O poder da fotografia em suas múltiplas interpretações

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

Produzir fotos se tornou algo comum e corriqueiro, já que todos nós carregamos máquinas fotográficas no bolso, nos próprios aparelhos celulares. Mara para quem é profissional da área, é preciso abordar a atividade com grande senso de responsabilidade. É dever de todo fotojornalista respeitar a imagem e o direito de privacidade do próximo, não ferindo ou ofendendo sua dignidade.

Nosso mundo é repleto de imagens fotográficas das mais diversas naturezas, desde a foto de nosso documento de identidade às selfies que produzimos em momentos de lazer. “É a mesma ‘fotografia’, na definição de fotografia, mas será que é de fato a mesma?”, questiona Marcia Boroski, professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Uninter e coordenadora do projeto de extensão Revista F.

A simples foto de uma maçã pode ser interpretada de várias maneiras. Alguns enxergam a fruta, mas podemos ver também o pecado, o conhecimento, e até mesmo uma marca. “Isso é completamente fascinante, essa possibilidade do objetivo e do subjetivo e desse desdobramento de conseguir retratar coisas que não são do mundo visível dos homens, como uma fotografia em preto e branco, uma fotografia como expressão, que vemos tanto dentro das artes”, pontua Marcia.

O poder de comunicação da fotografia está relacionado com o impacto que ela causa em nós ao longo do tempo. “A comunicação ocorre por meio de uma relação, de uma troca. É uma foto cuja leitura não se esgota em alguns segundos, uma imagem que pode te tocar, que te importa, aquela que ao longo do dia você vai lembrar dela, ou que ocorra um olhar demorado”, ressalta.

Quando encontramos uma fotografia que nos diz alguma coisa, podemos recordar memórias, sentir cheiros e relembrar momentos marcantes. É como se pudéssemos viver aquilo que enxergamos.

“É possível despertar um sentido ou um potencial de sentido do paladar quando eu fotografo um morango. Eu consigo mostrar toda a textura e detalhes do morango. Isso acontece por conta de vários detalhes, como a iluminação, por exemplo, que permite destacar a textura desse objeto fotográfico. São vários detalhes que fazem a diferença, como o enquadramento, profundidade de campo, velocidade, tipo de forma, cor, entre outros”, explica Marcia.

Desafios no trabalho com a fotografia

Antes de qualquer coisa, é preciso um entendimento melhor do que é o trabalho do fotógrafo. O aparelho fotográfico tem um grande potencial, mas isso não quer dizer que toda foto vai atingir esse potencial.

Cada fotógrafo exerce um olhar único sobre algo, trazendo sua bagagem adquirida ao longo de sua experiência de vida. “De que forma você vai cobrir uma manifestação, ou um ato dentro da Câmara dos Vereadores? De que forma você vai fazer uma fotografia de uma pessoa que está em uma função mais simples dentro da empresa, e da diretoria da empresa? Como você vai selecionar isso? O fotógrafo tem essa responsabilidade de tornar visível algo”, descreve Marcia.

O desafio é fazer a sua fotografia ser importante para seu público-alvo, para o seu cliente, para a visão institucional de uma empresa. É necessário pensar em como fazer o seu cliente parar, ver a sua foto e lembrar dela no final do dia. Para isso, conhecer o seu público é muito importante, pois nem sempre é preciso chocar ou causar um impacto em quem vê a imagem, coisas sutis também têm muito poder.

Marcia comenta que dentre os desafios de se trabalhar com a fotografia está a produção para redes sociais. “Em vez de contratar um publicitário, o próprio dono do negócio tira as fotos do produto e faz a publicidade (não julgo se é bom ou ruim, mas é um desafio). Também existe um fetiche do aparelho, de forma que as pessoas imaginam que é o equipamento que vai entregar, e temos que tomar cuidado com essa ideia, o aparelho não é ninguém sem aquele que opera”, salienta.

Para quem quer se aprofundar mais no mundo da fotografia, Marcia deixa algumas sugestões: a série Caçadores da Alma, a revista Zoom, e dois perfis do instagram, Everyday Brasil e Annie Leibovitz.

Marcia falou sobre a fotografia durante a última edição do programa Hipermídia, transmitido pela Rádio Uninter no dia 15 de setembro de 2021, que teve mediação de Clóvis Teixeira e Edna Chimenes. Você pode acompanhar a gravação completa clicando aqui.

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Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Reprodução/Divulgação


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