Os desafios da pedagogia hospitalar

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo

De acordo com a Constituição Federal de 1988, a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Por isso deve ser “promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

Crianças e adolescentes que passam por doenças graves podem ter seu processo educativo interrompido. Durante períodos de internação para tratar de problemas de saúde, esses jovens ficam afastados das salas de aula.

Foi dentro dessa realidade que a pedagogia hospitalar foi criada. O profissional da área leva o ensino e a aprendizagem a crianças e adolescentes impedidos de frequentar a escola por motivos de saúde. O objetivo é garantir que eles não sejam prejudicados nos estudos.

No passado, a pedagogia hospitalar esteve inserida no contexto da educação de crianças e jovens especiais, antes de ganhar forma própria. A primeira iniciativa relacionada à educação em instituições de saúde foi desenvolvida por Henri Sellier, que inaugurou a primeira escola para crianças inadaptadas em 1935, nos arredores de Paris. A primeira classe hospitalar do Brasil foi instalada em agosto de 1950 pela professora Lecy Rittmeyer, no Hospital Municipal Jesus, localizado no Rio de Janeiro.

Eluane Mirian Santos, mestre em Ensino nas Ciências da Saúde, destaca a necessidade de formação específica para atuar no contexto hospitalar: “Esses alunos são crianças e adolescentes que estão passando por um tratamento de saúde e necessitam de auxílio para manter seus estudos”, afirma.

Ela ressalta que o trabalho é de natureza estritamente pedagógica. “Independentemente do tempo de tratamento, esse aluno vai precisar do apoio do profissional da educação para auxiliá-lo na compreensão dos processos psíquicos, sociais e cognitivos que permeiam sua vida”, completa.

Os tratamentos podem ser de curto, médio ou longo prazo. Em alguns casos, podem ocorrer internamentos recorrentes, o que também prejudicaria o processo de aprendizagem da criança. “Fazemos contato com a família e a escola da criança para que possa haver uma boa escolarização, principalmente em crianças que passam um longo período dentro de um hospital”, explica Eluane.

O profissional da pedagogia hospitalar também precisa encontrar espaço para a elaboração das emoções, pois o trabalho tem uma carga emocional bastante complexa. “Essa formação é importante em todas as escolas. Deve haver uma ligação entre o professor e o aluno para que o processo da educação não seja interrompido”, afirma.

O tema foi discutido no programa Competências e Empregabilidade, apresentado pela Escola Superior de Educação (ESE) da Uninter em 23 de fevereiro de 2022. Com a apresentação de Fernanda Meller, professora na área de educação, e a participação da gestora Giceli Wormsbecher e do coordenador da área de egressos Sidney Lara, o programa buscou ampliar a visão sobre a pedagogia hospitalar com a convidada Eluane Mirian Santos. A transmissão completa está disponível no canal da Escola Superior de Educação – aqui.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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