A Internet morta: você é o antivírus?

Autor: *Armando Kolbe Junior

Devemos retomar a nossa autenticidade, pois estamos vivenciando um mundo onde a linha entre o real e o artificial fica mais delicada a cada clique. A Teoria da Internet Morta (DIT), que muitos consideram uma conspiração, na verdade aponta para uma verdade incômoda: grande parte do que consumimos online parece cada vez menos humano. A avalanche de bots, o conteúdo homogêneo gerado por Inteligência Artificial e as métricas de engajamento que nos transformam em meros pontos de dados criam uma paisagem digital asséptica, onde a interação autêntica se torna uma raridade.

Mas e se a “morte” da internet não for um evento consumado, e sim um estado que podemos reverter? Como especialista em inteligência, vejo a DIT não como uma sentença, mas como um chamado para a ação. O problema não está apenas na proliferação de máquinas, mas em como nós, como seres humanos, respondemos a essa realidade.

A IA não é uma ameaça, mas um espelho, pois em sua essência, não é nossa inimiga. Ela é uma ferramenta, um reflexo das nossas ambições e medos. A IA generativa, por exemplo, é um avanço incrível. Mas a forma como a usamos pode ser destrutiva, criando bolhas de eco e um universo de conteúdo previsível. A verdadeira ameaça não é a IA, mas a nossa própria acomodação. Quando paramos de questionar, de buscar o diferente e de interagir de forma genuína, abrimos a porta para que a “internet morta” se torne nossa única realidade.

Aqui entra a inteligência emocional. Em um ambiente digital dominado por algoritmos, nossa capacidade de entender e gerenciar nossas emoções é a chave para a sobrevivência. Precisamos cultivar a curiosidade para buscar fontes diversas, a empatia para nos conectarmos com outras pessoas, e a autenticidade para sermos nós mesmos, sem a máscara de uma persona digital perfeita.

Devemos tentar revitalizar nossa experiência online. Não podemos esperar que as plataformas mudem. A revolução começa conosco. Vamos usar mais o nosso emocional para ser o motor da nossa própria experiência digital.

Antes de consumir um conteúdo, pergunte-se: qual a intenção por trás dele? É para me informar, me manipular ou me conectar? Use o pensamento crítico para discernir entre o conteúdo genuíno e a propaganda algorítmica.

Não se limite a seguir centenas de contas que publicam conteúdo semelhante. Crie seu próprio “jardim” digital. Interaja com quem você admira, faça perguntas, e busque comunidades onde a troca de ideias seja valorizada. A qualidade das suas conexões é mais importante que a quantidade.

Em vez de apenas curtir, comente. Em vez de apenas compartilhar, adicione sua perspectiva. A verdadeira internet é construída por pessoas que contribuem com suas vozes e experiências únicas. Sua contribuição, por menor que seja, é um ato de resistência contra a pasteurização do conteúdo.

A “internet morta” não é o nosso destino. É um sintoma da nossa complacência. A IA e a tecnologia são ferramentas, não mestres. O poder de manter a internet viva, vibrante e humana está em nossas mãos. Precisamos de um novo tipo de alfabetização digital, uma que valorize não apenas a competência técnica, mas também a inteligência emocional e a capacidade de sermos humanos, mesmo em um mundo de máquinas.

Então, qual será a sua próxima atitude para reavivar a chama da autenticidade online?

 

*Armando Kolbe Junior é Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Mestre em Tecnologias. Pós-graduação em Formação de Docentes e Orientadores Acadêmicos em EAD. Graduado em Administração de Empresas com Habilitação em Análise de Sistemas. Atualmente é Coordenador de Curso UNINTER e professor do ensino superior do Centro Universitário Internacional UNINTER.  

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Autor: *Armando Kolbe Junior
Créditos do Fotógrafo: Rodrigo Leal/Banco Uninter e Tara Winstead/Pexels


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