Neuromarketing investiga a essência do comportamento do consumidor

Autor: Diego Alesson Alves – Estagiário de Jornalismo

Entender a mente humana é um dos desafios mais intrigantes da ciência, e atrai pesquisadores de diversas áreas do conhecimento. A neurociência é uma das áreas que se dedica a estudar o cérebro e como ele influencia o comportamento das pessoas.

O marketing enxergou na neurociência um novo caminho para compreender o raciocínio das pessoas enquanto consumidoras. A partir disso surgiu o neuromarketing, que pretende estudar a essência do comportamento do consumidor, tendo Gerald Zaltman como pioneiro no início dos anos 2000, nos Estados Unidos.

A professora Shirlei Miranda Camargo, doutora na área de administração com especialização em estratégia de marketing e pesquisadora de neuromarketing, explica que essa área de estudo busca entender a opinião real do consumidor, indo até o âmago de seus desejos. Ainda bastante utilizadas, as pesquisas de opinião não conseguem revelar os verdadeiros motivos que determinam os comportamentos das pessoas, pois muitos outros fatores acabam por influenciar as respostas das enquetes, explica Shirlei.

O neuromarketing se concentra no aspecto emocional, já que os sentimentos são decisivos no momento da escolha por um produto e também impulsionam o desejo da compra. Não é à toa que as companhas publicitárias exploram apelos emocionais.

Shirlei enfatiza que acontecimentos que causam forte emoção são mais propensos a serem gravados na memória. Da mesma forma, as propagandas também conseguem maior êxito quando alcançam os sentimentos, pois conseguem ficar fixadas nas lembranças. Assim, o consumidor vai lembrar da marca na hora de comprar.

Os estudos realizados pelo neuromarketing buscam ainda entender as necessidades reais dos consumidores, para que o mercado se prepare conforme essa demanda. Dentro disso, é necessário manter a ética do marketing, sem “criar” uma necessidade, mas apenas trabalhando o desejo, explica a professora.

Em seus estudos, o neuromarketing utiliza equipamentos de observação do consumidor, como o eye tracking, que são óculos que filmam o movimento dos olhos. Dessa forma, conseguem traçar “o caminho do olhar” quando o cliente entra em uma loja. Assim o comerciante identifica os pontos privilegiados para colocar anúncios e produtos.

Outro recurso é o eletroencefalograma, que pode ser usado para analisar a atividade elétrica cerebral espontânea, captada através da utilização de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo. Existem ainda equipamentos que conseguem medir os batimentos cardíacos, analisando a expressão das emoções. Shirlei lembra que essas observações são feitas sempre com o consentimento do consumidor.

Shirlei Miranda Camargo falou sobre o assunto no programa Negócios e Tendências, da Rádio Uninter, mediado pela professora Aline Eberspacher. Confira o conteúdo na íntegra clicando aqui.

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Autor: Diego Alesson Alves – Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Cottonbro/Pexels


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