias no currículo.  

“Foi uma experiência extremamente enriquecedora. Este diálogo já existe no virtual por meio de lives, palestras e mesmo grupos nos aplicativos de comunicação, mas estar em um diálogo presencial com profissionais de diferentes países amplia nossa visão sobre os desafios e as possibilidades da educação em tempos digitais. Cada realidade traz contribuições singulares, e essa diversidade de perspectivas nos ajuda a pensar de forma mais crítica e situada. A troca com colegas da Espanha, Portugal e outras regiões foi, sem dúvida, um dos pontos altos do evento”, declara a docente sobre a participação no evento. 

Embora tenha percebido avanços e crescente interesse dos profissionais em compreender o papel da tecnologia na educação, Glaucia pondera que o avanço ainda é desigual. Junto do investimento em formação continuada e pesquisas voltadas ao uso ético e pedagógico da IA, a prática depende também de outros fatores, como políticas institucionais, infraestrutura tecnológica e a formação crítica dos professores para que saibam mediar as inovações com “responsabilidade e intencionalidade pedagógica”.

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Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Arquivo Pessoal


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