Comunicação

Dá certo juntar jornalismo e entretenimento?

Contar histórias reais, informar da forma mais clara possível, deixar a sociedade a par de tudo que acontece ao redor do mundo, mas sem distração. Que essa é a missão do jornalismo todos sabemos. Do outro lado, divertir e distrair as pessoas é o que faz o entretenimento. Mas é possível fazer a junção dos dois? O infoentretenimento tem conquistado seu espaço na televisão e é a junção do jornalismo com o entretenimento, ou vice-versa. O termo surgiu na década de 1980, ganhou força no final de 1990 e apresenta reportagens sobre estilo de vida e curiosidades, entre outros assuntos.

Na noite do terceiro dia da Semana da Comunicação Uninter, no último dia 18, aconteceu um bate-papo descontraído com três jornalistas da RPC-TV (afiliada da Rede Globo no Paraná), mediado pela professora de Jornalismo Silvia Valim. O tema Jornalismo versus Entretimento é pertinente para os alunos dos dois cursos de comunicação social. Muito se falou sobre o infotenimento, diferenças entre jornalismo diário e programas de estúdio, e sobre a inserção das tecnologias na profissão.

Compuseram a mesa as jornalistas Dulcinéia Novaes e Camila Barbieri e o jornalista Gustavo Magalhães. Dulcinéia  falou sobre sua adaptação com as novas mídias e lembrou que mesmo dentro do infoentretenimento a informação precisa ser tratada com respeito. “Acho que a gente tem que ter flexibilidade. Mas a informação é assim, ela tem que ser tratada com seriedade, e tem que ter o toque de entretenimento no momento adequado. A gente quando gosta do que faz, o tempo não passa, estamos sempre nos reinventando e aprendendo”, diz a jornalista, que tem mais de 30 anos de profissão.

Ainda segundo Dulcinéia, no estúdio de televisão a tarefa é mais pesada, é necessário ter mais criatividade e muito empenho para desenvolver bem as diversas atividades. Gustavo Magalhães é jornalista e atua como produtor no programa de televisão Estúdio C. Ele explica que até um programa ir ao ar existem diversas tarefas para serem executadas. Nos bastidores há dois anos, ele contou que as pessoas ainda não sabem qual sua função exata dentro da televisão.

“Para quem vê a Dulcinéia na rua entrevistando pessoas, já sabe, é jornalista, repórter. Eu faço produção e as pessoas não têm na cabeça o que é fazer produção. Isso envolve desde ligar para um grupo de 60 pessoas para trazer para a plateia, contatar os entrevistados, realizar viagens, ajustar tudo até que o programa vá ao ar”, descreve.

Camila Barbieri, produtora no mesmo programa, disse que o desafio ao assumir a função foi grande, já que antes havia apenas trabalhado no jornalismo, não ligado ao entretenimento. “O desafio foi bem grande porque eu entrei numa vaga que era mais para entretenimento mesmo. E na verdade você acaba adaptando o que você aprendeu na faculdade. O Estúdio C é um programa que a gente trabalha muito com infoentretenimento”, diz a jornalista.

Hoje, para segurar a atenção do telespectador que está com os olhos na TV e o dispositivo móvel nas mãos é necessário estar em diferentes plataformas. “Você está ali na televisão segurando a atenção da pessoa e hoje temos mil dispositivos competindo conosco. Ao invés de produzir um conteúdo e falar ‘fique focado na televisão’, é ‘fique focado na televisão, mas também curta o que a gente acabou de postar no instagram, siga nosso canal no YouTube’. É trabalhar uma informação, mas uma informação pertinente. Não é porque é só entretenimento que vamos colocar qualquer coisa para o público assistir”, enfatiza Camila.

Edição: Mauri König

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Autor: Letícia Costa - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König


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