Os campeões de procura no Prouni

Andressa Cristina da Rosa – Jornalista

Segundo o Censo da Educação Superior de 2015, os cursos com o maior número de matrículas no Brasil são Direito, com mais de 853 mil matriculados, Administração, que soma quase 767 mil, e Pedagogia, com aproximadamente 656 mil alunos. Juntos, esses cursos respondem por 49,8% das matrículas no ensino superior.

Esses também foram os cursos mais procurados pelos candidatos do Programa Universidade para Todos (Prouni), de acordo com o Ministério da Educação (MEC). Direito, por exemplo, teve mais de 208 mil inscritos tentando viabilizar o ingresso no ensino superior em 2015.

Para Nikolaos Canticas, 19 anos, o Prouni surgiu como a possibilidade de transformar o sonho em realidade. “Na adolescência fui bolsista de colégios particulares e sempre me dediquei muito, pois tinha consciência do que a oportunidade representava para mim. Para ingressar no ensino superior, tentei algumas alternativas, e a bolsa de 50% do Prouni foi fundamental”, conta.

Prestes a ingressar no quarto período do curso de Direito, ele comemora a troca da bolsa parcial por uma integral. “A bolsa de 50% foi fundamental para o início do curso, mas eu ainda precisava de mais. Enquanto eu estudava, descobri que existiam algumas bolsas remanescentes. Eram poucas vagas, mas atendi aos critérios e hoje tenho uma bolsa integral”. O estudante ainda destaca que a realização é completa pelo fato de já atuar na área. “Estou estagiando no Tribunal de Justiça e isso só é possível graças à Uninter. Sem a Bolsa, isso não estaria acontecendo”, completa o aluno.

De acordo com o diretor financeiro do Grupo Uninter, Moacir Silva, os estudantes precisam ficar atentos aos critérios e às oportunidades. “No primeiro semestre de 2017, disponibilizamos mais de nove mil vagas pelo Prouni, com concessão de bolsas totais (100%) e parciais (50%), para o ensino presencial, semipresencial e a distância”, explica.

Ele ainda ressalta que para concorrer a uma bolsa do Prouni, é preciso atender a critérios como ter cursado o ensino médio na rede pública ou na rede particular na condição de bolsista integral, ter renda familiar máxima de três salários mínimos, além de ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Este último item, a nota do Enem, foi a preocupação da estudante Paula Coelho. “Como trabalho o dia todo, recorri à ajuda de cursinhos na preparação para o Enem. Foi uma rotina desgastante, mas os esforços valeram a pena porque após o processo seletivo, consegui uma bolsa parcial para o curso de Química, área em que já sou técnica”, ela diz.

Sem conseguir pagar as mensalidades, ela precisou interromper temporariamente os estudos e decidiu seguir outro caminho. “A escolha não foi assertiva e resolvi tentar uma bolsa integral, mas na área da educação. Foi então que escolhi onde queria estudar, fiz todos os trâmites e, para minha surpresa, recebi a notícia de que havia conseguido”, acrescenta a aluna, que iniciará o segundo período do curso de Pedagogia.

O diretor da Uninter destaca que casos como o de Paula são comuns e, se a melhor opção for mudar de curso, isso não implica em perda do benefício já adquirido. “A bolsa pertence ao aluno e ele pode mudar de curso, desde que haja a disponibilidade de vagas do Prouni no curso e na instituição que ele deseja”, esclarece Silva.

Se o objetivo é solicitar uma bolsa, as inscrições estão abertas até esta sexta-feira (3) e podem ser feitas pelo site do Prouni.

Edição: Mauri König

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