O pensamento computacional na era da Inteligência Artificial e do No-Code

Autor: *Marcelo Paranhos

O Pensamento Computacional surgiu na década de 1980 com Seymour Papert, que, influenciado por Jean Piaget, usou a programação para ensinar raciocínio lógico. Desde então, o conceito evoluiu e ganhou importância na educação e sociedade. Em 2006, Jeannette Wing ampliou esse conceito para além da programação, destacando-o como uma abordagem para resolver problemas complexos em diversos contextos.

No campo educacional, integrar a abordagem do Pensamento Analítico, Sistêmico e Computacional desde os primeiros anos também contribui para desenvolver o raciocínio lógico, a capacidade de abstração e a criação de algoritmos mentais, preparando crianças para tomar decisões e enfrentar desafios complexos na escola, no mercado de trabalho e no dia a dia com criticidade e inovação.

Hoje, plataformas no-code e low-code — que permitem criar aplicações digitais com pouca ou nenhuma programação — facilitam que mais pessoas criem e desenvolvam soluções criativas, úteis e acessíveis sem exigir conhecimento técnico profundo ou talento inato.

Além disso, a integração da linguagem natural e formatos como JSON (JavaScript Object Notation), torna a comunicação homem-máquina ainda mais intuitiva, permitindo que os usuários sejam capazes de gerar comandos e prompts com mais facilidade, ampliando a interação com a inteligência artificial e sua aplicação no dia a dia.

Hoje, a Inteligência Artificial utiliza esse raciocínio para lidar com prompts, interpretar, analisar e responder de forma coerente. Essa conexão permite que sistemas inteligentes aprimorem suas respostas, aprendendo com dados e ajustando suas ações, transformando a interação entre humanos e máquinas em um processo cada vez mais natural e produtivo.

O profissional especialista ou experiente, com talento natural, tende a executar suas tarefas com mais facilidade, rapidez e precisão, especialmente diante do arcabouço de tecnologias que estão surgindo. Por outro lado, nem todas as pessoas têm a mesma aptidão com determinadas habilidades, mas isso não diminui seu potencial criativo nem o valor de suas contribuições. Desenvolver o pensamento lógico, nesse contexto, pode impulsionar o desempenho individual e fortalecer o trabalho em equipes multidisciplinares.

Acompanhando essa tendência, empresas de tecnologia estão abrindo parte de seus códigos para a comunidade global de desenvolvedores individuais e startups. Essa abertura tem impulsionado uma verdadeira explosão de novas ideias, colaborações e soluções inovadoras em ritmo acelerado.

Em suma, a abordagem lógica para solução de problemas oferece ferramentas poderosas para lidar com as novas tecnologias, criar soluções criativas e alcançar resultados de forma lógica e eficaz. Desenvolver essas competências desde cedo prepara crianças e jovens para enfrentar os desafios de um mundo cada vez mais competitivo, utilizando a tecnologia como meio para ampliar a criatividade, o raciocínio e a capacidade de transformar a realidade.

Marcelo Paranhos é Engenheiro Mecânico e mestre em Ciências e Matemática, professor do Centro Universitário Internacional UNINTER.

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Autor: *Marcelo Paranhos
Créditos do Fotógrafo: Rodrigo Leal/Banco Uninter e Daniil Komov/Pexels


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