Quase sábado: experiências do cotidiano em forma de poesia

Autor: Gustavo Henrique Leal - estagiário de jornalismo

Até onde vai uma paixão? A vontade de fazer algo que gosta? Ariane Hidalgo mostra que a dedicação em realizar o que se ama pode levar muito longe. Poeta e sobrevivente de um câncer, ela lançou neste mês de março seu primeiro livro. “Quase sábado” apresenta poemas inspirados pelas experiências de vida e pelos olhares sobre o cotidiano.

E foi a relação afetiva com a poesia que a levou ao processo de publicação. “Pelo amor à literatura, por amor a ler, a debater, a discutir, a pensar na nossa vida atual, na contemporaneidade no país, resolvi me engajar”, relata Ariane sobre a motivação do seu trabalho, que ganhava incentivo extra dos seus seguidores todas as vezes que publicava seus textos nas redes sociais.

O título do livro, segundo a autora, é uma referência à situação atual do mundo. Ariane vê o sábado como um dia de descanso e de lazer muito esperado por todos, porém, com a pandemia de Covid-19, esse momento de folga demorou a chegar. Os dias pareciam todos iguais, totalmente remotos, com notícias tristes de mortes e desgoverno. Então, a atmosfera em que os poemas foram escritos foi de uma imensidão cinza, de acordo com a autora.

Um dos poemas de destaque do livro, intitulado “cicatrizes femininas”, traz na sua temática o sofrimento e as dores a partir da perspectiva da mulher. A inspiração veio de leituras e notícias fortemente ligadas ao feminicídio – que cresceu durante a pandemia.

Como referências para a sua produção, a poeta traz na bagagem poetas desde o Modernismo até os dias atuais, como Manuel Bandeira, Hilda Hilst e, como boa curitibana, também Paulo Leminski. Embora sua poesia relate experiências pessoais, com dores e cicatrizes femininas, ela afirma que na sua visão, a literatura não tem gênero. “Não acredito que há uma escrita feminina, não há uma assinatura feminina nos textos. Há um texto e ele não tem um gênero”, avaliou a autora durante a live de lançamento no dia 16.mar.2022. Quando se trata de patriarcado nesse cenário, a resposta deve ser sororidade em busca de visibilidade.

Ariane é colaboradora da Uninter na função de Analista de Mobilidade Internacional, dentro do departamento de internacionalização. Ela também é mestra no Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária pelo Centro Universitário Campos de Andrade – Uniandrade, Especialista em Educação e Sociedade pela Fael (2021) e Licenciada em Letras Português/Inglês também pelo Centro Universitário Campos de Andrade – Uniandrade (2019).

“Quase sábado?” está disponível pela Kotter Editorial.

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Autor: Gustavo Henrique Leal - estagiário de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Reprodução


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