A ciência por trás da empatia e da liderança eficaz

Autor: Yasmin Guedes da Silva - Estagiária de Jornalismo

Um campo interdisciplinar que combina psicologia, administração, comunicação e linguística está ganhando destaque em treinamentos corporativos e acadêmicos, principalmente em formações de liderança: a neurocomunicação.

Essa área foi tema do programa Diversos da Pós, transmitido ao vivo pela TV Uninter, com a participação da professora, psicóloga e mestre Inaiara de Lima Ferreira. A especialista explicou que a neurocomunicação estuda como o cérebro humano reage às emoções e interações sociais por meio de sinais não verbais, antes mesmo do processamento consciente das palavras. “Então, acaba sendo um assunto super importante para pessoas que querem exercer algum cargo de liderança ou já exercem, mas também pro público em geral, porque se comunicar é importante para qualquer pessoa”, informa a psicóloga.

Questionada pela apresentadora e tutora de pós-graduação Viviane de Melo sobre como a linguagem não verbal se manifesta na neurocomunicação, a especialista esclarece que nosso cérebro, antes de processar as palavras, compreende o sentimento, pois sempre que temos alguma emoção, ela se reflete em nosso comportamento. Com isso, Inaiara introduz um conceito-chave dessa discussão: a empatia verdadeira. Ela explica que vai além de simplesmente sentir pena do outro, representando: “A capacidade de ler o outro e de se colocar no lugar do outro também, mas é mais nesse sentido de ler, de entender o que o outro tá sentindo”.

Essa leitura emocional ocorre por meio de sinais não verbais, como postura, gestos, expressões faciais e até escolhas de vestuário, que o cérebro decodifica instantaneamente. “Eu trabalho bastante com adolescentes, por exemplo. Eu percebo que muitas vezes eles usam moletom mesmo num dia de calor. O que isso está comunicando? Por exemplo, ele não está se sentindo tão à vontade, então ele se cobre” conta a especialista.

Para profissionais iniciantes ou em busca de oportunidades, o programa ofereceu conselhos práticos para entrevistas e adaptação ao ambiente profissional. A especialista enfatizou que, quando se trata de comunicação, o mais importante é saber ouvir o outro e ter um interesse genuíno pelas pessoas.

Ao ser questionada sobre os desafios de equilibrar razão e emoção, a psicóloga revelou que estudos importantes apontam que pessoas com capacidade de empatia costumam ser mais inteligentes. Por isso, ela aconselha o autoconhecimento e ressalta: “Entender que você não vai conseguir curar todas as mazelas do mundo. E não sofrer por isso”. Inaiara ainda enfatiza que o profissional que tem dificuldade em desenvolver conexão social enfrentará obstáculos para alcançar “grande sucesso na vida”.

Para gestores e educadores, a observação atenta torna-se uma ferramenta profissional crucial. A professora Inaiara recomenda atenção a “mudanças bruscas de comportamento” em colaboradores ou alunos, que podem indicar necessidades não verbalizadas. Ela ressalta que o papel desses profissionais não é substituir psicólogos, mas oferecer acolhimento inicial: “Só o fato de a gente perceber e acolher já muda tudo”. Uma simples pergunta como “está tudo bem com você?” pode abrir espaço para diálogos importantes.

A discussão mostrou que a comunicação eficaz depende de muito mais do que as palavras escolhidas. Compreender os mecanismos neurológicos por trás das interações humanas pode transformar relações profissionais, práticas educacionais e estilos de liderança, criando ambientes mais saudáveis e produtivos.

Confira a discussão completa no programa Diversos da Pós da TV Uninter.

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Autor: Yasmin Guedes da Silva - Estagiária de Jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Reprodução Youtube


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