É preciso estratégia para se destacar no meio digital

Que a tecnologia propicia constantes transformações na sociedade, isso todo mundo já entendeu. A distinção entre a vida online e offline é cada vez mais sutil. Em decorrência desse cenário, a forma de se fazer negócios também está em constante transformação. No dia 28.out.2020, o professor Claudio Hernandes, coordenador do curso de Negócios Digitais da Uninter, recebeu o especialista em marketing digital e CEO da Green Digital School, Ney Queiroz, para uma conversa sobre a gestão de negócios digitais (confira o bate-papo na íntegra aqui).

Todo negócio precisa de uma estratégia digital? Ney entende que sim. “Por mais tradicional que seja o negócio, o empresário deve ter a consciência de que não pode deixar o digital de lado. A gente vive esse amadurecimento do mercado digital. O atendimento online complementa o presencial. Mas uma empresa que não tem um bom atendimento presencial, não terá um bom atendimento online. A tecnologia não é mais importante, mas a mentalidade da empresa”, explicou.

Para os negócios, o mais importante é atender às necessidades do cliente. E a automatização do atendimento não significa uma experiência menos interessante. “Tem uma série de procedimentos e ferramentas que podem ser usadas. Automação e inteligência artificial, por exemplo. Tem um ponto fundamental, tem que se entender o consumidor. As pessoas querem agilidade, que resolvam o seu problema. As pessoas não querem atendimento mecanizado, algo frio”, comentou o especialista.

Claudio ponderou que, no futuro, as habilidades comportamentais e subjetivas, chamadas de soft skills, serão determinantes para o bom andamento dos negócios no meio digital. “O que vai diferenciar os profissionais e as empresas é a capacidade de ser humano. Capacidade de pensar como pessoa e não como máquina”. E Ney complementa: “Seja um profissional estratégico, que pensa. Saber trabalhar com uma ferramenta ou outra não é suficiente. Tem que ser mais estratégico que operacional”.

Um modelo de negócio digital comentado pelos professores foi a EAD, mercado impulsionado fortemente neste ano, devido à pandemia de Covid-19. “Pedir comida por aplicativos, home office, EAD já acontecem há bastante tempo. Os últimos acontecimentos transformaram digitalmente quem queria e quem não queria. As empresas tiveram que se adaptar e viram que funciona. A Uninter já vinha muito bem preparada para uma realidade que parecia distante e que se tornou atual. Instituições que nunca pensaram em EAD tiveram que se adaptar em semanas”, disse Ney.

Outra sinalização do mundo digital é a mudança de perfil dos professores. Claudio entende que três fatores são essenciais: senso crítico, razão filosófica e conhecimento. “Os professores serão substituídos em alguma medida. O conhecimento está disponível a um clique. Senso crítico e razão filosófica já requerem mais trabalho humano, sensibilidade. Acredito que a inteligência artificial vai demorar para chegar nisso, se chegar”.

Ney acredita no professor como um facilitador. “O professor deve ser mais inspirador e facilitador. E não apenas aquele que detém o conhecimento. Mas aquele que já caminhou em determinada área e pode auxiliar o desenvolvimento dos estudantes. Esse professor não será substituído por robôs”.

O profissional que dominar as habilidades necessárias para desenvolver uma presença digital já é bastante requisitado. “Não importa. Todos os negócios devem ter uma presença digital forte. Até as igrejas tem uma presença digital. Ela se mostra cada vez mais importante. Infelizmente ainda se vê muita gente cuidando da sua presença digital de forma amadora, despreparada. Isso traz uma série de oportunidades para os bons profissionais. As empresas precisam de bons profissionais que saibam fazer negócios digitais”, finaliza Queiroz.

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Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Manuel Alejandro Leon/Pixabay