Fato e Impacto: Depois da comoção, turismo de aventura ainda demanda atenção e cuidados

Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação

Casos recentes de acidentes fatais no turismo de aventura reacenderam o debate sobre segurança na atividade, tanto no Brasil quanto no exterior. Em junho de 2025, ao menos nove pessoas morreram em acidentes de balonismo, incluindo oito vítimas em Santa Catarina e uma em São Paulo.Também ganharam repercussão as mortes de Gustavo Guimarães, durante a prática de highline, em Goiás, e de Juliana Marins, que caiu no vulcão Rinjani, na Indonésia. 

A comoção levantou questionamentos sobre responsabilidade, prevenção e regulamentação do setor. Uma sucessão de tragédias evidencia não apenas a fragilidade da fiscalização, mas também a falta de informação e conscientização entre turistas sobre os riscos envolvidos.  

No entanto, a doutora em Tecnologia e Sociedade, mestre em Turismo e coordenadora de curso da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios (ESGCN) da Uninter Grazielle Ueno Maccoppi aponta que a existência de normas não basta. É necessário garantir a aplicação efetiva das regras e ampliar campanhas educativas, para que viajantes e empresas de turismo compreendam seus papéis na preservação da vida durante práticas de aventura. 

>

Muitos acidentes e imprevistos acontecem com turistas de “primeira viagem”. A jovem Bianca Zanella, de apenas 11 anos, caiu de 70 metros no Cânion de Fortaleza, em Cambará do Sul (RS) e foi resgatada 10 horas depois, já sem vida. Já no Pico da Bandeira, em Dores do Rio Preto (ES), um homem de 41 anos sobreviveu após ser resgatado com sintomas de falta de ar e hipotermia. Neste caso, a presença de um guia e de outros dez turistas pode ter feito a diferença. Ainda assim, muitos praticantes experientes também têm sido vítimas de acidentes. Como Daiane Marques, de 36 anos, que morreu após uma queda durante rapel, em Andradas (MG). 

A recorrência desses episódios, amplamente noticiados pela imprensa, evidencia que não se tratam de casos isolados. Embora o risco seja parte do turismo de aventura, especialistas afirmam que muitos acidentes poderiam ser evitados com o cumprimento das normas já existentes com rigor. Segundo Grazielle, a prevenção depende muito do conhecimento dessas regras, que permitem ao público identificar empresas e guias comprometidos com a segurança. 

Em especial nas redes sociais, a comoção tem ampliado o debate sobre o conhecimento e a segurança no turismo da aventura. Mas ainda é preciso que essa mobilização vá além da emoção do momento e se traduza em medidas concretas e efetivas, por meio de políticas públicas e fiscalização.  

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Madson Lopes e Gabrielle Piontek


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *