O que enfrentam as mulheres contemporâneas no mercado de trabalho

Autor: Nayara Rosolen - Jornalista

O que é ser uma mulher contemporânea? Na campanha “Ser Mulher Contemporânea é…”, lançada no dia oito de março no Instagram do curso de bacharelado em Administração da Uninter, os professores colocaram a questão para reflexão. As mais diversas definições foram enviadas pelos seguidores durante o mês, que é marcado pela luta das mulheres e lembra a necessidade ainda tão atual de debater o papel e a participação delas nas diversas esferas da sociedade.

“Ser quem e o que ela quiser”, “ser resistente e lutar por seu espaço”, “poder dar voz às suas vontades e desejos”, “ser dona de si e do seu corpo”, “ser livre para fazer as próprias escolhas”, “entender que você é mais que um rótulo”, “confiar em si mesma e no seu potencial” e “saber que muito foi conquistado e que há muito mais ainda a ser”, são algumas das respostas que compõem o mural criado pelo corpo docente.

Justamente por saber que muito já foi conquistado, mas que ainda é preciso lutar por seu espaço, é que o 5º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 diz respeito a “alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas” e o 10º ODS aborda a redução de desigualdades.

Foi a partir destes ODS que a coordenação da graduação, sob comando da professora Vanessa Rolon, e a professora Aline Purcote organizaram a Mesa Redonda: Mulheres Contemporâneas – Histórias e Desafios. A live foi transmitida na noite de 31 de março, no canal do Youtube do curso.

Além do diretor da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios (ESGCN), Elton Schneider, os professores Ademir Bueno, Rafaela Almeida e Rosinda da Silva estiveram presentes e participaram do bate-papo. Assim como alguns estudantes que acompanharam presencialmente em uma sala do telepresencial, no campus Garcez da Uninter.

Empreendedoras de sucesso

Uma das esferas de ocupação em que as mulheres ainda buscam espaço e respeito é o mercado de trabalho, principalmente quando se trata de cargos de liderança, quando atuam como empreendedoras e são donas de seus próprios negócios. Por isso, segundo a coordenadora Vanessa, é preciso que esses temas sejam trabalhados com os futuros administradores e gestores, desde a formação, com a consciência dos desafios e impactos que têm para a sociedade como um todo.

“Acreditamos e trabalhamos para esse perfil profissional do egresso, que seja um cidadão ciente das necessidades, dos desafios e do que a sociedade espera. Não é fácil, não será revertido da noite para o dia, mas é um processo que ao longo do tempo vai acontecer. Esse é o nosso objetivo”, salienta Vanessa.

Para compartilharem seus percursos profissionais e debater os desafios e dificuldades que encontram no dia a dia, na administração de seus negócios, quatro mulheres foram convidadas para o evento.

Maria Cristina Cavassin trabalhou como professora por 32 anos na rede pública estadual de ensino do Paraná e durante o percurso encontrou uma nova vocação como cabeleireira. Apesar de deixar as escolas, a paixão por ensinar continuou no salão de beleza, onde instruiu outros profissionais de Colombo (PR). A empreendedora, que começou o negócio na sala da casa da mãe, investiu no conhecimento e foi vencedora da 16ª edição do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios nível Paraná e nacional na categoria Microempreendedora Individual (MEI).

Thais Romfeld de Lima é a primeira mulher produtora de gim no Brasil. No entanto, a profissional precisou passar por uma jornada de construção de autoconhecimento no campo do Direito, sua primeira área de formação, até conhecer o destilado em uma viagem à Las Vegas, nos Estados Unidos. Instigada pela curiosidade de produzir a bebida artesanalmente, Thais se especializou e hoje tem a própria fábrica e destilaria em Colombo (PR).

Mariana Pelozio teve sua primeira formação em Administração e passou boa parte da carreira trabalhando na área de tecnologia a partir de uma especialização em marketing, mas sempre gostou de cozinhar e empreender. Hoje, chef de cozinha e sócia do restaurante paulista Duas Terezas, a profissional já participou de alguns realities shows de gastronomia e sente o preconceito de uma função vista como feminina dentro do lar, mas que ainda é predominantemente masculina no mercado de trabalho.

Ana Paula Oliveira é estudante do curso de Administração da Uninter e enfrenta uma tripla jornada, conciliando os estudos, o trabalho e a maternidade. A acadêmica atua como atendente de locação de imóveis e hoje também é mãe da Laura, de apenas quatro meses e meio. De acordo com Ana Paula, a rede que apoio que possui é fundamental, mas com o papel de mãe também surgem diversas novas demandas e transformações.

As empreendedoras abordaram o tema de forma a empoderar e promover a inclusão social de mulheres, a partir das experiências individuais, mas com desafios e barreiras tão próximos.

“Estamos com futuros administradores, gestores e líderes que vão estar nas empresas daqui uns dias e vão precisar pensar para reduzir as desigualdades, incluir as mulheres no mercado de trabalho. Foi superbacana, superou as expectativas do que a gente tinha preparado, acho que foi muito além. A gente conseguiu plantar aquela sementinha, o que era a nossa ideia, para que todo mundo comece a pensar nessa ODS de uma forma diferente”, garante a professora Aline, que está à frente do projeto.

O evento completo continua disponível para livre acesso.

Projeto premiado

A campanha realizada faz parte do projeto de extensão da graduação, que iniciou ainda em 2019, com o Projeto de Extensão para o Desenvolvimento Sustentável (PEDS), a princípio apenas para os estudantes da modalidade presencial de Administração. Dois anos depois, o PEDS recebeu o Prêmio Sesi ODS.

“Nós priorizamos a aplicabilidade dos ODS (…) Diante dos resultados e da transformação que se deu, inclusive na vida dos estudantes, resolvemos também implantar na educação à distância (EAD)”, explica a coordenadora Vanessa.

Com a ampliação para estudantes da EAD, o projeto também foi reformulado e intitulado Formação do Gestor Contemporâneo. No ano de 2022, conquistou o prêmio Sesi ODS pela segunda vez consecutiva.

Em dezembro do mesmo ano, o trabalho desenvolvido também foi um dos três premiados “com louvor” na 2ª edição do Prêmio da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (ANGRAD).

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Autor: Nayara Rosolen - Jornalista
Edição: Larissa Drabeski


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