Mães enxergam na EAD a chance de crescer profissionalmente

Autor: Juce Lopes - Estagiária de Jornalismo

Mulheres que são mães precisam superar grandes obstáculos diariamente para se manterem no mercado de trabalho: a falta de creches, dificuldades para encaixar horários escolares com o horário laboral, a sobrecarga do trabalho doméstico e do cuidado com os filhos. Estas são apenas algumas das barreiras encontradas por elas.

De acordo com pesquisa de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres dedicam em média 21 horas semanais aos afazeres domésticos e cuidados com parentes, enquanto homens dedicam em torno de 11 horas apenas. Apesar de vivermos em uma sociedade que ainda sobrecarrega as mulheres, o desejo pelo crescimento profissional faz com que muitas busquem alternativas para estudar.

Viviane Trindade dos Santos está cursando sua primeira graduação. Mãe de dois filhos, um de 14 e outro de 3 anos, sempre teve o desejo de cursar uma faculdade, mas não tinha certeza se um dia conseguiria realmente dar início a essa empreitada.

Foi quando conheceu a modalidade semipresencial da Uninter e vislumbrou a possibilidade de crescer profissionalmente. “No ano passado, até me matriculei no presencial, mas acabei cancelando a matrícula por outros motivos. Quando soube do semipresencial, percebi que seria a melhor opção por conta da minha rotina de mãe solteira, que trabalha fora e cuida sozinha dos filhos”, afirma Viviane. O curso semipresencial é um modelo híbrido em que os alunos fazem aulas presenciais apenas duas vezes na semana.

A principal vantagem encontrada pela nova aluna foi a de poder conciliar o seu tempo de estudos com as tarefas domésticas, além do valor mais acessível da mensalidade, que se encaixa em seu orçamento mensal.

Como sempre gostou de se comunicar e de estar em evidência, Viviane optou pelo curso de Jornalismo. No seu primeiro período, nos conta que ainda está se adaptando. “Não consigo conciliar tudo 100%, estou sempre me desdobrando em mil para conseguir fazer todas as atividades no tempo certo”. Mas é na superação desses obstáculos que ela vislumbra a possibilidade de se tornar uma grande profissional na área da comunicação.

Outra personagem que conseguiu quebrar diversas barreiras ao longo de sua vida foi a estudante Maria Aparecida da Cunha Lopes, que, aos 45 anos, acaba de se tornar licenciada pela Uninter no curso de Filosofia. Ela estudou na modalidade EAD (educação a distância), no polo Catedral, em Curitiba.

Assim como Viviane, Maria teve que superar muitos obstáculos para chegar a um curso superior. Em sua vida, as barreiras estiveram presentes desde muito cedo. Mulher, negra e pobre – assim, como tantas outras brasileiras, Maria começou a trabalhar muito cedo. Aos 12 anos era babá e aos 14 teve sua Carteira de Trabalho assinada pela primeira vez, como trabalhadora rural.

No entanto, sempre acreditou que poderia conquistar muitas coisas se tivesse determinação. “Sou do tipo de pessoa otimista, diria até sonhadora, e não me contento com o que o ‘destino ou sorte’ me colocam. Muito depende de mim e corro atrás”, diz ela.

Em 1995, Maria foi morar com uma amiga em Londrina. Lá, viveu 11 anos e teve a oportunidade de trabalhar em uma faculdade, onde fez sua primeira graduação e se tornou bacharel em Letras com habilitação em Secretariado Executivo Bilingue, área em que atua até hoje. Em Londrina também conheceu seu marido e, há 14 anos, decidiram se mudar para Curitiba. Foi na cidade sorriso que adotaram o filho Gabriel, hoje com 7 anos.

Para Maria, tornar-se mãe foi uma grande alegria. Mas ela sentiu na pele como a sociedade cobra mais das mulheres o papel de cuidar dos filhos e o quanto esse papel é romantizado. “No dia a dia, é a mãe que precisa estar à disposição do filho para que ele se desenvolva. O que nos resta é deixar de lado nossos projetos pessoais, por mais simples que sejam, em nome dessa maternidade”, afirma.

Mesmo com uma graduação e três especializações feitas na Uninter – Tutoria EAD, MBA em Gestão e Planejamento Estratégico e Metodologia do Ensino Superior – Maria conta que está numa fase em que estudar é uma atividade que a deixa muito realizada e com sede de conhecer mais. Por isso, escreveu o depoimento a seguir, para que mais mulheres se sintam motivadas em estudar e realizem os seus sonhos.

O que diz Maria Aparecida

“Voltar a estudar, para mim, assim como para tantas mulheres, mães, donas de casa e esposas, não é tarefa fácil. Sentar em uma sala de aula e ficar atenta ao que está sendo dito, participar da aula com questionamentos pertinentes, passa a ser de certa forma um luxo, pois os filhos ainda são de responsabilidade de muitas mães, uma vez que a sociedade ainda vê que cabe ao pai buscar o sustento da família e à mãe acompanhar a criança.

A Uninter facilitou isso para que eu pudesse voltar a sentir felicidade em aprender coisas novas, me sentir inserida nesse mundo que caminha a passos largos. Graças à EAD, estudar, para mim, voltou a ser um sonho possível. Estou finalizando minha segunda graduação, curso de Filosofia, e com as novas tecnologias, o smartphone, o app desenvolvido pela Uninter, hoje consigo conciliar meus trabalhos domésticos e a aquisição de novos conhecimentos.

A sociedade machista em que vivemos aos poucos vai se transformando, graças a movimentos daquelas que não aceitaram viver na escuridão e daqueles que apoiaram por acreditar que essas mudanças contribuiriam para o bem da sociedade como um todo. Percebo que a EAD é uma oportunidade para aqueles que têm uma vida atribulada e acabam deixando de lado seus sonhos para dar conta das demandas diárias.

O momento de realização desses trabalhos domésticos, que são necessários, deixou de ser tão maçante. Consigo executar esses trabalhos e aprender coisas novas e, confesso, esta é a forma que encontrei para voltar a me sentir como parte desse mundo tão cheio de transformação e que muitas vezes não damos conta de acompanhar.

Anos atrás vivi a experiência numa modalidade que exigia comprometimento em participar das aulas e num formato totalmente diferente. Percebo quanta coisa mudou e aquilo que dava conta naquele momento, hoje não dá mais.

É por isso que deixo esse breve depoimento e digo que se eu consegui, muitos e muitas que se identificam comigo também conseguirão. E não acaba aqui. Muito ainda está por vir e agora sei que posso alcançar. E tenho certeza de que você também pode!”

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Autor: Juce Lopes - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Juce Lopes e Bárbara Possiede - Estagiárias de Jornalismo


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