A semente da insatisfação

Autor: Guilherme Augusto de Carvalho*

A insatisfação se parece muito com uma pequena semente. Ela surge, meio que inocente, por conta de um ponto que não concordamos ou mesmo que sabemos que está errado, mas, quando germina e se transforma em algo grande, acaba tomando proporções incontroláveis.

No auge do seu crescimento, suas raízes ganham profundidade e de uma semente, uma árvore frondosa cresce e invade todas as áreas de nossa vida. O desgosto começa, muitas vezes pequeno e apenas em um setor de nossa vida, mas, caso não seja podado ou arrancado, vira algo bem maior. Terminando por se fazer presente em todos os momentos, decisões e áreas da nossa vida.

Combater a insatisfação é quase impossível quando não arrancamos o problema logo nos primeiros dias. Apenas os ares novos, mudança de vida e de lugar, nos faz recomeçar e matar a árvore que transforma a nossa vida em cinza, tristeza e desgosto. Mas se você não se cuidar, mesmo mudando de ares, a insatisfação pode voltar.

Existem dois tipos de insatisfação: a construtiva, que nos faz sair da estagnação rumo à mudança, e a negativa, que termina por nos transformar em reclamões, pessimistas presos em um espiral de negatividade. Estar atento a esses dois tipos é fundamental, caso queira seguir de forma assertiva em direção aos seus objetivos.

O primeiro tipo nos empurra para o novo, nos faz buscar desafios e avançar em nossa carreira, hobby ou planos pessoais. A insatisfação construtiva nos tira do lugar e nos empurra a um outro patamar, outras experiências e para o crescimento.

O segundo tipo de insatisfação nos ancora, nos faz cruzar os braços e ficar olhando, sem tomarmos qualquer atitude, postura, caminho de mudança ou solução. Esta segunda insatisfação não gera ação e muito menos transformação, e sim apenas críticas vazias que não produzem resultados.

Com isso, segui meio incomodado, insatisfeito, acreditando que precisava estudar mais e ler ainda mais. Esse sentimento me fez construir uma rotina de estudos e leituras, por isso passei a ler bastante, a estudar e a escrever também. Hoje, por conta de insatisfação, eu leio e estudo muito, pois optei em usar o sentimento para avançar em minha área.

Alguns terminam reclamando diante da insatisfação ou dos problemas. Muitos, ao constatar o tamanho do desafio, desanimam e optam por diminuir a marcha, ou seguem apenas apontando os defeitos sem também buscar soluções. Esta é uma diferença prática dos dois tipos de insatisfação.

Preste sempre atenção em suas insatisfações. Aprenda a avaliar que tipo de sentimento você está sentindo e, se você perceber que é algo negativo, aproveite para arrancar o problema pela raiz. Aprenda a agradecer, a olhar o que você tem e perceber aonde você chegou, ou mude o foco e use a insatisfação como alavanca de transformação.

Ao se encontrar insatisfeito, aprenda a ajustar as suas lentes para enxergar todos os pontos complicados e equivocados e construa um caminho de mudança ou de solução para aquele problema. É possível usar esse sentimento para avançar ou seguir para ares novos ao invés de ficar apenas reclamando, terminando por ficar conhecido como pessimista por todos.

Ou aprendemos a ser mais assertivos com as coisas que nos incomodam, ou seguiremos de braços cruzados reclamando de tudo, mas sem buscar qualquer tipo de mudança!

* Guilherme Augusto de Carvalho. Bacharel em Teologia, especialista em Filosofia, Ciências da Religião e Ensino Religioso. Professor da área de Humanidades da Uninter.

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Autor: Guilherme Augusto de Carvalho*
Revisão Textual: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Nataliya Vaitkevich/Pexels


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