Polivalente, erva-mate do chimarrão também rende caipirinha, sorvete, quibe, pudim…

Autor: Poliana Almeida – Estagiária de Jornalismo

A erva-mate foi o produto que impulsionou a economia paranaense no século 19. Em 1853, para se ter ideia, cerca de 85% da arrecadação do estado vinham do cultivo do mate. Graças ao volume de recursos, foi possível à província do Paraná se separar de São Paulo. Ainda hoje o estado concentra 87% da produção total de erva-mate cultivada no Brasil, segundo dados do IBGE de 2019.

É dessa planta que são feitos os famosos chimarrão e tereré, ainda muito consumidos em toda região Sul do país. A tradição de passar a guampa (recipiente onde se consome o tereré) faz parte da vida de Juliam Nazaré, aluno de Jornalismo da Uninter do polo de Laranjeira do Sul (PR).

O gosto pela bebida e a vocação jornalística resultou na produção do Guia do Mate, uma revista feita para o jornal Correio do Povo do Paraná. Juliam trabalha na seção de esportes do veículo e foi convidado a ser o editor-responsável pelo guia.

“Certo dia, em março, o responsável pela gráfica do Correio, o Antonio Dias, me disse durante um almoço: ‘vamos fazer uma revista sobre tereré?’. Topei e depois ampliamos a ideia para abranger a erva-mate como um todo, abordando também o chimarrão. Apesar de criarmos várias pautas, antes de produzi-las fomos nas primeiras empresas ervateiras para oferecer o produto e comprovar se ele teria potencial. E deu certo! Tanto que conseguimos trazer para o material a principal marca de erva de tereré do Paraguai – berço dessa bebida”, relembra Juliam.

A primeira edição do Guia do Mate foi lançada em julho de 2021. Ao todo, dentro da redação do Correio do Povo, são 15 profissionais envolvidos na publicação, entre editores, diagramadores, departamento comercial, impressores e distribuidores. O conteúdo produzido é extenso e bem aprofundado: “foram 15 entrevistados e 13 anunciantes”, destaca Juliam.  O material completo pode ser acessado clicando aqui.

Uninter é parte da história

Além de trabalhar no Guia do Mate e no Correio do Povo, Juliam ainda produz para o Jornal de Beltrão. Mas o jornalismo nem sempre foi sua atividade principal. “Estudei Educação Física por dois anos, mas houve problemas da instituição com o Ministério da Educação e resolvi deixar o curso. Então, no fim de 2017, eu precisava dar um outro rumo na vida e não queria parar de estudar”, recorda.

Foi aí que um professor de Educação Física indicou o curso de Jornalismo a ele. Seu gosto pela história e pelas estatísticas das competições e dos clubes futebolísticos estavam muito ligados à profissão. “Confesso que até então nunca havia cogitado fazer jornalismo e também não me considero alguém tão influenciável, mas o que ele me disse despertou em mim essa possibilidade”, confessa.

Em Laranjeiras do Sul (PR), cidade onde mora, não há cursos presenciais – é preciso viajar a cidades vizinhas. Juliam optou então pelo curso da Uninter, que tem polo na cidade, e apostou na educação a distância.

“Quando eu tinha duas semanas de matrícula na Uninter, entrei no Correio do Povo do Paraná para trabalhar meio período. Depois de uns seis meses passei para o período integral e fui me especializando com a cobertura do futsal, tanto que o tema do meu TCC foi a produção de jornalismo de futsal nos sites do Sudoeste do Paraná. Desde maio deste ano, também trabalho para o Jornal de Beltrão, comandando o Esporte”, conta.

Juliam acrescenta ainda que a sua formação, principalmente o aprendizado de jornalismo de revista, foi essencial para que tudo isso acontecesse. “As aulas sobre jornalismo de revista, sobre a objetividade do texto e o apreço que o curso procura dar para os aspectos culturais de onde o aluno está inserido – pois vários trabalhos pedem uma abordagem da cultura local – foram importantes, sem falar que o próprio polo foi um dos incentivadores do projeto, como anunciante”.

Ele ainda não está formado, mas até dezembro o diploma estará em suas mãos. Após conquistá-lo, Juliam garante que vai seguir investindo em sua carreira como jornalista esportivo e, “quando for possível, abraçar projetos como este que, creio, são importantes para demonstrar a minha versatilidade profissional, valorizando temas relevantes para a comunidade, mas que geralmente não ganham o mesmo espaço, e contribuem para o conhecimento do público”, finaliza o futuro jornalista.

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Autor: Poliana Almeida – Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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