Empresas verdes saem na frente: sustentabilidade é o novo diferencial competitivo
Autor: Daiane Cristina de Freitas*
Vivemos uma intensa transformação nos hábitos de consumo. O preço ainda pesa, a marca ainda importa, mas um novo fator vem ganhando protagonismo nas escolhas dos consumidores: a sustentabilidade. Cada vez mais, eles não querem apenas comprar, querem saber o que estão apoiando com sua compra. E, nesse novo cenário, empresas que realmente se comprometem com práticas sustentáveis têm uma vantagem competitiva que vai além do marketing: elas conquistam confiança, fidelidade e relevância.
Atualmente, cresce o número de consumidores que consideram a sustentabilidade na hora de comprar. Isso pode ser visto no Relatório Anual Integrado da EY Brasil (2024), onde 77% dos entrevistados afirmaram que estão mudando para alternativas sustentáveis nos produtos que compram. Este dado é animador, mas também desafiador, afinal de contas vivemos em uma sociedade marcada pelo consumo impulsivo, pelo descarte acelerado e pela dificuldade de comprar produtos sustentáveis a preços acessíveis. Ainda assim, o interesse crescente mostra que há espaço e urgência para transformar o mercado.
Essa mudança no comportamento do consumidor não ocorre por acaso. A crise climática, o aumento da desigualdade social e os escândalos envolvendo grandes corporações tornaram a origem dos produtos uma preocupação ética. O que antes era visto como diferencial, hoje passa a ser critério de escolha.
Assim, empresas que demonstram preocupação com o meio ambiente, com as condições de trabalho na cadeia produtiva e com a redução de resíduos estão saindo na frente. Mais do que isso, o consumo sustentável virou uma expectativa social — as pessoas estão mais atentas ao chamado greenwashing, e isso faz com que as empresas tenham transparência real, com práticas verificáveis, selos confiáveis e ações concretas, não apenas campanhas publicitárias bonitas.
Para as empresas, sustentabilidade já não é custo: é investimento. Produtos com caráter sustentável tendem a gerar mais interesse, atraem consumidores dispostos a pagar um pouco mais e ainda geram impacto positivo na reputação da marca. Em tempos de redes sociais e posicionamentos públicos, empresas que negligenciam sua responsabilidade socioambiental correm o risco de perder relevância no mercado, que caminha para um novo equilíbrio, onde não basta entregar qualidade, é preciso entregar propósito.
O consumidor, mesmo diante de desafios econômicos, já começa a dar sinais de que prefere marcas comprometidas com um futuro melhor. Não se trata de uma tendência passageira, mas de um novo modelo de consumo que associa valor ao impacto que cada compra gera no mundo.
Portanto, ignorar essa mudança é um erro estratégico, pois a sustentabilidade deixou de ser pauta restrita a nichos ecológicos e passou a ser parte da decisão de compra de milhões de pessoas. O futuro é de quem entende que lucro e responsabilidade ambiental podem e devem andar juntos. No final, quem escolhe crescer respeitando o planeta e as pessoas, não apenas lucra mais, mas deixa um legado.
*Daiane Cristina de Freitas é doutora em Engenharia Civil, mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental, especialista em Planejamento e Projetos Ambientais, graduada em Engenharia Ambiental e professora/coordenadora do curso de Bacharelado em Engenharia Ambiental no Centro Universitário Internacional Uninter.
Autor: Daiane Cristina de Freitas*
Créditos do Fotógrafo: Rodrigo Leal/Banco Uninter e ready made/Pexels


