Quando a educação vai ao cinema

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo

Uma das mais poderosas indústrias do mundo atual, o cinema representa um dos diversos modos de expressão cultural da sociedade industrial e tecnológica. Desde seu início, produtores e diretores da sétima arte a consideravam como uma poderosa ferramenta não só para o entretenimento, mas também para a instrução e a educação.

Unindo as linguagens da imagem e do som, o cinema é uma forma de conhecimento sobre o mundo, promovendo a reflexão e o pensamento crítico. Entender como o cinema pode colaborar no contexto educacional pode a ser muito útil para profissionais da educação.

Da literatura ao cinema

O marco de início do cinema foi uma invenção de dois franceses, os irmãos Lumière. A partir da criação do primeiro cinematógrafo, em 1895, nascia o que conhecemos hoje como cinema mudo, que foi responsável por lançar astros como Charles Chaplin, Buster Keaton e Harold Lloyd entre os anos 1920 e 1940.

A imagem era a responsável por transmitir todo o significado. Atores e atrizes precisavam usar de toda sua capacidade gestual e de expressão corporal para transmitir informação sem usar uma única palavra. A arte de contar histórias deixava de ser tarefa exclusiva da literatura e passava a ocupar um novo espaço na sociedade moderna.

De acordo com Douglas Henrique Antunes Lopes, mestre em filosofia pela PUC-PR e especialista em cinema na Uninter, as primeiras imagens nascem como tentativa de registrar acontecimentos, ainda não com o propósito ficcional como estamos habituados.

Ao longo dos anos, o aspecto reflexivo e crítico do cinema foi crescendo de maneira a se destacar em meio a maioria das produções. “O cinema, numa perspectiva educacional, tem o papel importante de fazer esse exercício da promoção da cultura, da promoção da empatia, de chegar a novos cenários, a novos contextos”, afirma.

O poder do convencimento

Durante seu desenvolvimento, o cinema também se tornou uma importante arma política e de marketing, pontua Lopes. Um exemplo do uso desse recurso se deu com os nazifascistas na Itália e na Alemanha, com o intuito de convencer as populações a apoiar os regimes de Adolph Hitler e Benito Mussolini.

A imersão que essa arte proporciona amplifica a disseminação de ideias, o que pode ser usado para diversos fins. No caso nazifascista, os mesmos que fizeram fogueiras com livros usaram o cinema para manipular e convencer populações a apoiar os genocídios na década de 1940.

 O mercado do cinema

Atualmente, o cinema é uma atividade de grande potencial econômico em diversos países, ainda que exista no mercado uma dominância da indústria norte-americana. A área se caracteriza atualmente como uma grande de força daquilo que é chamado “sociedade de consumo”, pois além da produção dos filmes existe toda uma cadeia de negócios que envolve os processos de distribuição e comercialização de produtos.

A hipercomercialização fez com que se levantasse a questão: o cinema está deixando de ser uma arte e se tornando somente um produto para entretenimento de massa?

Outra polêmica levantada sobre a indústria cinematográfica, mais recentemente, diz respeito à forma de consumo. Assistir a filmes numa tela pequena ainda é cinema?

Uma forma de reflexão

Ao relacionarmos educação e cinema, o principal aspecto explorado por professores é a reflexão. De fato, o olhar crítico tem o potencial de transformar, excedendo o campo da educação formal.

Muitas narrativas cinematográficas se propõem a contextualizar diferentes épocas, recriando cenograficamente seus aspectos culturais, históricos e políticos. Isso é feito tanto no cinema ficção quanto em documentários que abordam a sociedade de maneira profunda e crítica. O poder de representação do cinema, que “recria” um mundo que deixou de existir, é muito valioso para o trabalho de educadores, e pode potencializar o aprendizado do aluno.

Douglas Lopes conversou sobre o tema com o professor Alvino Moser no programa “Atualidades da Educação”, transmitido pela Rádio Uninter.

Além de falar sobre o papel do cinema na educação, Lopes apresentou o projeto do curso de Filosofia da Uninter “Cineclube luz, filosofia e ação”. Você pode conferir o programa completo clicando aqui.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Pavel Danilyuk/Pexels


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