A formação do educador físico na educação a distância

Para muitos brasileiros, a vontade de voltar a estudar e ingressar em um curso superior esbarra na falta de tempo para assistir às aulas e frequentar a universidade. Para os estudantes que têm seu dia a dia tomado pelas obrigações profissionais e pelo cuidado da família, uma graduação na modalidade a distância é a solução ideal.

A formação do profissional de Educação Física por meio da educação a distância (EAD) é hoje uma realidade no país, e faz parte da rotina de diferentes instituições de ensino. A Educação Física estuda o movimento humano em diferentes práticas, como o exercício físico, a dança, os esportes e a ginástica, entre outras atividades corporais, a fim de prevenir doenças, promover e reabilitar a saúde. Quem opta por esta formação precisa ter afinidade com a prática de esportes e interesse por questões ligadas à saúde e qualidade de vida.

O fato de gostar de esportes não liga diretamente uma pessoa ao perfil esperado. Antes de tudo é preciso que o futuro profissional saiba ouvir, seja dinâmico, objetivo e claro na hora de passar as informações, já que precisa lidar com pessoas que buscam a motivação em manter ou recuperar a vida saudável.

Por ser uma atividade de intenso contato físico, que exige o bom conhecimento da fisiologia humana, o ensino da Educação Física na modalidade EaD coloca desafios extras. O curso precisa encontrar estratégias para fazer com que os estudantes desenvolvam as práticas esportivas, mesmo estudando a distância.

Em artigo científico publicado na última edição da Revista Intersaberes, intitulado Educação física no ensino a distância: uma revisão, os pesquisadores Roberta Nathalie Oliveira Silva, graduanda do curso de Educação Física, e João Antônio Rufato, professor de Educação Física na Uninter, analisam a produção científica dos últimos cinco anos (2014 a 2019) relacionada com o campo da Educação Física na modalidade EAD.

O artigo apresenta uma breve narrativa sobre a história da educação a distância no Brasil, enumerando os seus principais problemas e conquistas. Apesar de muitos acreditarem que a EAD é uma modalidade de ensino nova, para Litto e Formiga (2009), os primeiros registros de utilização da EAD correspondem a um curso por correspondência realizado na cidade de Boston, nos Estados Unidos, em 1728.

Atualmente, com o avanço das tecnologias de informação e comunicação, a educação a distância torna-se realidade para uma gama cada vez maior de cursos. Os autores apontam que a “formação em EF na EAD deve buscar um equilíbrio entre as diversas dimensões para que não traga prejuízo na qualidade da atuação profissional”.

Reforça ainda que “sendo o profissional de Educação Física um profissional da saúde, que auxilia no desenvolvimento da qualidade de vida da sociedade e estimula hábitos saudáveis para as pessoas, essa profissão tem tido cada vez mais espaço no mercado de trabalho”.

Os autores destacam a trajetória do curso de Educação Física em diferentes momentos históricos, chegando na atualidade em um movimento de constante busca por legitimação. Muitas mudanças ocorreram e muitas outras ocorrerão nas próximas décadas, o que irá gerar diferentes desafios para a evolução deste campo de atuação, com impactos para a formação adequada de professores e demais profissionais da área.

A partir destas considerações, os autores constatam “que apesar dos muitos anos de história e das várias dificuldades já vivenciadas e vencidas, a EAD ainda tem muitas fragilidades, precariedades e desafios que precisam ser superados e que se tem percebido um avanço significativo no processo de formação, ano após ano”. Com todas as suas dificuldades, a EAD é um avanço positivo para a educação, oferecendo a oportunidade de formação profissional mediada por novas tecnologias que tornam mais flexível a dinâmica de estudo.

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Autor: Ana Oliveira - Estudante de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Pexel