Quem disse que o livro impresso vai acabar?

 

Talita Santos – Estagiária de Jornalismo

Chega até a ser um pouco cansativo ter de dizer a toda hora “não, o livro impresso não vai acabar”. O livro, tal como o conhecemos, foi posto à revelia na UTI tão logo surgiu o livro digital sob o epíteto de e-book, na esteira da internet. Uma porção de bibliófilos e afins saíram em socorro do livro impresso em contraposição às vozes agourentas que decretaram a sua morte.

Talvez o impresso não tenha tido defensor tão ardoroso quanto o escritor Humberto Eco, morto em 2016 sem a justiça de um Nobel pelo tanto que fez à literatura mundial. Ele e o roteirista de cinema Jean-Claude Charrière escreveram a obra Não contem com o fim do livro. Em favor deles, basta dizer que percorreram cinco mil anos de existência dos impressos para defender a imortalidade do livro em papel.

O Google arriscou dizer em 2010 que, até aquele ano, havia 130 milhões de livros no mundo (veja aqui), e explicou como chegou a esse número (aqui, em inglês), a partir de livrarias, a WorldCat, catálogos nacionais e provedores comerciais. Só que os livros da sua estante, da do seu vizinho, do sebo da esquina e muitos outros não estão na conta. Ou seja, pode ser o dobro, o triplo, o quádruplo. Quem vai saber?

Seja quantos forem, os livros encontram guarida nos santuários das letras. Quase 1 milhão deles estão ao abrigo da morte no Sistema Integrado de Bibliotecas do Centro Universitário Internacional Uninter, que compreende a Biblioteca Central no campus Divina e outras três nos campi Tiradentes, Garcez e Carlos Gomes, todas em Curitiba, e mais de 440 bibliotecas nos polos de apoio presencial em todo o país.

Em síntese, são 100 mil exemplares nas bibliotecas de Curitiba e outros 800 mil nos polos, disponíveis aos estudantes da educação a distância. Além dos livros físicos, a instituição também oferece aos alunos uma biblioteca virtual, que só em 2016 teve mais de 117 mil acessos.

Antes de ser disponibilizado aos alunos e professores, o material passa por várias fases. Começa pela pesquisa bibliográfica, que ocorre quando os coordenadores dos cursos solicitam a compra livros para os seus cursos. Nessa etapa é verificada a quantidade necessária para atender a demanda, além de outros tipos de pesquisas. Depois vem a aquisição do material, que pode ser através de compra, doação ou troca de livros.

Após a compra, o material bibliográfico segue para o setor encarregado pelo controle e preparo, classificando, catalogando e alimentando a base de dados. A catalogação descreve as características do livro e a classificação traduz o assunto do livro em números para facilitar a localização nas estantes. Para concluir o preparo técnico, as informações das obras são compiladas para a base de dados, gerando os catálogos eletrônicos que podem ser acessados no local ou remotamente através da internet.

Mas o trabalho não acaba aí. É no preparo físico que ocorre a aplicação das etiquetas de lombada, códigos de barras, antifurtos, identificação e localização do livro. Depois de verificar se está tudo correto, o material é encaminhado para as bibliotecas de Curitiba e dos polos EAD e só então são organizados nas estantes para serem disponibilizados aos alunos. A Biblioteca Central Divina tem ainda o setor da restauração, muito importante porque ajuda na preservação e conservação das obras.

Porém, as bibliotecas não oferecem somente livros, por isso o Setor de Circulação disponibiliza aos usuários consultas locais de materiais, empréstimo, serviço de comutação bibliográfica, cabines de estudo, salas de multimídia, acesso à internet, biblioteca virtual e treinamento para os estudantes aprenderem a realizar pesquisas no acervo.

A Biblioteca Central Divina realiza várias atividades no decorrer do ano, como na Semana Nacional do Livro, além de eventos como “Um escritor na biblioteca”, “Um violinista na biblioteca” e outras ações com música e leitura. Além disso, tem o Projeto Biblioteca Sem Papel, que busca diminuir o uso do papel e agilizar os serviços de empréstimo, devolução e renovação, evitando a impressão de comprovantes. O sistema envia automaticamente por e-mail um comunicado do empréstimo.

“As bibliotecas têm por missão o suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão e a composição de seu acervo, de acordo com os padrões de qualidade exigidos pelo MEC. Portanto, cabe à biblioteca disponibilizar todos os livros oferecidos nos cursos da Uninter, bem como os recursos informacionais registrados em qualquer tipo de suporte”, explica a bibliotecária Vanda Fattori Dias.

“O uso da biblioteca por parte dos alunos depende muito do professor, pois a ele compete transmitir os conhecimentos das disciplinas. A motivação e a qualidade de aula levam os alunos à frequência constante à biblioteca em busca de maiores informações e materiais. Ao mesmo tempo, incentivando a prática da pesquisa e da leitura”, conclui.

Edição: Mauri König

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2 thoughts on “Quem disse que o livro impresso vai acabar?

  1. Como realizo empréstimo de livros?Sou aluno da Uninter de Belo Horizonte , licenciatura em química.Como pego livros para estudar fisicamente na Biblioteca Divina que está escrito no pergamum?

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