Jovens aprendizes aprendem manobras e protocolos de primeiros socorros

Autor: Nayara Rosolen - Jornalista

Como agir em um caso de emergência? Que procedimentos devem ser seguidos nos primeiros socorros? Qual equipe deve ser acionada em cada situação? Essas eventualidades não escolhem o local e nem a hora de acontecer, assim como também não escolhem pessoas capacitadas, aponta o professor especialista em Urgência e Emergência e Segurança Pública, Jaime Lopes, que atua no Grupo de Operações Especiais (GOE) de Curitiba (PR).

Jaime é parceiro da Uninter há quase uma década e colabora em treinamentos para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e brigada de incêndio, por exemplo. Devido à importância dos conhecimentos não só para quem atua na área, o profissional realizou uma palestra sobre Saúde e Segurança do Trabalho para a turma do Programa Jovem Aprendiz, realizado pelo IBGPEX, instituto de responsabilidade socioambiental do Grupo Uninter.

O encontro aconteceu no edifício Garcez, na tarde de 11 de agosto, onde os aprendizes realizam as atividades teóricas todas as sextas-feiras. O técnico de segurança do trabalho, Wilson Felix, que atua no centro universitário há cerca de 14 anos também conversou com os jovens e deu orientações sobre os procedimentos em casos de emergência dentro da instituição e como devem agir nesses momentos.

“É importante para que eles tenham uma noção de segurança, para conhecer os procedimentos da unidade. Assim, em um momento de emergência, quando é necessário, também terem essa informação a quem recorrer. Isso é indispensável não só para os nossos aprendizes, como também para todos os colaboradores. Por isso temos toda essa preocupação”, salienta Wilson.

A pedagoga do IBGPEX, Pamella Toski, explica que dentro do curso de assistente administrativo realizado pelos jovens, existem disciplinas técnicas e outras transversais. São tratados temas da atualidade, onde podem ser convidados professores da própria instituição ou profissionais externos, especialistas na área.

“Achamos bem importante não só falar da teoria, mas também alinhar a prática para terem o conhecimento de como é essa vivência. São ações simples no nosso dia a dia, mas que realmente fazem a diferença”, ressalta Pamella.

A profissional que já fez parte da CIPA no último ano e atualmente é integrante da brigada de incêndio do edifício Garcez, aponta que é “muito importante ter esse conhecimento e saber que posso ajudar nem que seja nas mínimas ações o meu próximo. Sabendo pelo menos o básico para transmitir para as outras pessoas”.

Protocolos de saúde e segurança

Durante o bate-papo, Jaime apresentou as centrais que podem ser acionadas em uma situação emergencial. O Siate (193), em casos de trauma com um agente causador externo, como nos casos de acidentes de trânsito e quedas. E o Samu (192), quando se trata de uma questão clínica e fisiológica, como uma crise de ansiedade, queda de pressão ou infarto, por exemplo.

O profissional explica que, em Curitiba, qualquer uma das centrais podem ser acionadas independente de qual seja a emergência. No entanto, na região metropolitana e em outros locais do país, as demandas são divididas.

O profissional também aponta que há uma série de perguntas que se faz ao acionar a ajuda, uma entrevista baseada na sigla SAMPLE, que diz respeito a: Sinais e Sintomas; Alergia; Medicação; Passado médico; Líquidos e alimentos; e Eventos. No meio hospitalar, isso também é chamado de anamnese, que vai desde o histórico de sintomas do paciente até a observação clínica.

Jaime destaca que é possível incluir todas essas informações no ícone de emergência do celular. Assim, em uma emergência externa, as pessoas presentes conseguem acessar e informar os profissionais, ainda que não conheçam o paciente e mesmo que o aparelho esteja bloqueado.

“O nosso principal objetivo é tentar trazer para eles a importância do primeiro atendimento e suporte. Dentro de um contexto desse, quando a vida não permite erro, é preciso saber para quem ligar e, quando efetuarem essa ligação, quais são as informações pertinentes a serem repassadas para a central”, afirma Jaime.

Primeiros socorros na prática

Os jovens também realizaram algumas dinâmicas em duplas, como a simulação de uma manobra de desengasgo e também a verificação de pulso. Jaime ressalta que, em um caso de parada cardiorrespiratória, por exemplo, cada minuto passado diminui em 10% a chance de sobrevida.

A aprendiz Kauane Guedes de Melo tem 19 anos e atua na Secretaria Acadêmica da Uninter. A jovem representou a manobra de desengasgo para os colegas da turma e aponta que o que mais chama a atenção são as dinâmicas, já que é estudante de Educação Física e acha “interessante aprender e saber um pouco mais da saúde”.

“A palestra é um dos momentos que a gente mais gosta, que é quando traz um conteúdo bastante relevante para o momento do trabalho e muitas vezes também para atividades externas. Gostei bastante de ver as experiências que ele já teve como bombeiro e também entender como funcionam os primeiros socorros, é um conhecimento sempre importante ter”, afirma o aprendiz Thiago Silveira, de 19 anos, da área de Comunicação Institucional.

Jaime fez um resgate histórico da trajetória profissional e contou alguns casos de sucesso e outros que não acabaram tão bem. O profissional ainda sanou dúvidas dos jovens acerca de algumas situações específicas.

“De repente, pode inspirar eles a trabalharem nessa área, que falamos que é tão importante e tão gloriosa, que é poder salvar vidas. Não tem preço”, conclui Jaime.

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Autor: Nayara Rosolen - Jornalista
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Nayara Rosolen


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