Marketplace versus E-commerce e os desafios da entrega rápida

Autor: Alessandra de Paula*

Ter nas mãos, no mesmo dia de comprar pela internet, aquele produto que se deseja parece um sonho. Mas graças às entregas rápidas, essa já é sim uma realidade na proposta de grandes empresas que atuam como marketplaces para a fidelização de clientes.

Marketplace é a denominação de um modelo de negócios que funciona a partir da reunião em uma plataforma on-line de várias empresas e, até mesmo, prestadores individuais de serviços. É um modelo de empreendimento digital que conecta a oferta e a procura, além de permitir aos consumidores a realização de compras pela melhor escolha. Ou seja, os produtos e preços podem ser comparados em num espaço que se configura como um grande “shopping virtual”.

As empresas se organizam, no marketplace, em nichos de mercado específicos, individualizando os segmentos. Assim encontra-se para venda roupas, sapatos, acessórios, móveis, carros, eletrodomésticos, material esportivo, entre muitos outros. Com essa organização, tanto o alcance do público-alvo quanto sua fidelização tornam-se muito mais fáceis. Dentre as empresas que utilizam esse modelo de negócio e apostam na diversificação da oferta para suprir a demanda estão Amazon, Americanas, Airbnb, Magazine Luiza, Enjoei, Doctoralia, e etc.

O fato de várias empresas estarem unidas em uma mesma plataforma facilita o direcionamento do cliente para a aquisição de bens e serviços, diferente do que ocorre com o e-commerce. Afinal, no marketplace há vários vendedores e muitos prestadores de serviço, o que amplia o leque de ofertas ao cliente e torna o negócio mais rentável. Já no e-commerce, muitas vezes, é o próprio empreendedor quem faz todo o gerenciamento da empresa, da gestão de estoque à logística reversa do processo.

Além disso, existe a questão da entrega rápida, ou entrega em um dia como algumas empresas já divulgam, na corrida pela conquista e fidelização dos clientes. Novamente, as empresas de marketplace estão largando na frente, pois como seus canais de distribuição estão descentralizados fica mais fácil cumprir determinadas promessas que escapam às possibilidades do e-commerce.

Recentemente o diretor-geral do AliExpress para o Brasil, Yan Di, confirmou em entrevista para um jornal econômico que a logística de distribuição, transporte e entrega ainda se constitui em um grande entrave para as empresas que se dedicam ao e-commerce. Ele relata ainda a experiência de vendas em e-commerce da China. Há algum tempo atrás, os empresários estimavam os prazos de entrega em 2 ou 3 meses, mas logo perceberam que esse tempo precisava ser reduzido. Buscando agilizar então o prazo de entrega, a empresa buscou novas estratégias como, por exemplo, a formalização de um contrato com uma companhia aérea para realização de quatro voos semanais para São Paulo, reduzindo os prazos de entrega para 12 dias. O executivo do AliExpress apontou ainda que pretende uma redução maior para esses prazos, afirmando que tal conquista será gradual mas terá cobertura nacional com prazos ainda menores.

Aqui no Brasil as empresas de marketplace têm procurado realizar entregas no mesmo dia, ou no máximo em 24 horas, por meio da descentralização dos pontos de distribuição, situando-os em centros cuja localização permite a utilização do modal de transporte mais rápido para a realização das entregas. No entanto, os empresários que atuam no e-commerce sabem que ainda há necessidade de implementação de novas estratégias para que o e-commerce brasileiro possa ser mais ágil e, consequentemente, mais competitivo.

* Alessandra de Paula é professora e coordenadora nos cursos de Logística e Gestão do E-Commerce e Sistemas Logísticos da Uninter.

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Autor: Alessandra de Paula*


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