Manter hábitos saudáveis é fundamental para um envelhecimento ativo

Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo

A chegada da terceira idade representa uma grande virada na vida das pessoas. Para alguns, envelhecer significa uma mudança na aparência física, como os cabelos brancos e as rugas na pele. Já outros encaram esse momento como algo uma transformação interna, um alargamento da consciência proveniente das experiências vividas e dos conhecimentos adquiridos. O modo de lidar com essa nova fase da vida também difere bastante. Muitos resistem à velhice e tentam esconder suas marcas com procedimentos estéticos.

O Brasil ocupa a 6ª posição no mundo em número de indivíduos acima de 60 anos, e isso se deve ao aumento da expectativa de vida e ao controle de doenças crônicas não transmissíveis, patologias que surgem por uma má qualidade de vida desde a infância. Quanto mais saudável for a alimentação, mantendo uma rotina de exercícios físicos, evitando uso de tabaco, álcool, repousando as horas necessárias, menor vai ser a probabilidade de desenvolver comorbidades como a diabetes, a hipertensão e a depressão.

Geralmente, a população brasileira só começa a falar e discutir sobre o envelhecimento a partir dos 60 anos. O professor Cristiano Caveião, coordenador do curso de Gerontologia da Uninter, explica que é preciso pensar nesse processo muito antes, pois o idoso só consegue ter uma boa qualidade de vida quando mantém bons hábitos durante toda a vida.

“Eu sugiro que nós precisamos pensar no envelhecimento na fase da própria adolescência, que é quando nós temos várias transformações corporais, e precisamos também pensar que nesse momento eu estou envelhecendo”, afirma. Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em 2018, 23% dos brasileiros relataram ter diabetes. Dessas pessoas, 60% são hipertensas e quase 22% têm obesidade.

“Hoje estima-se que de toda a população do Brasil, mais ou menos 9,3% das pessoas são idosas. Em 2050, isso vai representar quase 22%, ou seja, nós teremos um aumento muito grande da população de terceira idade. E essa população, se não se cuidar agora, vai envelhecer com doenças crônicas não transmissíveis. Muitas vezes nós carregamos o que nós experienciamos na infância. A gente sempre costuma reproduzir o que a gente aprende”, salienta Caveião.

O avanço da medicina tem consequência direta no aumento da expectativa da vida. Se em 1796, quando começaram a surgir as primeiras vacinas, a expectativa de vida era de 33 anos, em 2003 esse número já estava em 75 anos. A estimativa é que em 2050 cheguemos a 84 anos de expectativa média.

Com esse desenvolvimento, também acontece uma trajetória histórica da criação de políticas públicas, implantando medidas protetivas específicas para essa população. Hoje existe um serviço de saúde com cobertura muito maior do que nas décadas passadas, com aplicação de vacina, previdência social, disponibilização de medicamentos.

Mesmo com todo o amparo que existe atualmente, é preciso uma disposição do próprio indivíduo na adolescência e vida adulta para manter bons hábitos e delinear um envelhecimento ativo. Este processo de envelhecer ativamente possui três pontos principais: a menor probabilidade de doenças, a alta capacidade funcional física e mental e o engajamento social. Isso tudo gera maior autonomia e independência do idoso.

“Aí vai uma dica: se eu estou envelhecendo ou estou em uma fase que já envelheci, nunca deixe de estudar. Estudar tem vários benefícios para manter sempre a mente ativa e é um ponto bem importante que às vezes até afasta de algumas doenças, que é comum não só na população jovem, mas também o idoso, que é o caso da depressão”, aconselha o profissional.

Para traçar esse planejamento para ter saúde com qualidade de vida, é importante contar com o acompanhamento de um especialista na área. Através disso é possível até mesmo fazer um mapeamento genético, verificar a propensão a doenças e trabalhar para que elas sejam evitadas. Existem dois tipos de profissionais capacitados para isso, o geriatra e o gerontólogo.

O primeiro é um médico nesta área da medicina. Já os gerontólogos podem ser formados pelo curso de Gerontologia, e englobam outros profissionais da saúde, como enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, ou seja, uma equipe multidisciplinar especializada que estudou o envelhecimento humano.

“Nem todos estão no plano de saúde, na unidade básica de saúde, mas as pessoas que usam o sistema único de saúde podem procurar a medicina da família e comunidade, pensando em um processo de envelhecimento, para que ela possa envelhecer de forma saudável. Todos nós temos direito ao sistema público de saúde hoje”, finaliza Caveião.

O especialista foi o convidado da edição do programa Educa Brasil sobre Como preparar-se para envelhecer, apresentado pela diretora da Escola Superior de Educação (ESE) da Uninter, Dinamara Machado. A transmissão é realizada através do Facebook e do canal do Youtube da ESE, além do canal de televisão IESTV (canal 15 da NET para Curitiba e região), toda terça-feira às 17 horas. Siga a página do Facebook para acompanhar as próximas edições ao vivo.

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Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Edu Carvalho/Pexels e reprodução Facebook


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