O desafio de prover educação de qualidade para todos

Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo

A educação de qualidade é o quarto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, pautado na Agenda 2030, documento que envolve 193 países. Entre as 17 ODS’s, que contam com 169 metas, a educação tem importância estratégica, pois permeia todas as outras áreas discutidas.

“Não é possível a gente ter desenvolvimento sustentável, prosperidade, paz, sem equidade e educação, sem oportunidade justa para todo mundo. Se as crianças e os adolescentes que são mais desfavorecidos não têm esse progresso, não têm essa chance, o desenvolvimento não vai ser sustentável”, afirma a professora Valentina Daldegan, que atua nos cursos de pós-graduação da Uninter.

A profissional ressalta que a ODS 4 contempla um ponto importante que não era visto em documentos anteriores, que é a educação infantil. A meta 4.2 desse objetivo visa “até 2030, garantir que todas as meninas e meninos tenham acesso a um desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que estejam prontos para o ensino primário”.

“A formação dessas crianças para um mundo sustentável começa por aprender valores que elas mesmas vêm na sociedade, o que elas podem fazer nesse entorno. Porque hoje não são só os pais que influenciam, as crianças também podem influenciar coisas simples que ajudam a manter o planeta sustentável. Separar lixo, economizar água, economizar luz, por exemplo”, completa Valentina.

Outro ponto importante é a meta de zerar o número de analfabetos, que hoje, no Brasil, chega a 11 milhões. “Ainda tem o problema da disparidade entre as regiões. A gente tem, por exemplo, 3% de analfabetos na região Sul e Sudeste e o triplo disso na região Nordeste e Norte”, ressalta a docente.

A professora Patrícia Ferreira aponta que nada disso é possível sem profissionais qualificados para o processo. E com a pandemia está sendo possível observar a dificuldade de muitos, que não conseguem se adaptar a situações que precisaram sem repensadas para o ensino remoto.

“Estudos mostram que para que nós alcancemos a meta de 2030 para a educação primária universal são exigidos mais de 24 milhões de professores em todo o mundo. Para que essa meta seja atingida também na educação secundária são necessários 44 milhões. Não é pouca gente, precisamos de muitos professores envolvidos”, salienta.

Thereza Lima lembra que a ODS também menciona aumentar o contingente de professores qualificados, inclusive por meio de uma cooperação internacional para sua formação. O obstáculo nesse caso seriam as diferentes línguas utilizadas em países modelos. A única maneira de se fazer isso seria com uma língua universal que sirva de comunicação para todos, que hoje é a inglesa.

“Nós temos que pegar esses professores e capacitar em língua inglesa para que eles possam futuramente ser capacitados por professores daqueles países que são mais desenvolvidos, cujos exemplos nós podemos seguir”, afirma. Ela ainda diz que a Uninter tem um departamento específico de internacionalização para os alunos, professores e colaboradores. Além de cursos da pós-graduação em metodologias de língua inglesa, e também português para estrangeiros, que vão ao encontro dessas necessidades.

As educadoras lembram que é importante pensar sobre o que significa uma educação de qualidade para todos. É preciso refletir se isso diz respeito  somente a números ou, de forma mais ampla, à questão dos processos de ensino aprendizagem.

“Quando a gente fala sobre assegurar a educação inclusiva, isso é dimensionado não só para a população de modo geral, incluindo aí as pessoas com necessidades especiais. A gente também está falando dos povos indígenas, das comunidades quilombolas, daquela população que está em regiões vulneráveis. Nós precisamos de políticas públicas que sejam mais efetivas no sentindo de a gente conseguir cumprir com esse objetivo”, conclui a professora Luciana Rodrigues.

Valentina cita o ensino a distância (EAD) como uma forma de chegar às pessoas, proporcionando a formação continuada para profissionais de todos os cantos do Brasil e também no exterior, a exemplo da própria instituição em que leciona. “A Uninter tem esse papel bonito de alcançar as pessoas que não teriam condições de outra maneira”.

O debate entre as professoras aconteceu durante a Maratona Pós-graduação Uninter Transformando nosso Mundo, no dia 17.10.2020. A live foi centrada na ODS 4, com apresentação e mediação da professora Joice Diaz. A transmissão continua disponível através do canal do Youtube do Grupo Uninter.

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Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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