Aprender sempre: o novo imperativo do mundo corporativo

Autor: *Pedro Henrique Pontes

Vivemos uma era em que o conhecimento se renova em velocidade exponencial. Tecnologias emergem, profissões se transformam e as exigências do mercado de trabalho se tornam cada vez mais dinâmicas. Nesse cenário, o conceito de Lifelong Learning, ou aprendizagem ao longo da vida, deixa de ser uma vantagem competitiva e passa a ser uma necessidade vital para profissionais e organizações.

No mundo corporativo, o Lifelong Learning representa uma mudança de paradigma: não se trata mais de aprender para trabalhar, mas de trabalhar aprendendo, o que pode até soar com certa nostalgia aos ouvidos dos que aprenderam um ofício antes da década de 80. Entretanto, não se trata de um retorno à prática do passado, e as empresas que compreenderam essa lógica investem em ambientes de aprendizagem contínua, promovem trilhas de capacitação, incentivam a autonomia intelectual e reconhecem o valor do desenvolvimento humano como ativo estratégico.

Segundo o relatório The Future of Jobs 2025, do Fórum Econômico Mundial, habilidades como pensamento crítico, resolução de problemas e aprendizagem ativa estão entre as mais demandadas até 2030. O estudo, que ouviu mais de mil empregadores em 55 economias, destaca que a aprendizagem contínua será essencial para lidar com os impactos da automação, das mudanças climáticas e do envelhecimento populacional (assunto que parece ser proibido no Brasil). Além disso, o relatório alerta que a falta de qualificação pode resultar na perda de até 1,6 milhão de empregos globalmente até 2030, um impacto econômico significativo que reforça a urgência de investimentos em capacitação.

No Brasil, ainda enfrentamos desafios estruturais para consolidar a cultura de capacitação. A sobrecarga de tarefas, a falta de tempo e a ausência de políticas institucionais claras muitas vezes dificultam a implementação de programas de aprendizagem contínua. No entanto, iniciativas como universidades corporativas, plataformas de microlearning, programas de incentivo à educação formal e o mundo do ensino à distância (EaD) têm mostrado resultados promissores.

A conclusão é clara: o futuro do trabalho pertence a quem nunca para de aprender. Profissionais que cultivam a curiosidade, a adaptabilidade e o desejo de evoluir estarão mais preparados para lidar com as transformações do mercado, as quais não se restringem à inteligência artificial. E empresas que fomentam esse espírito estarão mais aptas a inovar, reter talentos e prosperar em um mundo em constante mudança.

Agora, seja sincero, você está pronto para transformar o aprendizado em um hábito diário e não apenas em uma etapa da vida? E sua empresa pode contribuir nessa transformação?

*Pedro Henrique Pontes é economista e professor do Centro Universitário Internacional – Uninter.

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Créditos do Fotógrafo: Pixabay


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