A qualidade da vacinação

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

A vacinação é muito mais do que uma medida de prevenção individual. Quem se vacina ajuda toda a comunidade a diminuir os casos da doença, portanto é um bem coletivo. As vacinas têm a  função de estimular nosso corpo a produzir respostas imunológicas que nos protegem contra a doença. Para que isso ocorra de fato, as vacinas precisam ter um alto padrão de qualidade. E aí surge o questionamento: será que a corrida contra o tempo em busca da vacina para o coronavírus nos garante um produto seguro e eficaz?

A terceira edição do programa Nas Ondas da Politécnica’, transmitido pela Rádio Uninter, ocorreu no último dia 21.maio.2021. Com mediação do professor Guilherme Lemermeier e participação do professor Tom Conte, diretor da Escola Politécnica, e da aluna Ana Carolina Ribas, do curso de Engenharia de Produção, a conversa foi sobre “a vacinação sob a ótica da qualidade”, um tema de extrema relevância para o momento atual.

Após a apresentação dos participantes, Tom ressaltou a importância de se cuidar nesse momento. “Por favor, evitem aglomerações, se cuidem. O coronavírus mata, ele causa uma sensação de sufocamento e falta de ar que só quem já passou por algo assim sabe como é terrível. Por conta disso, leva as pessoas a serem internadas, pois precisam da ajuda dos aparelhos, e pode levar à morte”.

O diretor afirma que trabalhou na indústria por muito tempo e que é difícil definir a questão da qualidade na questão da vacinação. “A gente sempre tem a situação de qualidade, como definir isso na área de serviços? Nós não temos muitas respostas, na verdade temos bastante perguntas. Quais são as especificações de cada uma dessas vacinas, elas atendem a quê? A que público? Nós fizemos testes acelerados para a aprovação das vacinas. Nós temos tecnologia para isso, mas foi muito acelerado. Hoje estamos enfrentando muitos problemas, por exemplo: pode-se vacinar grávidas? Existe uma grande dúvida”, completa.

As especificações ainda estão em desenvolvimento. Tom reitera sua posição favorável às vacinas, mas ressalta essa situação da qualidade. “Eu sou a favor da vacina, o risco-benefício é favorável, mas precisamos entender que esse é um processo em contínuo desenvolvimento. O que é importante é que a Anvisa garanta para nós que nós podemos tomar a vacina sem maiores problemas”, afirma.

A qualidade das vacinas

Estudante de Engenharia de Produção, Ana conta que seu TCC (trabalho de conclusão de curso) foi feito em cima da qualidade das seringas. “O meu TCC se baseou em um defeito encontrado em seringas. Toda a fabricação de seringas tem diretrizes que devem ser seguidas, não é só produzir o tubo, colocar uma agulha e seguir em frente. Porém, pode passar algum defeito, pois não são avaliados todos os produtos, mas sim amostras”, completa.

Sobre a compra de vacinas, Tom diz que comprar da Pfizer foi complicado por causa do alto valor e da exigência de temperaturas muito baixas para o armazenamento. “Ficamos sabendo que as vacinas da Pfizer tinham que ter uma refrigeração em torno de -70 graus para que tivessem uma durabilidade maior. No Brasil, com tantos municípios nas mais variadas situações de estrutura e temperatura, ficou muito difícil. E a logística para tantos lugares também fica complicada. Além disso, é uma vacina cara, por volta de 12 dólares, e tem esse agravante de toda a dificuldade de armazenamento”, comenta.

Agora que temos clareza nisso, devemos cuidar para que a vacina chegue em boas condições. “Na França, estimam em 20% a perda de vacinas. Eu espero e acredito que no Brasil a gente não vá ter isso. Acredito que o Brasil é um exemplo a ser seguido no mundo, nós temos um sistema de vacinação muito bem estruturado no país. Além disso, é importante ter toda essa qualidade de controle, para que não ocorram os erros de vacinar uma dose de cada vacina, por exemplo. Acredito que temos a capacidade de fazer um bom trabalho”, afirma Tom.

Você pode conferir a gravação completa na página oficial da Rádio Uninter no Facebook.

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Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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