Fato e Impacto: Vazamento do Enem expõe fragilidades e amplia preocupação dos estudantes

Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação

Três questões foram anuladas da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2025. A decisão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), se deu após um suposto vazamento das questões dias antes da aplicação da avaliação, que aconteceu em 9 e 16 de novembro.  

Em uma live transmitida pelo Youtube, o estudante de medicina e “mentor de estudos” Edcley Teixeira antecipou três questões idênticas às apresentadas no exame. De acordo com o acadêmico, o conteúdo utilizado como exemplo apareceu no Prêmio Capes de Talento Universitário, do qual participou, e que serve como pré-teste para o Enem. Ainda em março deste ano, o jovem também teria compartilhado em um grupo de WhatsApp, no qual presta mentoria a outros estudantes, mais duas questões.  

Segundo o coordenador do projeto Pré-Enem Uninter, Marlus Geronasso, a anulação de perguntas em provas não é incomum, acontece inclusive em vestibulares. Para o profissional, o que deve-se evitar é que o mesmo erro identificado se repita.  

 

 

O Inep acionou a Polícia Federal (PF) para apurar o caso e garantir a responsabilização dos envolvidos no caso de “quebra de confidencialidade ou ato de má-fé”. No dia 23 de novembro, a PF deflagou a intitulada Operação Profeta, com o cumprimento de mandado de busca e apreensão no Ceará, expedido pela Justiça Federal. 

No entanto, o suposto vazamento das questões não se trata apenas de uma infração da lei, vulnerabilidade ou defasagem do sistema utilizado atualmente. Atinge também âmbitos subjetivos dos candidatos ao exame, que se preparam ao longo de todo o ano, em busca de uma oportunidade de futuro melhor, através da continuidade dos estudos.  

Para muitos, em vulnerabilidade social, a única porta para o alcance ao ensino superior, seja em instituições públicas, pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU) ou mesmo privadas, através de programas como o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior (Prouni) ou o Financiamento Estudantil (Fies). Quando o processo avaliativo parece falhar, muitos jovens sentem que o esforço individual perde valor, e afeta a motivação, disciplina e até mesmo a capacidade de projetar o próprio futuro. 

Gustavo Henrique da Silva atua como jovem aprendiz no setor de Cobrança da UninterAos 17 anos de idade e no último ano do Ensino Médio, faz parte do Programa Jovem Aprendiz, ofertado pelo Instituto IBGPEX em parceria com o grupo educacional, e deseja ingressar no ensino superior na área de Administração. Por isso, realizou a prova do Enem neste ano, no intuito de garantir uma vaga na educação pública ou uma bolsa em instituição privada. O jovem conta como se sentiu afetado ao ter conhecimento de toda a repercussão do caso: 

 

 

Embora o Inep garanta que o sistema da Teoria da Reposta ao Item (TRI) para apuração dos resultados não permite que a anulação de questões prejudique os candidatos, o caso ainda gera desconfiança em estudantes e profissionais da educação, especialmente pelo grande holofote que se coloca sobre o caso, além das conclusões antecipadas a respeito. Dentre as 4,8 milhões de inscrições confirmadas3,5 milhões de candidatos compareceram ao primeiro dia de prova. No entanto, Marlus explica como se dá essa avaliação e aponta caminhos que podem aperfeiçoar e evitar que novos casos como esse: 

 

 

Cursos preparatórios para o Enem gratuitos colaboram para a democratização da educação e oportunizam maiores chances para que estudantes, em especial da rede pública, alcancem a entrada ao curso de ensino superior que desejam. Com o apoio da Fundação Wilson Picler e do Instituto Eureka, a Uninter reuniu mais de 1.700 alunos de mais de 40 colégios no Aulão de Véspera Pré-Enem neste ano. Ao longo do ano, os candidatos têm acesso a mais de 500 aulas voltadas às áreas de concentração do exame, conforme conta o professor Marlus: 

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Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: arte de Gabrielle Piontek


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