O desafio de promover a urgente e necessária segurança alimentar no Brasil

Autor: Diego Alesson Alves - Estagiário de Jornalismo

A pandemia agravou muito a situação da fome em diversos países. No Brasil, houve aumento expressivo no número de pessoas que sofrem com a falta de acesso à alimentação básica.

O segundo dia do Global Meeting, evento promovido pela Uninter, abordou o tema “Segurança e insegurança alimentar e nutricional”. Mediada pela professora Fabiana da Silva Prestes, a mesa recebeu como convidados o professor Nilson de Paula, da Universidade Federal do Paraná, e a professora Carolina Belomo de Souza, do curso de Nutrição da Uninter.

O pró-reitor de graduação da instituição, Rodrigo Berté, deu início ao evento falando sobre a relação entre a produtividade agrícola e a necessidade de se manter o ecossistema de forma sustentável. O Brasil é um grande produtor de commodities agropecuárias, como a soja e o arroz, porém essa cadeia de produção está mais voltada ao mercado internacional.

Sobre a possibilidade de expansão da produção nacional, Berté destaca que existem alguns entraves, como o solo contaminado por defensivos agrícolas. Por isso a importância de se investir na agricultura familiar, que usa muito menos agrotóxicos e formas químicas de multiplicação e embelezamento de frutas.

“O morango que não tem gosto de morango. O morango hidropônico produzido em alguns lugares não tem gosto de morango. O morango deveria ser muito saboroso, mas o que se coloca, se injeta, fertilizante, é semelhante a pessoas que vão para academia e usam alguns produtos [anabolizantes] para ficarem inchados, grandes”, exemplifica.

Nilson de Paula explica que na agricultura, diferente da indústria, o produtor não aumenta sua renda apenas produzindo mais. Depende do mercado, como está a oferta e a procura de determinados produtos. No entanto, os produtores rurais dependem da indústria para adquirir máquinas e insumos agrícolas.

E a indústria trabalha com um preço fixo dos seus produtos, enquanto o produtor rural pode enfrentar uma grande variação de preços. Pensar no aumento da produtividade pode ser bom por um lado, mas se faz necessário pensar em algumas realidades resultantes desse processo. A maior oferta de alimentos não necessariamente resulta em redução de preços ao consumidor, explica Nilson.

Carolina Belomo lembra que o conceito de segurança alimentar no Brasil foi adotado na segunda Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada em 2004, em Olinda (PE), e foi reafirmado na lei orgânica de segurança alimentar e nutricional aprovada pelo Congresso Nacional, sancionada pelo presidente da República em 2006. Esse conceito consiste na efetivação do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.

A ideia de acesso aos alimentos é diferente da simples disponibilidade. Os alimentos podem estar disponíveis, mas a população mais pobre precisa ter acesso. Além disso, é importante que esses alimentos sejam consumidos de maneira digna, com toda a qualidade e higiene necessárias.

Nilson e Carolina concordam que é preciso desenvolver e implementar políticas públicas que garantam a nutrição do povo brasileiro, favorecendo a produção de alimentos com qualidade e respeito ao meio ambiente. O conteúdo da transmissão na íntegra está no canal da Uninter no YouTube, e você pode assistir, clicando aqui.

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Autor: Diego Alesson Alves - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Lucia H. Clark/Creative Commons


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