O que buscam os estudantes da nova geração?

Autor: Nayara Rosolen - jornalista

Para atrair os melhores alunos de cada geração à docência, é preciso que tenham a perspectiva de valorização social. Essa é uma afirmação do doutor em Ciências Humanas e sócio consultor da Hoper Educação, João Vianney.

O profissional mostra que de 2012 para 2019 a idade média do calouro na educação a distância (EAD) caiu de 30 para 20 anos. No entanto, a cada nova turma, existem estudantes com novos perfis, novas tecnologias, um novo jeito de viver, de ensinar e de aprender. Para Vianney, o sucesso depende do caminho da instituição de ensino superior junto à sociedade. É preciso saber quem é este aluno, o que busca e como quer estudar.

As dificuldades começam ainda na educação básica, pois “temos um problema crônico no Brasil (…) a nota de corte de quem entra na licenciatura é a mais baixa no Sistema de Seleção Unificada (SiSU), no Programa Universidade Para Todos (Prouni) e no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies)”, aponta.

De acordo com Vianney, para reverter este cenário, é preciso uma “política pública e indutora, com plano de carreira, suporte de tecnologia e motivação”. Alguns pontos citados, além de uma remuneração digna, é a maior carga didática para os estudantes e a qualificação permanente dos docentes. “Isso faz a diferença acontecer”, garante o consultor.

“Fiquei muito feliz quando vi o professor Benhur [Gaio, reitor da Uninter] colocando a perspectiva que estão tendo de modernização tecnológica e de transformação didática para estar em sintonia com a sociedade”, comenta.

Vianney acompanha o desenvolvimento e comportamento especialmente dos estudantes jovens, que atualmente apresentam algumas características específicas: escrevem com os polegares, devido aos smartphones; querem respostas em tempo real, com a disseminação dos aplicativos de mensagens instantâneas como o WhatsApp; exigem dos professores soluções melhores que as disponíveis nos aplicativos; vivem a vida em vídeo, chamada pelo profissional de videalização; e o campus só faz sentido para ações que não têm efetividade no mundo digital.

Pioneirismo e referência na EAD

A Uninter faz parte do movimento de democratização do conhecimento e difusão da educação mesmo nos cantos mais distantes e de difícil acesso do Brasil, por meio da EAD.  Em 2021, 72,8% dos ingressantes da educação superior no país foram na modalidade a distância e 15 estados brasileiros já têm mais de 50% das matrículas na graduação EAD. Ainda de acordo com o profissional, havia 1.350 cidades brasileiras que possuíam polos com estudantes matriculados em 2014. Já em 2021, o número de municípios cresceu para 2.950.

O ensino superior a distância no Brasil cresceu 474% entre 2011 e 2021 (dados do Censo da Educação Superior) e a preferência nacional pelo EAD está relacionada com algumas vantagens, como a possibilidade de estar em todos os lugares, a ampliação do catálogo de cursos, a flexibilidade e os modelos que se encaixam com o gosto do aluno.

“A Uninter é parte muito importante dentro desse movimento (…) ainda não acabou, ainda se pode fazer a expansão de produtos, de polos, de alunos e de áreas. Isso é muito importante, até para o corpo docente sentir a segurança de que o trabalho vai avançar com qualidade. O novo aluno EAD é cada vez mais jovem. Quando a Uninter começou a fazer EAD, os alunos tinham 35, 40, 45 anos quando começavam o curso. Era aquele aluno que não tinha conseguido fazer faculdade. Hoje, 20 anos depois, é um aluno jovem. Mudou o perfil completamente, e isso muda o jeito de ensinar e aprender”, conclui.

Inteligência artificial: proibir ou dominar?

Uma das novidades presentes na nova geração citadas por Vianney é a inteligência artificial (IA), por meio de ferramentas como a ChatGPT, com um modelo de linguagem capaz de criar textos. Conforme noticiou o G1, o robô é uma preocupação para profissionais da educação pela capacidade de “facilitar plágios, desestimular o senso crítico dos alunos e fornecer respostas imprecisas”. Isso levou instituições de ensino dos Estados Unidos e da Europa a banir o uso por estudantes.

Ainda assim, especialistas enxergam possibilidades de utilizar a ferramenta de forma saudável, como o planejamento de estudos e montagem de cronogramas, resumo de conteúdo, resolução de provas antigas de vestibulares, para testar conhecimentos, como ponto de partida para um projeto, treinar novos idiomas, entre outros. Vianney diz que o melhor caminho não é proibir, mas sim dominar e dar melhor direcionamento para a utilização.

“Para o professor, é um desafio. Para o aluno, uma oportunidade, que pode usar para o mal, como cola, ou para o bem, para a aprender mais (…) o desafio é criar uma educação que incorpore a IA. A solução é usar suas dimensões para alcançar mais aprendizagem. A Uninter sempre soube e saberá vencer esse desafio”, afirma o profissional.

Semana Pedagógica

Vianney falou sobre “Como atender os desafios do calouro em 2023?” na noite de abertura da Semana Pedagógica Acadêmica 2023 da Uninter, que aconteceu no Centro de Eventos do Sistema Fiep, no último dia 30 de janeiro.

Fundador da Rede Enem, que promove o acesso ao conhecimento para jovens em busca de ascensão social pela educação, o profissional acredita que a ampliação de polos da Uninter por todo o Brasil, e agora também no exterior, “revolucionou a educação brasileira. (…) A EAD deu uma chave de braço na dificuldade da educação que tinha no interior do Brasil e os números começaram a explodir”.

“Vocês são uma semente do bem, estão no Brasil inteiro atendendo a população que mais precisa, que muitas vezes nunca imaginou que teria acesso a um ensino superior de qualidade. Então, eu venho feliz. Quando participo com a Uninter, é muito legal, porque você sente a energia que vem da marca, dos polos, dos alunos, do Benhur, do Picler [Wilson, chanceler do Grupo Uninter]. As pessoas trabalham sorrindo, eu acho isso mágico”, finaliza.

A Semana Pedagógica deste ano segue até sexta-feira, 03 de fevereiro. A programação completa está disponível neste link.

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Autor: Nayara Rosolen - jornalista
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Izadora Alves Lopes e Natália Schultz Jucoski


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