Os caminhos da vacina da Covid-19 e o processo de imunização

Autor: Vitor Diniz - Estagiário de Jornalismo

O Brasil já ultrapassou a marca de 110 mil mortes por Covid-19, e atualmente é o segundo país com maior número de contagiados no mundo, atrás dos Estados Unidos. A pandemia, além de trazer uma grande onda de incertezas para a população mundial, também impulsionou a medicina para entrar em uma corrida contra o tempo – cuja meta é desenvolver uma vacina contra o vírus.

O processo de imunização do corpo humano é um assunto que tem se tornado popular na mídia. Para tratar do assunto, o curso de Farmácia da Uninter realizou uma palestra sobre imunização com o farmacêutico Matheus Chiuratto.

Matheus, que realizou um intercâmbio acadêmico na Universidade do Porto, em Portugal, atuou nas áreas de garantia de qualidade em farmácia clínica hospitalar, e atualmente é membro da célula farmacêutica do Conselho Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR).

Ele iniciou sua fala comentando que atualmente as redes sociais estão repletas de conteúdos sobre a vacina para o Covid-19, mas que nem sempre trazem informações confiáveis. “Agora temos a vacina da Rússia e as pessoas ficam em dúvida se ela existe ou não. Ela existe sim. Mas nós precisamos ficar atentos se ela respeita os estudos de segurança e eficácia”, comenta.

O farmacêutico destacou que o fato de a vacina ser aprovada no país de origem não significa que necessariamente ela vai ser aprovada no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o órgão regulador que faz os testes e verifica se a eficácia da vacina está de acordo com a legislação brasileira.

“Existe um processo burocrático para aprovação de uma vacina. Além do registro da Anvisa, também deve ser registrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), depois então a população será vacinada”, esclarece.

Nos processos de registro de uma vacina, existe também a questão da patente, que é uma espécie de propriedade intelectual que permite somente ao titular a exploração comercial da vacina desenvolvida.

Chiuratto fez uma comparação entre o número de habitantes no mundo, que hoje é mais de 7 bilhões, e o número de vacinas que teriam de ser fabricadas para garantir a imunização das pessoas. A indústria farmacêutica não tem estrutura para fabricar de uma só vez a vacina em quantidade suficiente para imunizar todas as pessoas do mundo.

“A indústria vai dar preferência em fabricar a vacina primeiramente para o país que descobrir a fórmula e para seus parceiros comerciais, é uma questão política e econômica”, diz.

Como acontece a imunização no corpo humano?

Chiuratto explica como é o processo de imunização do corpo humano e como são feitas as vacinas. Hoje no mercado existem as vacinas “atenuadas”, que contêm vírus e bactérias enfraquecidas no laboratório. E também as vacinas “inativadas”, que são vacinas de vírus ou bactérias mortas. “A finalidade é introduzir no corpo uma partícula que desencadeie a produção de anticorpos, e que tenha uma segurança comprovada. Quando temos anticorpos, o organismo combate ao vírus”.

Na conclusão da palestra, o professor Vinícius Bednarczuk, que participou do debate, enfatizou que vamos precisar de uma quantidade muito grande de vacinas para imunizar toda a população brasileira, pois hoje somos 210 milhões de habitantes no país. “A princípio precisaríamos de 210 milhões de vacinas, e se por acaso forem necessárias duas doses de vacina para garantir a imunização, seriam 420 milhões de vacinas a serem produzidas somente no Brasil”, comenta.

O evento foi transmitido pelo Facebook e permanece disponível na página Uninter Farmácia.

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Autor: Vitor Diniz - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Jeyaratnam Caniceus/Pixabay e reprodução Facebook


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