Impacto da interdição da BR-277 na safra do Paraná

Autor: Paula Cristiane Oliveira Braz (*)

A interdição da BR-277 causa efeitos colaterais no escoamento da safra, uma vez que essa rodovia é uma via importante de transporte de carga no Paraná, conectando outras regiões do estado e do país ao porto de Paranaguá. A safra pode ser transportada por outras vias, como a BR-376 e a BR-163, porém, essas estradas já estão sobrecarregadas e podem não ser suficientes para atender a demanda de transporte gerada pela interdição da BR-277, principal corredor de exportação do estado.

Além disso, a interdição frequente da rodovia pode causar atrasos na entrega da safra aos destinos, causando impacto direto nos custos financeiros para os produtores rurais e para a economia do Paraná. O impacto virá do aumento do consumo de combustível por causa de rotas mais longas ou com mais tráfego. O aumento no tempo da viagem pode gerar gastos extras com despesas de motoristas e manutenção de veículos, e custos com infraestrutura, por exemplo da contratação de escoltas para veículos com cargas especiais ou o reforço em pontes e estradas para garantir a segurança e a eficiência do transporte.

O cenário é grave. É importante que haja um planejamento adequado por parte das autoridades responsáveis ​​para minimizar os impactos do fechamento da BR-277. Isso pode envolver o uso de rotas alternativas, aumento da capacidade de outras rodovias e adoção de medidas para agilizar o transporte, como a priorização de caminhões transportados com produtos perecíveis.

O governo paranaense está em constantes reuniões com o governo federal para poder entrar em consenso sobre o novo modelo de pedágio que deverá ser adotado nesses trechos críticos. Entretanto, como ainda não houve efetividade nas negociações entre os governos, produtores rurais precisam ter em mente outras alternativas para que esse escoamento de safra ocorra.

O Paraná possui uma malha ferroviária bem desenvolvida, que conecta as principais regiões produtoras de grãos. A opção de transporte ferroviário pode ser vantajosa, pois, além de ser uma opção mais econômica, também pode ser mais segura e rápida, principalmente se comparado com as rotas rodoviárias alternativas. É importante que os produtores rurais planejem sua logística e transporte de suas cargas com antecedência e busquem informações atualizadas sobre a capacidade e disponibilidade das ferrovias para que não haja comprometimento também com este modal.

*Paula Cristiane Oliveira Braz é administradora, especialista em agronegócio e tutora dos cursos de pós-graduação na área de Agronegócios do Centro Universitário Internacional Uninter.

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Autor: Paula Cristiane Oliveira Braz (*)
Créditos do Fotógrafo: Manfred Richter/Pixabay


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