COMUNICAÇÃO

Creative Commons e a configuração tecnológica das agências de notícias

Autor: Beatriz Vasconcelos - Estagiária de Jornalismo

Novas configurações tecnológicas surgiram no mundo desde o invento da internet, na década de 1960, e da World Wide Web, em 1992.  Pouco a pouco, quase todas as áreas profissionais foram sendo atingidas. Um exemplo disso são as agências de notícias, que tiveram de se reinventar e se apropriar de novos métodos para que pudessem continuar ativas no mercado.

Em artigo publicado na Revista Uninter de Comunicação (RUC), uma das sete publicações científicas da Uninter, “Creative Commons e possibilidades de reinvenção de agências de notícias na internet”, os professores Gustavo Ribeiro e Felipe Marinho trouxeram à tona uma discussão sobre a possibilidade de reconfiguração das agências de notícias ao abordarem o impacto da Creative Commons.

As primeiras agências de notícias surgiram a partir da invenção do telégrafo. Através dessa tecnologia, elas conseguiam disseminar os conteúdos para que chegassem aos jornais das mais distantes localidades. De acordo com os autores do artigo, essa propagação proporcionou a criação de uma rede global de distribuição de informações.

Nesse sentido, a agência pioneira foi a “Agence Havas”, fundada em 1832, na França. Seu desenvolvimento se deu justamente com o estabelecimento do serviço de distribuição de notícias por uma rede de telégrafos em Paris. Segundo o artigo, as agências de notícias distribuíram conteúdos exclusivamente por meio dos telégrafos por quase 150 anos.

Com a chegada da rede integrada de computadores e da World Wide Web, as agências precisaram se posicionar diante do novo mercado, e a forma como as notícias eram disseminadas também passou por um processo de mudança. A partir deste avanço tecnológico novas formas e funções surgiram também na área do jornalismo.

De acordo com os autores, diante da era digital e do imediatismo, as agências de notícias precisaram lidar com a natureza própria da internet. Isso acontece porque a web proporciona ferramentas que permitem a qualquer usuário criar e difundir informações através de diversas plataformas, como por exemplo os blogs e as redes sociais.

Um dos maiores desafios citados no artigo é o de os veículos manterem-se atuais e relevantes em um meio em que a produção de conteúdo não é mais exclusividade deles. Dentre as diversas ferramentas e funções que a internet possibilita, a livre e gratuita circulação de informações se destaca no ambiente digital. Porém, para que hoje seja possível encontrar milhares de arquivos disponíveis na plataforma, foi necessário que Lawrence Lessing, um escritor norte-americano, difundisse a ideia do ‘Creative Commons’.

Segundo o artigo, a Creative Commons é uma “organização sem fins lucrativos que permite o compartilhamento e uso da criatividade e do conhecimento através de instrumentos jurídicos gratuitos”. Ou seja, esta organização define licenças que permitem o compartilhamento de conteúdo de todos os tipos, como textos, vídeos e músicas, apenas citando o devido crédito da autoria.

A área jornalística é uma das atividades fortemente afetadas pela Creative Commons. Segundo os autores, isso fez com que fosse criado um ambiente propício para o surgimento de organizações e instituições que produzem conteúdos jornalísticos e os distribuem gratuitamente de maneira fácil e rápida para diversos tipos de sites.

Apesar de tantas modificações surgidas com o avanço da era digital, Ribeiro e Marinho sugerem que os veículos e as agências de notícias precisam andar lado a lado, pois somente a integração de ambos é um meio eficaz para se manterem competitivos e conseguirem se firmar diante das futuras transformações tecnológicas.

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Autor: Beatriz Vasconcelos - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Pixabay


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