O comércio eletrônico sem segredos

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

O comércio eletrônico vem ganhando cada vez mais espaço no dia a dia das pessoas. A popularização do e-commerce, que já vinha crescendo, foi impulsionada pela pandemia de Covid-19. A facilidade de abrir o celular ou o computador, acessar um site ou um aplicativo e comprar o que você deseja, recebendo o produto em sua casa, ganhou a preferência das pessoas, em vários nichos.

Por ser uma modalidade de negócios em que as transações são realizadas totalmente online, a importância econômica e social do e-commerce aumentou consideravelmente durante o isolamento social. O receio inicial era o de comprar e não receber, ou receber um produto errado. Mas existem leis que amparam o consumidor. Além disso, é possível verificar a credibilidade do comércio em que se está comprando.

O professor Ricardo Alexandre Zanardini fala sobre os benefícios do e-commerce para o consumidor. “É possível ter várias páginas de itens, comparar preços, entrega, todo o histórico de reclamações da loja, e existe o código de defesa do consumidor, onde a pessoa tem 7 dias para desistir da compra sem precisar dar explicações. O consumidor tem toda uma garantia”, afirma.

Outra questão que sempre gerou dúvidas foi relacionada ao custo do frete. Mas, para Zanardini, esse é um valor que compensa. “Existia uma preocupação com o frete, mas pensando no tempo de deslocamento, no risco e no custo de ir de carro, o valor do frete se justifica pela vantagem de receber em casa”, ressalta.

Para o empreendedor, o comércio eletrônico tem um investimento baixo e uma visibilidade muito maior. “Para fazer isso, existe a possibilidade de abrir uma MEI (microempreendedor individual), a pessoa consegue ter um CNPJ, abrir uma conta bancária, entre outras vantagens. Existe toda uma garantia legal e o imposto é um valor fixo. Existe a possibilidade de trabalhar com e-commerce de uma forma bacana”, completa Zanardini.

Além de construir o próprio site, é possível utilizar plataformas de venda, como o Mercado Livre, por exemplo, onde paga-se uma porcentagem para esse ambiente de gestão e hospedagem, mas o empreendedor não tem os gastos de manutenção de um site.

O e-commerce está em alta, não só em função da pandemia, mas pela agilidade e necessidade de receber produtos rápidos. Para o aluno de Engenharia de Produção da Uninter Wagner Chiochetta, graduado em administração e especialista em gestão da produção, quem deseja trabalhar com e-commerce deve fugir da informalidade e buscar se registrar como MEI ou ME (microempresa).

Sobre a diferença do e-commerce para a empresa física, Wagner diz que são realidades diferentes. “A pessoa que quer começar, geralmente começa com um baixo investimento. O que se recomenda é não investir, em um primeiro momento, em marketing digital, é recomendado sentir o que dá mais retorno, e, principalmente, definir o nicho de mercado”, destaca.

É importante pensar em qual é o seu diferencial para ter sucesso no comércio eletrônico. “Se o empreendedor pensa em vender eletrônicos, deve pensar que já existem empresas muito grandes fazendo isso, com bons preços, estrutura, atendimento e logística”, pontua Wagner.

Se não houver um diferencial, seu negócio está fadado ao insucesso. No início, não é preciso muita formalização, em buscar um plano de negócio, por exemplo, mas é preciso determinar qual o seu nicho, o seu consumidor, o que você está vendendo e como você pode se diferenciar.

É preciso buscar seu cliente e, a partir dessa seleção, buscar suas estratégias de venda através da mídia digital. Existe o Facebook, o Instagram e outros  aplicativos, além do Google Ads. A partir disso, é importante analisar onde há mais retorno e direcionar o investimento em anúncios.

Do físico ao digital

Nos últimos anos, diversas marcas grandes fecharam as lojas físicas e ficaram apenas no ambiente online. Zanardini explica o porquê: “Para manter um negócio físico, é preciso um grande investimento, gastar com aluguel, segurança, funcionários, layout, estoque, entre outros. O risco é grande. Dependendo da área que a pessoa escolhe, o comércio eletrônico é bem mais vantajoso e o retorno é mais rápido”, salienta.

“O mais importante de tudo é o atendimento individualizado, a confiança. As pessoas buscam esse contato mais humano. O comércio eletrônico facilita muito isso, e possui vantagens por ter um baixo custo e a possibilidade de começar de uma forma regulamentada”, completa Zanardini.

No e-commerce, não é preciso estoque para começar. Mas, para Wagner, alguns pontos precisam ser bem pensados. “Deve-se buscar fornecedores e mapear o mercado, pensar no sistema de entregas, dependendo do correio e de transportadoras que podem atrasar, e não depender apenas de um fornecedor”, diz.

“Os fornecedores são fundamentais, não é fácil. Geralmente, quando se compra algum produto, existe uma compra mínima, não se pode adquirir uma unidade só”, acrescenta Zanardini. “Esses pequenos detalhes exigem cuidado. Quanto menos estoque, melhor, mas percebendo quais produtos vendem mais ou menos, alguns itens podem virar estoque”, conclui.

O estudo do mercado é importante para identificar o que tem demanda, pois alguns itens para o comércio eletrônico não são ideais. É fundamental essa escolha, identificar o que tem procura e pouca concorrência, para achar o nicho certo.

Ricardo Alexandre Zanardini e Wagner Chiochetta debateram o e-commerce no programa Nas Ondas da Politécnica, da Rádio Uninter, no dia 3 de dezembro. O professor Guilherme Lemermeier foi o mediador. Você pode acompanhar a gravação completa clicando aqui.

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Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Pexels


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