Demissão silenciosa questiona relações de trabalho

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo

Há mais de três séculos, nossas relações de trabalho se organizam de uma mesma forma. Empresas necessitam de mão de obra e empregados vendem sua força de trabalho.

No entanto, esse modelo de trabalho vem sendo questionado e debatido. Um movimento que ganha força nesse sentido é o da demissão silenciosa.

O cenário é marcado por funcionários que não enxergam valor em seus trabalhos e não se esforçam para ter um melhor rendimento ou alcançar qualquer promoção. Em vez de pedir demissão, a acomodação é a medida adotada por esses colaboradores.

Durante décadas, especialistas em gestão têm observado com mais atenção esse fenômeno que também é conhecido como revolução silenciosa. A contraposição às lógicas de trabalho ganhou destaque com a entrada da geração Z (pessoas nascidas entre 1995 e 2010) no mercado de trabalho.

Entre os aspectos que fundamentam esse pensamento, estão não só questões salariais e direitos trabalhistas, mas também o ambiente onde atuam, a saúde física e mental e o propósito da função que desempenham.

A especialista em Gestão Estratégica de Pessoas Fernanda Alves Chaves explica que, além de enxergar o trabalho somente como um meio, funcionários têm priorizado cada vez mais o bem-estar e o equilíbrio vida profissional e pessoal. O fenômeno alimenta o debate acerca da cultura de excesso de trabalho que permeia o imaginário corporativo no século 21.

Fernanda explica que o engajamento com o trabalho vem quando existe uma identificação entre o meio e o funcionário. Para criar engajamento, algumas empresas buscam desenvolver atividades cada vez mais atrativas e melhora o ambiente de trabalho.

“Quanto mais identificado eu estou com a empresa que eu trabalho, mais eu me engajo e me sinto propenso a dar o meu melhor”, afirma.

Na opinião da especialista, muitas situações formam fundamentais para que as pessoas repensassem suas relações de trabalho. Questões como “a empresa vale o esforço que estou fazendo?” ou “existe possiblidade de evoluir na empresa?” passaram a alimentar essa reflexão.

Além disso, ela cita a pandemia e os movimentos sociais e culturais como fenômenos igualmente importante para que a mentalidade trabalhista sofresse rupturas.

Na visão de Fernanda, a demissão silenciosa faz parte do processo para toda empresa. Ela afirma que gestores nunca viram essa parcela de pessoas de uma maneira maléfica, considerando-os essenciais para o funcionamento de qualquer corporação.

“Devemos continuar nos esforçando para nos tornarmos atrativos para os colaboradores”, ressalta.

A demissão silenciosa foi tema do programa Café e Conhecimento exibido pela Rádio Uninter em 26 de outubro. Apresentado pela professora da Uninter Daniele Farinhas, o programa recebeu a especialista em Gestão Estratégica de Pessoas Fernanda Alves Chaves.

Assista ao programa Café e Conhecimento pelo canal de Youtube da Rádio Uninter.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski


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