Voluntariado aproxima e reflete qualidade de vida das gerações de pessoas idosas
Autor: Nayara Rosolen - JornalistaO Dia Mundial do Avós e dos Idosos, celebrado no quarto domingo de julho, foi instituído pelo Papa Francisco em 2021. No entanto, os estudos das relações entre as pessoas da terceira idade e as gerações mais novas, conhecida como “avosidade”, foi criado ainda em 1977 pela médica psiquiátrica e psicanalista argentina, Paulina Redler. O objetivo era apresentar a figura dos avós nos estudos sobre psicogerontologia.
De acordo com a coordenadora dos cursos de Tecnologia em Gerontologia e Bacharelado em Gerontologia da Uninter, Maria Caroline Waldrigues, existe uma preocupação latente acerca do envelhecimento populacional a nível global, mas “os olhares têm se voltado para o Brasil, uma vez que é o país das Américas com uma transição demográfica bastante acelerada”.
O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDS) prevê que até 2030 pessoas idosas acima de 85 anos de idade aumentará em um ritmo maior que a população entre zero e 60 anos de idade. Em 1950, por exemplo, apenas 18% das pessoas passavam dos 60 anos. A preocupação do órgão está em “se esses idosos com idades cada vez mais avançadas conseguirão ter sua vida saudável prolongada ou se esses anos adicionais serão vivenciados sem saúde”.
A professora Maria Caroline aponta que isso exige um repensar sobre políticas públicas, numa sociedade inclusiva aos idosos e na formação de profissionais de saúde, em especial os gerontólogos. “Um dos pilares fundamentais desta profissão em construção é realizar a gestão da atenção ao envelhecimento, considerando todos os aspectos biológicos, psicológicos e sociais da velhice, que leve em conta a qualidade de vida e a redução dos danos já existentes”, afirma a coordenadora.
Uma das formas de se aproximar dessa população para compreender melhor a realidade que vivem e pensar formas de melhorar a qualidade de vida de pessoas idosas passa também por ações voluntárias, que existem desde 1953, com a fundação da Santa Casa de Misericórdia de Santos. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto para o Desenvolvimento Social (IDIS) e o DataFolha, o Brasil conta com 57 milhões de voluntários ativos.
Maria Caroline, junto à tutora dos cursos de Gerontologia, Patrícia Candiotto, representaram a Escola Superior de Saúde Única (ESSU) da Uninter na ação voluntária no Lar dos Idosos Recanto do Tarumã, promovido pelo Instituto IBGPEX, no dia 26 de julho de 2023.
A instituição abriga 98 homens acima de 60 anos que não possuem condições de manutenção da própria sobrevivência ou que apresentem vulnerabilidade familiar. É mantida pela organização da sociedade civil (OSC) Socorro aos Necessitados, filantrópica e sem fins lucrativos.
Patrícia destaca que teve a oportunidade de conversar com alguns dos moradores do lar e praticar a “escutatória”, que é a arte de escutar, além de ouvir muitas histórias de vida, causos e lembranças do “tempo da mocidade”. A tutora diz que muitos relataram as visitas que recebem dos netos.
Para Maria Caroline, além do voluntariado, houve naquela tarde um encontro intergeracional. “É a reunião de pessoas ou grupos de pessoas com idades e ciclos de vida distintos, que partilham experiências e conhecimentos, e que contribuem com desmistificação de preconceitos, combate ao etarismo e promove a transmissão de valores culturais”, explica a profissional.
O evento foi organizado a modo de proporcionar uma tarde diferenciada para os moradores. A música ficou por responsabilidade dos instrumentistas e coordenadores de pós-graduação da Uninter, Valentina Daldegan e Willian Sales, e o cantor Murilo Martins. Os moradores também jogaram bingo e receberam um café da tarde especial, com auxílio de cerca de 40 colaboradores voluntários do centro universitário. Saiba mais.
Autor: Nayara Rosolen - JornalistaEdição: Larissa Drabeski
encontros maravilhosos de grande apredizado.
Gostaria de ter participado deste voluntariado. Estas são ações de grande importância para os idosos. Parabéns aos coordenadores! Da próxima podem me convidar ☺️
Isso é maravilhoso, essa troca, a escuta e a atenção aos idosos soma uma interação bastante positiva. Eu como estudante de gerontologia admiro demais esse tipo de tr trabalho voluntário.
Parabéns.