O resgate da ancestralidade em “O Estranho”

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo

Quais segredos e ancestralidades um local pode abrigar em sua memória? O que a história nos conta sobre o passado de ambientes que experimentaram diversas mudanças ao longo do tempo? Foi partindo dessas questões que o filme “O Estranho” ganhou notoriedade e venceu duas categorias (Melhor Direção de Fotografia e Melhor Som) da Mostra Competitiva Nacional na edição 2023 do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.

Com direção e roteiro de Flora Dias e Juruna Mallon, o longa-metragem que se passa no aeroporto de Guarulhos (SP) e arredores percorreu um longo caminho até chegar às telas de cinema. Iniciado em 2014, o projeto passou por muitas atribulações e foi gravado durante a pandemia de covid-19, em meio a diversas restrições de saúde e orçamento. “O modo de produzir ‘O Estanho’ também foi estranho. Era uma equipe muito reduzida. A gente carregava tudo para poder gravar”, conta a atriz Patricia Saravy.

Ela e parte da equipe de realizadores do filme estiveram presentes na conferência de imprensa do filme, realizada em 19 de junho no Cine Passeio, em Curitiba (PR). Exibido ao público nos dias 18 e 19 de junho, o longa-metragem busca debater a posição que os povos indígenas ocupam na região em que foi construído o aeroporto, além de abordar como diversas culturas originárias lutam para continuar a sobreviver e coexistir em locais como o aeroporto de Guarulhos.

“O filme tenta fazer esse movimento de pensar a história de uma forma mais horizontal, em que as micro histórias vão compondo o macro, assim como pensar a história num lugar de indefinição, onde a pesquisa encontra mais questionamentos do que conclusões”, afirma Juruna.

A também diretora Flora Dias destaca a importância da pesquisa histórica, que contribuiu para a construção do filme. “Muitas pessoas, que têm outras vivencias, precisam se debruçar sobre uma pesquisa histórica para se entender no mundo. É um pouco o que gente vive nesse país, de tentar retomar e escavar para a gente poder se entender melhor e não somente sucumbir e aceitar o que nos é entregue como narrativa oficial”, explica.

“O Estranho” foi exibido durante a Mostra Competitiva Nacional da edição 2023 do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. A Uninter é uma das patrocinadoras do festival, e a Central de Notícias Uninter (CNU) fez a cobertura de todos os dias do evento. Confira todas as matérias neste link.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Divulgação e Leonardo Tulio Rodrigues


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