Use, mas não abuse dos recursos da flora

Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de Jornalismo

A fitoterapia se baseia na utilização de plantas para tratar doenças e comorbidades a partir de suas propriedades terapêuticas, incluindo a criação de óleos essenciais e até remédios naturais a partir dessas plantas. Trata-se de uma forma milenar de tratar os problemas de saúde, que se origina na pré-história.

“O ponto de partida foram os homens das cavernas, que começaram a perceber que algumas plantas tinham efeitos benéficos, a partir dos animais que ali viviam, assim como outras eram tóxicas. Surgia ali um conhecimento empírico acerca do tema, que é baseado na observação de fenômenos ou acontecimentos para se entender algo”, explica Vinicius Bednarczuk, coordenador dos cursos de Farmácia Práticas Integrativas e Complementares da Uninter.

Esse conhecimento foi a sendo transmitido para as novas gerações e se consolidou na cultura de diversas populações, especialmente na chinesa, egípcia e indiana, que o documentaram. Segundo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), a fitoterapia é hoje utilizada por cerca de 80% da população mundial.

Plantas medicinais X medicamentos fitoterápicos e uso indevido da flora

Antes de entender o conceito da utilização de recursos da flora, segundo a professora do curso de Farmácia da Uninter, Patrícia Rondon, é necessário conhecer a diferença entre os conceitos de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, pois os dois surgem da fitoterapia.

“Basicamente, o primeiro se refere à utilização das plantas in natura, ou seja, que não passaram por processos para se tornar um remédio em si e são inoculadas (introduzidas) ou utilizadas a partir de sua forma original. Já o segundo se refere a recursos que passaram por processos industriais e procedimentos farmacêuticos e são encontrados nas farmácias para comercialização, como medicamentos a partir de plantas”, comenta.

Vinícius pontua que as plantas medicinais são as que mais são cultivadas indevidamente. As pessoas, na maioria das vezes, as coletam de quintais e locais próximos a suas residências, não possuindo entendimento botânico sobre o assunto, o que pode ser perigoso, pelo fato de as plantas de diferentes espécies serem muito semelhantes.

Para que não ocorram intoxicações causadas pelo uso equivocado de uma espécie, existem diversos tipos de coleta e cultivo específico dessas plantas, que são realizados por especialistas com maior conhecimento. “Um deles é o cultivo in vitro e sistemático, em que tudo é realizado em laboratório, com o cuidado necessário, que consequentemente vai condicionar uma retirada correta e que traga os efeitos positivos desejados para a saúde”, explica Vinícius.

Extrativismo e ameaça para as espécies

Há diferentes formas de extrativismo praticadas pelo homem. A derrubada de árvores para uso da madeira, a coleta de seiva das seringueiras etc. Todo extrativismo pode ser prejudicial para a natureza, e por isso é preciso pensar nos impactos da atividade.

Um exemplo citado por Vinícius é o da espécie de árvore ‘xaxim’, que foi extinta no final dos anos 1990. Muito utilizada para vasos ornamentais, a árvore foi extraída da natureza de forma descontrolada.

A apresentação de Vinicius Bednarczuk e Patrícia Rondon aconteceu por meio de uma live intitulada Uso indevido de recursos da flora na fitoterapia, com mediação do professor Cristiano Caveião. A transmissão foi realizada na página do Facebook Maratonas Para Desenvolvimento Sustentável Uninter, no dia 25.09.2020, e fez parte da Maratona Ecos do Brasil.

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Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: PhotoMIX Company/Pexels


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