Mosquitos estéreis, nova arma de combate à dengue

Autor: Rodrigo Berté e André Maciel Pelanda

A Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de fazer alerta sobre o aumento assustador de casos de dengue nas Américas. O primeiro semestre terminou com 2,9 milhões de casos na região. O Brasil está entre os três países latino-americanos que mais registraram casos da doença, com 2,3 milhões de pessoas infectadas, 70% a mais do que a média dos últimos cinco anos.

Embora o aumento da doença esteja associado ao acúmulo de água parada e de resíduos sólidos, o que provoca o surgimento de focos do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika, uma ferramenta tem se mostrado promissora no controle biológico do inseto vilão. São os mosquitos estéreis, criados em laboratórios, e capazes de interromper o ciclo de reprodução da espécie-alvo, uma vez que os machos estéreis competem com machos selvagens no processo de acasalamento com as fêmeas, sem gerar descendentes. Desta forma, ocorre uma redução na quantidade total de mosquitos de uma determinada área, e, consequentemente, diminui a ocorrência de doenças transmitidas aos seres humanos.

O processo de criação de mosquitos estéreis é feito por diferentes métodos, como a manipulação genética ou a irradiação, sendo que em ambos os casos os insetos são incapazes de gerar descendentes. A principal vantagem da utilização de machos estéreis para o controle da população de mosquitos, em comparação com o uso de pesticidas químicos, por exemplo, está no fato de ser um método ambientalmente amigável, já que não envolve a utilização de substâncias nocivas para o meio ambiente que podem gerar consequências negativas para outras espécies que ocorrem nos mesmos locais.

É necessário ressaltar que a utilização de mosquitos estéreis não se apresenta com uma única solução para o controle de doenças transmitidas por mosquitos. Outras medidas podem ser associadas como, por exemplo, sensibilizar a população sobre a importância de evitar o acúmulo de água parada e lixo nas residências, evitar locais que apresentam uma alta incidência de insetos, bem como um trabalho de sensibilização em Educação Ambiental. São as atitudes que evitarão as contaminações e propagação de doenças. É uma ação de cidadania e da ciência em defesa da vida.

Rodrigo Berté é pró-reitor de Graduação do Centro Universitário Internacional Uninter

André Maciel Pelanda é Mestre em Governança e Sustentabilidade, especialista em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável e professor do Centro Universitário Internacional Uninter

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Autor: Rodrigo Berté e André Maciel Pelanda
Créditos do Fotógrafo: Centers for Disease Control and Prevention (Source)


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