Mulheres são maioria em cargos de liderança na Uninter, acima da média nacional

Autor: Nayara Rosolen - Jornalista

As mulheres ocupam apenas 37,4% de cargos gerenciais no Brasil, segundo a Estatística de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgada em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o Relatório Global de Gênero do Fórum Econômico Mundial mostra que a disparidade entre gêneros só acabará dentro de sete décadas na América Latina e Caribe. No ranking de igualdade entre homens e mulheres em 156 países, o Brasil aparece na 93ª colocação.

“Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas” faz parte do 5º eixo dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU, parte da Agenda 2030. Uma das 169 metas a serem alcançadas é “garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública”.

Enquanto em nível global a igualdade de gênero é um caminho longo e incerto, assim como são grandes os obstáculos às mulheres para ocupar cargos de liderança, na Uninter o domínio feminino já é uma realidade. Dos 1.577 colaboradores da instituição, 932 são mulheres. Ou seja, elas respondem por 59% do quadro funcional do Grupo Uninter.

As mulheres também são maioria nos cargos de liderança, ocupando 102 das 202 funções de diretoria, gerência e coordenação. Isso significa que 50,5% das funções com poder decisório estão nas mãos delas, índice bem acima dos 37,4% da média nacional. Destaque para as coordenações de cursos ou de áreas administrativas, nas quais elas estão presentes em 92 das 167 ocupações.

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, algumas delas relatam os desafios que encontram na trajetória de seus respectivos cargos de liderança e a importância de as mulheres ocuparem funções decisórias em todas as esferas da sociedade. Agora, você vai conhecer a história e os desafios de algumas dessas bravas mulheres que ajudaram a Uninter a ser uma gigante da educação brasileira.

Da lavoura de café para a diretoria financeira

Marlene Telles compõe o quadro de oito diretores da instituição, no cargo de diretora financeira. Na Uninter há mais de 13 anos, ela já passou pelas funções de controller, de 2008 a 2010, e gerente de controladoria, de 2010 a 2019. Antes de sua chegada, ela já possuía mais de duas décadas de experiência nas áreas financeira e contábil. Com o rápido crescimento do Grupo Uninter, seus desafios foram aumentando.

Mudanças precisavam ser feitas e processos, readequados. Para superar as resistências encontradas pelo caminho, ela usou suas “armas”. A começar pela postura forte herdada da mãe, dona Dilla, que criou as cinco filhas para estudar e conquistar um futuro melhor do que passar a vida “puxando enxada” na roça. Terceira entre as cinco irmãs de uma família de descendentes italianos, Marlene trabalhou em lavoura de café até os 14 anos.

Outra “grande arma” que Marlene procura usar com frequência é o conhecimento. A diretora financeira se formou em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e foi a primeira filha de dona Dilla a ter um curso superior. Com a graduação quase concluída, conquistou uma vaga de analista de contabilidade em uma multinacional norte-americana, onde permaneceu por 23 anos. Hoje, com mais de uma década na Uninter, é fascinada pelo objetivo da instituição. “A educação mudou minha vida!”, enfatiza.

“Tendo o conhecimento sobre a sua função, sendo qual for, você enfrenta qualquer desafio sem medo. Deus nos concedeu o dom da sabedoria, igualmente para homens e mulheres, temos de usá-la sempre, buscando aperfeiçoamento constante”, diz. “As informações estão aí em nossas mãos. Hoje não é necessário esperar os boletins informativos impressos para sabermos das mudanças de lei, como acontecia quando eu comecei”, pontua.

“Hoje temos a internet, cursos online disponíveis gratuitamente, cursos de excelência de nota 5 na Uninter, aproveite”, salienta. Com uma trajetória profissional de 44 anos, a diretora dá um conselho que sempre a guiou ao longo da vida: “busque o conhecimento e não tema o futuro”.

As mãos que fazem a ponte com o MEC

 

 

 

 

 

 

Também está sob o comando de uma mulher a Pró-Reitoria de Assuntos Institucionais da Uninter, responsável por fazer a ponte com o Ministério da Educação na prestação de contas. Além do vínculo estreito com todas as áreas da instituição, a pró-reitoria ainda coordena, executa e supervisiona as atividades acadêmicas e administrativas de 18 setores cruciais na relação direta com os estudantes, 10 deles liderados por mulheres. Da reclamação ao elogio, da matrícula à formatura, tudo passa por um desses setores. A professora Denize Carneiro de Campos está à frente de todas essas atividades.

“Parabéns às colegas da Pró-Reitoria de Assuntos Institucionais, parabéns a todas as colegas da Uninter, nossa casa de educação e trabalho. E parabéns a você, mulher, quem quer que seja e onde quer que esteja neste mundo: mãe, parceira, operária, empresária, mestra e aprendiz, ensinando a superação do sofrimento, a persistência do amor e a sabedoria de ser feliz”, enfatiza Denize.

Uma líder na conquista de direitos

Duas das seis escolas superiores da Uninter são comandadas por mulheres: a Escola Superior de Educação (ESE), sob direção da professora Dinamara Machado, e a Escola Superior de Gestão Pública, Jurídica, Política e Segurança (ESGPPJS), liderada pela professora Débora Veneral. Para Débora, a Uninter é uma empresa diferenciada por dar oportunidade para tantas mulheres exercerem vários ofícios e funções, incluindo os cargos de liderança.

“Tivemos avanços significativos nos últimos anos com muitas conquistas e direitos adquiridos no âmbito feminino. Esse aumento da inserção e ascensão das mulheres no mercado de trabalho trouxe copiosos desafios, incluindo a validação da capacidade laborativa femininas e ainda os entraves de ordem cultural. Porém, com suas características peculiares, as mulheres têm superado diuturnamente essas adversidades e contribuído com resultados diferenciados para as empresas”, diz a diretora.

“Ser líder de 25 mil alunos e aproximadamente 80 colaboradores na Uninter, a maioria mulheres, além de uma dádiva é uma oportunidade única de experienciar o que cada uma delas tem a contribuir com o crescimento da instituição. Neste dia especial, o olhar deve se voltar à alma feminina que tem, além da competência laborativa, a essência humana capaz de transformar vidas por intermédio da educação”, salienta Débora.

Uma gigante dentro de uma gigante

A Uninter é uma das gigantes da educação superior brasileira, com mais de 350 mil estudantes matriculados. Desses, 140 mil estão vinculados à Escola Superior de Educação, dos quais oito entre 10 são mulheres. Diretora da ESE, Dinamara Machado lembra que o espaço conquistado pelas mulheres nas últimas décadas revela uma sociedade em “mudança inicial” que precisa ser aprofundada ao longo dos anos.

“Comemorar determinada data [Dia Internacional da Mulher] demonstra este momento inicial, pois ainda é necessário um dia específico para lembrar da importância da mulher na sociedade”, observa Dinamara. Segundo ela, “a mulher contemporânea, e na cultura ocidental, carrega o manto da doçura angelical, daquela que abdica em prol do próximo, daquela que recebe flores, daquela que possui três turnos e ainda é a culpada dos problemas familiares por sua ausência”.

A diretora pontua que, ao assumir uma liderança, deve-se lembrar com respeito o passado construído, na perspectiva de que as gerações atuais e futuras consigam vencer o preconceito estrutural e possam, para além do estado biológico de origem, vivenciar que as diferenças entre homens e mulheres não podem servir de desculpas para a continuidade das desigualdades sociais.

“Ser uma mulher na postura de liderança consiste em compreender os sonhos de 80% dos estudantes do ponto de vista biológico e fisiológico feminino, que são acompanhadas por 106 professoras e profissionais de apoio docente, lideradas por 5 coordenadoras. Enquanto do ponto de vista biológico e fisiológico masculino, são 2 coordenadores e 47 professores e profissionais de apoio docente. Uma polarização necessária que uma mulher teve a opção de fazer para empoderar novas mulheres, e quiçá um dia possamos ter uma sociedade para além dos rótulos”, conclui Dinamara.

O desafio de integrar mais de 720 polos

Também coube a uma mulher o desafio de liderar a Escola de Polos da Uninter, que abarca uma rede de mais de 720 polos de apoio presencial espalhados por todo o Brasil e 12 unidades em outros quatro países. Neles atuam uma média de três mil colaboradores distribuídos em todo o país e no exterior, além de mais de mil colaboradores do setor acadêmico nas sedes da instituição em Curitiba (PR).

Sob a liderança da professora Francieli Castro, a Escola de Polos mantém o relacionamento dessas unidades com todas as áreas do centro universitário, apoiando e desenvolvendo programas de formação que promovam o desenvolvimento e o engajamento dos colaboradores.

Os programas de formação se iniciam com momentos de integração acadêmica e se estendem até os programas de formação continuada específicas, contabilizando mais de 10 mil horas de formação síncronas e assíncronas. Além dos eventos da Semana Pedagógica e das Jornadas Acadêmicas, que reúnem mais de 600 interações simultâneas nas salas de transmissão e conferências.

“Tudo isso só é possível de ser exercido devido ao apoio e respeito que recebo diariamente em meus diversos papéis, o que faz com que eu me sinta ainda mais empoderada e capaz”, diz a coordenadora de operações acadêmicas.

“Entendo que meu papel é de liderar com sensibilidade e motivação, pois me sinto apoiada e representada por meio de uma rede de mulheres engajadas que ocupam cargos de liderança cada vez mais representativo na empresa. É um orgulho poder dizer que me sinto reconhecida e valorizada pela pessoa que sou e pelo trabalho que posso desenvolver na Uninter”, finaliza Francieli.

A mulher à frente da cultura da integridade

Desafios não faltam no departamento jurídico de uma organização do tamanho do Grupo Uninter, seja pela própria complexidade de lidar com toda gama de negócios, seja pelo dinamismo característico de cada uma delas e cada segmento do grupo. “Para enfrentá-los, é preciso estar atento às necessidades de cada negócio, conhecê-los profundamente, criar estratégias para lidar com os riscos deles inerentes e conciliar a segurança jurídica que se espera do departamento com a vontade de realmente ajudar, de contribuir para a geração de negócios e acompanhar as novidades, de forma ágil e atenta”, afirma a gerente do departamento jurídico corporativo e compliance officer da companhia, Carolina Rodrigues Gomes do Amaral.

Segundo ela, é fundamental entender e administrar os riscos existentes, identificar as oportunidades e, de fato, tornar a área jurídica geradora de resultados relevantes. “Por ser assim, para além do conhecimento técnico e da capacidade de antecipar soluções e administrar a pressão, é preciso ter boa comunicação, consistência nas análises, flexibilidade, escuta ativa e, certamente, uma atitude positiva e proativa”, pondera Carolina. “Na Uninter, para enfrentar os enormes desafios, a gestão jurídica conta com uma equipe motivada, envolvida, com brilho nos olhos e que busca encantar seus clientes internos”, complementa.

De acordo com Carolina, um dos grandes desafios dos últimos anos foi a implementação do Programa de Integridade. “É algo grandioso, que não pode ser encarado como sendo de uma área ou de uma pessoa dentro da empresa, mas sim uma estratégia, uma forma de gestão, uma cultura corporativo-organizacional, que busca um ambiente saudável e comprometido com a conformidade, um valor minimizador de riscos empresariais”, argumenta.

À frente de sua equipe, a gerente jurídica tem o trabalho diário de garantir que a cultura da integridade esteja permeada por toda a companhia, que as estratégias do programa sejam promovidas de forma a realmente sensibilizar e engajar todos os colaboradores na adoção de atitudes éticas, em perfeita sintonia com as determinações legais e as boas práticas. Que reflita também nas relações do Grupo Uninter com seus clientes e parceiros de negócios, bem como com na comunidade em que está inserido.

“Na Uninter, trilhar esse caminho tem sido favorecido pelo engajamento e suporte da alta administração e pela disposição e apoio de todos os colaboradores. Felizmente, o compliance no Grupo Uninter é um caminho sem volta”, finaliza Carolina.

Liderança feminina e premiada

Mais uma líder mulher está no setor de gestão de relacionamentos da Uninter. Cristiane Correa possui 23 anos de experiência na área de gestão, sendo oito deles na instituição. Ela está à frente das áreas de Gestão de Relacionamento com candidatos para captação de alunos, da FICA na retenção de alunos e da Recuperação de alunos trancados e cancelados, contabilizando 180 colaboradores.

Em 2021, a equipe “super envolvida e com muito engajamento” realizou mais de 677 mil atendimentos na captação de estudantes, teve mais de 44 mil alunos retidos e, em pouco tempo de existência, a recuperação conseguiu mais de 5,3 mil alunos que estavam em situação de trancados ou cancelados.

Além disso, em 2021 conquistou o bicampeonato do Prêmio Reclame Aqui, recebido pelo segundo ano consecutivo. Uma premiação por votação popular que escolhe as melhores empresas em atendimento ao consumidor do Brasil (leia mais neste link).

“Na liderança, os desafios são imensos e intensos no dia a dia. Digo que a confiança e o respeito, entre liderado e seu líder, é o principal combustível de engajamento”, afirma a gestora.

Mesmo com a pandemia, em teletrabalho, a equipe continuou preocupada com os resultados e a qualidade dos serviços prestados. “Nosso objetivo é atender o propósito do nosso futuro ou já aluno, com qualidade e eficiência. Todas essas ações de treinamentos, acompanhamentos, apresentação de resultados, capacitação, alinhamentos e constantes reuniões entre gerente, lideranças e equipes, nos resultou no reconhecimento e respeito pelo nosso cliente interno e externo”, conclui a gestora.

A inovação do Direito EAD

“Preparar uma palestra na qual se pretende convencer pessoas, conquistar apoiadores e surpreender uma plateia já é um desafio que toma dias de leitura, reflexão, estudo e treino. Planejar aulas? A preocupação com a aprendizagem, com o método, com os objetivos a serem alcançados, com o raciocínio crítico a ser desenvolvido, com o tempo, a oratória e tantos outros detalhes”, observa a advogada Tiemi Saito. “E quando te lançam o desafio para desenvolver um curso, um novo curso de Direito para preparar profissionais aptos à volatilidade do mercado, às sensibilidades humanas?”

Tiemi começou a trabalhar na Uninter em 2016 como professora-tutora dos cursos de pós-graduação da área jurídica. Ali, conheceu bastante do sistema, dos protocolos, da dinâmica da educação a distância (EAD), das videoaulas, dos conteúdos, das orientações, do dia a dia de atendimento ao aluno via remota. “Decidi que queria lecionar, participar mais ativamente do processo de aprendizagem, então iniciei meu mestrado em direito na instituição”, recorda.

Concluída essa etapa, passou a lecionar no curso de direito presencial. Deparou-se com novas rotinas e novos desafios, mas, por dominar o sistema, realizou trabalhos, provas e disponibilizou materiais complementares pelo AVA Univirtus, o que até então era “um bicho de sete cabeças” tanto para os alunos quanto para os colegas docentes.  “Enfim, tendo o conhecimento prático do EAD aliado à experiência no Presencial, fui indicada para pensar em um projeto de Direito EAD diferenciado, inovador e de qualidade”, diz.

Em 2019, Tiemi recebeu o projeto em mãos e percebeu que, mais do que conhecimento prático, ela precisaria também da teoria. Então, participou do processo seletivo e ingressou no Programa de Pós-Graduação em Educação e Novas Tecnologias para estudar a fundo o ensino jurídico e propor uma nova matriz curricular que pudesse atender a requisitos de aprendizagem interdisciplinar, necessidades do mercado, interesses pessoais e os novos desafios tecnológicos que o mundo jurídico nos impõe corriqueiramente.

“Não posso dizer que o desenvolvimento deste projeto é resultado ‘apenas’ destes 6 anos de carreira profissional e acadêmica, mas que é sobretudo fruto do trabalho árduo de uma equipe de professoras e professores, equipes de técnicos e técnicas multidisciplinares altamente qualificados que me aceitaram como coordenadora e juntos conquistamos a nota máxima da avaliação in loco realizada pelo MEC”, salienta Tiemi. Não à toa, o curso de Direito EAD da Uninter conquistou a nota e do MEC (leia aqui).

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Autor: Nayara Rosolen - Jornalista
Edição: Mauri König


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