COMPLIANCE

O combate à corrupção começa dentro das empresas

O império das empreiteiras caiu diante de denúncias de corrupção com a Operação Lava-Jato. Já estamos na 56ª fase da investigação que, na maioria dos casos, investiga os chamados “crimes de colarinho branco”. Políticos, banqueiros e donos de empreiteiras estão presos. Os motivos são crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e ocultação de patrimônio. Para mudar esse cenário, nos últimos anos diversas empresas passaram a investir em práticas de governança corporativa.

Entre os meses de setembro e novembro deste ano foi realizado um ciclo de palestras pela Associação das Empresas da Cidade Industrial de Curitiba (AECIC). Ao todo, 11 encontros aconteceram. Professores e coordenadores da Uninter apresentaram temas relacionados ao desenvolvimento do setor industrial e empresarial do país. Um dos temas mais instigantes, governança corporativa e compliance, foi abordado por Neide Borscheid Mayer, coordenadora do curso de Ciências Contábeis da Uninter.

A governança corporativa começa a partir do conselho de administração da empresa, com a definição dos objetivos e dos valores éticos (posicionamento da organização). A decisão para implementar estes princípios vem dos acionistas (donos do capital).

O propósito é monitorar e controlar a empresa. “É uma forma de gerir as empresas a partir de quatro princípios: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa”, explica Neide.

Princípios da Governança Corporativa

De acordo com Neide Mayer, a transparência implica divulgar para os colaboradores, stakeholders, investidores, bancos, governos e clientes informações que não são apenas as obrigatórias por lei. A equidade significa tratar todas as pessoas nas mesmas condições e sob os mesmos princípios.  Já a prestação de contas (accountability) é a cobrança da responsabilidade e dos deveres dos diretores. Por último, a responsabilidade corporativa implica na interação da empresa com a sociedade de maneira ética.

Compliance é fazer com que todos os funcionários trabalhem de acordo com o que determina a regra, agir de acordo com as normativas internas e externas”, explica a coordenadora do curso de Ciências Contábeis da Uninter.  O compliance é um mecanismo que está dentro do processo de governança corporativa.

“O código de ética em empresas sempre existiu. Mas em 2015 começou um novo processo, com a lei anticorrupção, e agora não só as pessoas que cometem atos antiéticos (crimes) são punidas, mas também a empresa e seus superiores”, lembra Neide.

A Lei 12846/2013, conhecida como lei anticorrupção, entrou em vigor em 2015 e pode responsabilizar pessoas jurídicas por atos de corrupção dos colaboradores contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

A governança corporativa é uma ferramenta administrativa que permite aumentar a visibilidade mundial das empresas nacionais, criando um valor maior de mercado. O Brasil vem passando por um momento de “transformação moral” nas instituições públicas e privadas, e investir em práticas éticas e responsáveis no controle da atuação de empresas privadas é uma parte essencial desta transformação.

 

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Autor: Evandro Tosin – Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König / Revisão Textual: Jeferson Ferro


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