A vida dos oceanos reflete a vida na terra

Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de jornalismo

Underwater image of a turtle with plastic on his head.

A costa brasileira se estende da foz do rio Oiapoque, no Amapá, até Chuí, no Rio Grande do Sul. São aproximadamente de 8.500 km, abrangendo 17 estados e mais de 400 municípios. Uma das maiores faixas costeiras do mundo, que nos atribui uma grande responsabilidade: a proteção da vida na água.

Em setembro de 2015, representantes dos 193 estados-membros da ONU adotaram o documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, comprometendo-se a tomar medidas para promover esse desenvolvimento sem deixar ninguém para trás. Para isso, foram estabelecidos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Neste plano estão previstas ações mundiais na área da saúde, educação, redução de desigualdades e, entre outras, a da vida debaixo d’água.

A conservação dos recursos marinhos é tema do ODS 14 e foi abordada na Maratona Pós Graduação Uninter – Transformando Nosso Mundo, realizada no dia 17 de outubro, totalmente online. Nesse encontro as professoras Sandra Lopes e Márcia Kravetz Andrade, dos cursos de pós- graduação na área do meio ambiente, discutiram as metas propostas.

Segundo dados da ONU, os oceanos representam aproximadamente US$ 3 trilhões da economia global por ano, o equivalente a 5% do PIB mundial. Estima-se que cerca de 40% dos oceanos sejam afetados por atividades humanas, como pesca predatória, poluição e introdução de espécies invasoras.

As espécies invasoras são espécies exóticas que se proliferam de maneira descontrolada, ameaçando o equilíbrio dos ecossistemas. São espécies que antes não viviam naquela área e então não possuem predadores, fazendo com que sua população não possa ser contida. Sandra explica que esse é o caso do mexilhão-dourado, espécie de molusco originário da Ásia que chegou a América do Sul de modo acidental, na água de lastro dos navios cargueiros. Sua proliferação tem gerado prejuízo financeiro para as hidrelétricas brasileiras.

Frente a esses desafios, algumas das metas traçadas envolvem a prevenção e redução da poluição marinha de todos tipos, a gestão sustentável dos ecossistemas marinhos e costeiros, a extinção da pesca ilegal, a conservação das zonas costeiras em pelo menos 10% e o aumento de conhecimento científico para desenvolver capacidade de pesquisa.

“A busca por conhecimento, a educação, é o que traz respostas concretas e viáveis para todos esses problemas”, defende Sandra. A Uninter está formando profissionais para atuar nesse contexto e auxiliar nessas metas e mudanças.

Outro ponto abordado pela professora foram as ilhas de plástico. Resultado de mais de 6 décadas de descargas de materiais no mares, elas correspondem a gigantescas concentrações de lixos formadas majoritariamente por plásticos que flutuam na água. Estima-se que os depósitos chegam a medir quase 3 vezes o território de um país como a França.

“Hoje em dia, um tema com muita visibilidade na mídia é o uso dos canudos plásticos, mas ele não é o único contaminante do mar. Temos que pensar nas 5 ilhas de lixo nos oceanos, que não chegaram lá sozinhas e com certeza serão devolvidas, pois o mar devolve. Isso retornará ao continente e sofreremos essas ações”, explica Sandra.

Medidas como a redução do consumo de plásticos, apoio a organizações que trabalham para a retirada desses materiais e a ajuda na divulgação do problema foram elencadas por Márcia como atitudes que podem ajudar na preservação dos ecossistemas marinhos. Ela reforça que todos os esforços importam: “o impacto e os resultados podem não ser imediatos, mas precisamos pensar sempre nas presentes e futuras gerações”.

Para acompanhar o encontro na íntegra, acesse o link.

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Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Greenpeace


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